Pela Liderança durante a 145ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Análise da greve dos servidores públicos brasileiros. (como Líder)

Autor
Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, GOVERNO FEDERAL, POLITICA SALARIAL.:
  • Análise da greve dos servidores públicos brasileiros. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 10/08/2012 - Página 40647
Assunto
Outros > ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, GOVERNO FEDERAL, POLITICA SALARIAL.
Indexação
  • COMENTARIO, AUMENTO, FREQUENCIA, GREVE, SERVIDOR, CRITICA, FALTA, EMPENHO, MINISTERIO DO PLANEJAMENTO ORÇAMENTO E GESTÃO (MPOG), REGISTRO, CONTRADIÇÃO, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, HISTORIA, ATIVIDADE POLITICA, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), REFERENCIA, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ASSUNTO, PRIVATIZAÇÃO, GOVERNO, ATUALIDADE, ANALISE, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, UNIVERSIDADE FEDERAL, DENUNCIA, PREJUIZO, RESULTADO, PARALISAÇÃO, TRANSPORTE, POLICIA RODOVIARIA FEDERAL, ENFASE, NECESSIDADE, REDUÇÃO, INTERFERENCIA, ESTADO.

            O SR. ALVARO DIAS (Bloco/PSDB - PR. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidente, Marta Suplicy, Srs. Senadores, Sras. Senadoras, a greve cresce no País. Já são cerca de 27 setores da Administração Federal paralisados. Segundo estimativas dos sindicatos, mais de 300 mil funcionários estão parados entre os 573 mil servidores federais.

            O Ministério do Planejamento afirma que isso é irreal. Há um ostensivo descaso do Governo com os movimentos grevistas em curso. Desatenção, desconsideração e desprezo são flagrantes. Fica a impressão de que os atuais governantes aprenderam apenas a realizar greves, e não acabar com elas. Não há a busca do entendimento com a competência da articulação necessária para que se busque consenso entre Governo e servidores.

            No passado, o Partido dos Trabalhadores capitaneava e apoiava todo e qualquer movimento grevista. São dois pesos e duas medidas. Essa contradição da postura petista foi descrita com muita propriedade pela articulista do jornal Folha de S.Paulo, Eliane Catanhede, sob o título “Quem te viu, quem te vê”.

            Ao analisar inúmeras greves ocorridas na gestão petista, ela traduz a “moral da história: greve no governo dos outros é bom, mas, no nosso. não pode; privatização no governo dos outros é impatriótica, mas, no nosso, é um sucesso de patriotismo”.

            A referência às privatizações é oportuna, como escreveu a competente articulista:

Durante três campanhas seguidas, o partido recorreu ao mesmo discurso, atribuindo aos adversários tucanos a intenção até de privatizar o BB, a CEF, a Petrobras e a mãe de todos os eleitores. Era o PT antiprivatizaçâo versus o PSDB privatizante, o PT patriótico versus o PSDB impatriótico.

            A situação das universidades Federais é delicada. O semestre já foi comprometido. Onde estão os negociadores do governo? O diálogo com os grevistas é um vibrante solilóquio. Aliás, passa a idéia de que há uma acomodação, já estão se acostumando com as universidades fechadas. Isso é trágico, milhares de estudantes universitários brasileiros estão sendo prejudicados.

            Aliás, o prejuízo das greves ainda não foi avaliado, essa conta ainda não foi feita. Só no Porto de Paranaguá, no Estado do Paraná, há uma previsão de prejuízo que ultrapassa US$140 milhões. Os navios parados a espera da oportunidade de desembarcar mercadorias. E chega agora o momento do desembarque de fertilizantes, até setembro. A multa aumenta, o prejuízo cresce. Eu repito: são US$140 milhões de prejuízos só no Porto de Paranaguá.

            Hoje nós vimos rodovias paralisadas pela Policia Rodoviária Federal. Isso significa prejuízo sem avaliação, mercadorias que não chegam, mercadorias que têm os seus preços elevados, mercadorias que podem sofrer danos em razão da demora. Enfim, os prejuízos acumulados crescem, e o governo demonstra a sua inapetência para superar dificuldades dessa natureza, porque os que hoje governam, eu repito, aprenderam a fazer greves, e não a administrá-las.

            O Senador Agripino pede um aparte. Se a Presidente...

            A SRA. PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP)- Não temos aparte na palavra para a liderança infelizmente. Se ele quiser usar depois a palavra como líder, com o maior prazer.

            O SR. ALVARO DIAS (Bloco/PSDB - PR) - Seria uma satisfação ouvi-lo.

            Mas ocorre que o governo cresceu demais, criou estruturas estabelecendo paralelismos desnecessários, superposição de ações, criou ministérios, diretorias, empresas, coordenadorias, secretarias...

(Interrupção do som.)

            O SR. ALVARO DIAS (Bloco/PSDB - PR) - ... para, sobretudo. atender a enorme base de apoio político, que cresceu de forma exacerbada com a cooptação à vida numa relação até de promiscuidade, que culminou com o mensalão, ora em julgamento no Supremo Tribunal Federal.

            E o crescimento da máquina pública aumentou a despesa de custeio, a despesa de pessoal, e é evidente que o Governo tem que estabelecer, tem que compatibilizar os interesses dos servidores públicos com os interesses da população do País. Essa é a missão de quem governa. Gastando demais, gastando até mais do que arrecada, o Governo vai comprometendo o seu futuro.

            Nós esperamos que o Governo realize uma reforma administrava, para premiar o funcionalismo qualificado, e, sobretudo, reduzir o tamanho do Estado brasileiro, eliminando estruturas desnecessárias.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/08/2012 - Página 40647