Comunicação inadiável durante a 157ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso, hoje, do Dia da Agricultura e do Dia do Avicultor.

Autor
Cidinho Santos (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: José Aparecido dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem pelo transcurso, hoje, do Dia da Agricultura e do Dia do Avicultor.
Publicação
Publicação no DSF de 29/08/2012 - Página 44494
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, AVICULTURA, REFERENCIA, IMPORTANCIA, SETOR, PAIS, REGISTRO, NECESSIDADE, INTERVENÇÃO, GOVERNO FEDERAL, MOTIVO, AUMENTO, PREÇO, MILHO, SOJA, FATO GERADOR, PREJUIZO, PRODUÇÃO.

            O SR. CIDINHO SANTOS (Bloco/PR - MT. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, amigos que nos acompanham pela TV Senado e pela Rádio Senado, hoje, dia 28 de agosto, comemoramos o Dia da Avicultura e o Dia do Avicultor. Temos, nesta data, a oportunidade de saudar os muitos brasileiros e brasileiras que se dedicam à avicultura neste País e também de refletir sobre o setor, sobre os desafios e dilemas para o futuro.

            O setor de avicultura, Srª Presidente, emprega hoje quatro milhões de pessoas entre aviários, fábrica de rações e frigoríficos. Nós somos, hoje, o segundo maior produtor mundial. Em 2010, houve a produção de 12,2 milhões de toneladas de frango, o dobro do que foi produzido há 10 anos. Mas o atual momento é um momento de reflexão, um momento de preocupação.

            Como parte do agronegócio, a avicultura vem colaborando para que o Brasil continue a apresentar algum crescimento econômico. Não podemos fechar os olhos para o fato de que Europa, Estados Unidos e mesmo o leste da Ásia continuam atemorizados pelos fantasmas do agravamento da crise econômica.

            No Brasil, o crescimento do PIB tem sido abaixo daquilo que seria esperado e desejado. Apenas o setor agropecuário tem mostrado dinâmica notável. Basta observar que, em 2011, o crescimento do setor ficou em 5,7%, de acordo com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), bem acima do desempenho da economia em geral. Isso, evidentemente, enche-nos de orgulho e de satisfação, haja vista que o Brasil se mostra imensamente devedor dos sucessos alcançados pelo campo. Sem a colaboração do setor agropecuário, teríamos sido, sem sombra de dúvida, atingidos de maneira devastadora pelos efeitos da crise mundial.

            Só no mês de julho deste ano, as exportações brasileiras do agronegócio totalizaram US$8,98 bilhões, alta de 6% em relação ao mesmo mês de 2011, com um superávit de US$7,76 bilhões.

            A avicultura não destoa desse quadro geral do agronegócio. Quando da abertura, no ano passado, do 22º Congresso Brasileiro de Avicultura, em São Paulo, o Presidente da Fiesp, Paulo Skaf, observou, com muita precisão, que “quisera que tivéssemos a situação da avicultura em todos os setores brasileiros, esse seria um grande privilégio. O setor é organizado, integrado e estimula o produtor, transferindo tecnologia e ajudando-o no capital de giro”.

            O notável desempenho do campo brasileiro não é surpreendente. Em verdade, quem conhece o dia a dia do setor sabe como se trabalha muito por lá. Não existe sábado, não existe domingo ou feriado para o avicultor.

            No entanto, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, algumas nuvens pairam sobre o setor neste momento. Os meios de comunicação dizem que o preço do frango está subindo para o consumidor final, o que não é verdade, porque, até o momento, nem 10% do repasse dos custos puderam ser feitos para o consumidor. A verdade é que, em função da seca americana, as exportações de soja e de milho aumentaram consideravelmente para esse país, enquanto, no mercado interno, houve uma alta do preço do milho, no segundo trimestre, de 16%. O farelo de soja, que, há um ano, era comercializado a R$600,00 a tonelada, hoje está sendo comercializado a R$1,5 mil a tonelada. Então, o aumento é de mais de 150% para os produtores. Isso fez com que alguns frigoríficos no Brasil todo, no Paraná, em Santa Catarina, em São Paulo, diminuíssem sua produção ou até mesmo fechassem suas portas.

            É preciso que o Governo Federal olhe com mais carinho para esse setor, que, como eu disse inicialmente, gera hoje quatro milhões de empregos diretos e indiretos para os brasileiros.

            O Bom Dia Brasil do dia 16 de agosto trouxe imagens apavorantes de um dos maiores frigoríficos do Paraná que entrou em recuperação judicial. A empresa alertava que não tinha recursos neste momento nem para abastecer de ração as granjas que lá existiam e que muitos frangos estavam morrendo por canibalismo.

            No dia 14 de agosto, representando o setor de frangos e de suínos, estivemos em Brasília em audiência com o Secretário Nacional do Ministério da Fazenda, o Secretário Executivo, Dr. Nelson Barbosa, e solicitamos um auxílio para o setor: a liberação de créditos de PIS/Cofins devidos pelo Governo às empresas, o que ajudaria a reduzir os custos de produção, e também o apoio para a sanção presidencial, com a maior brevidade possível, da Emenda no 563, que desonera a folha de pagamento para o setor de frigorífico de aves.

            A avicultura não pode esperar, pois, com o milho custando muito caro, podemos ver o desabastecimento do mercado de frangos, ao mesmo tempo em que os preços disparam, o que é ruim para o produtor e ruim para o consumidor.

            Esperamos que haja sensibilidade por parte da Presidente Dilma, por parte do Ministério da Fazenda, por parte do Ministro da Agricultura, para que olhem para esse setor. Hoje, diretamente, 960 mil pessoas trabalham nessa atividade, que gera quatro milhões de empregos.

            Parabéns a todos os avicultores e avicultoras do nosso Brasil! Esperamos que, no próximo ano, possamos comemorar com notícias mais agradáveis e com dias melhores.

            Boa tarde a todos!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/08/2012 - Página 44494