Pela Liderança durante a 157ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Congratulações ao Sr. Geraldo Ferreira Filho por ter assumido a presidência da Federação Nacional dos Médicos; e outros assuntos.

Autor
Paulo Davim (PV - Partido Verde/RN)
Nome completo: Paulo Roberto Davim
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Congratulações ao Sr. Geraldo Ferreira Filho por ter assumido a presidência da Federação Nacional dos Médicos; e outros assuntos.
Publicação
Publicação no DSF de 29/08/2012 - Página 44514
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • REGISTRO, NOMEAÇÃO, MEDICO, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), CARGO, PRESIDENCIA, FEDERAÇÃO NACIONAL, MEDICINA, ELOGIO, ATUAÇÃO, AREA, SAUDE PUBLICA.

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco/PV - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Paulo Paim; Srs. Senadores, Srªs Senadoras, eu venho a esta tribuna, na tarde de hoje, para fazer um registro de um fato que, para nós, médicos e sobretudo médicos do Nordeste, tem uma relevância e uma significância muito grande.

            Na semana passada, a Federação Nacional dos Médicos deu posse a sua nova diretoria. Um conterrâneo nosso, lá do Rio Grande do Norte, mais precisamente do interior do Estado, de Marcelino Vieira, Senador Garibaldi, o Dr. Geraldo Ferreira Filho assumiu a Presidência da Federação Nacional dos Médicos e é o primeiro nordestino a assumir esse cargo de tamanha envergadura em uma entidade médica nacional. Fez por merecer, porque a história de Geraldo é de luta, é uma história de compromisso, é uma história de coragem e, sobretudo, uma história de competência como médico e anestesista.

            Geraldo já havia sido Presidente da Associação Médica do Estado do Rio Grande do Norte; depois, foi Presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte, foi Presidente da Cooperativa dos Anestesistas. Trata-se de um homem dedicado à causa da saúde. É um servidor público que levantou essa bandeira, incansavelmente e sempre, na defesa de uma saúde pública digna e universal, como é o sonho de todos nós. Portanto, esse fato não pode passar em brancas nuvens. Eu, como Senador pelo Rio Grande do Norte, como nordestino e como médico, que também tem uma história nas entidades médicas e nas lutas médicas e que também fui do sindicato e também da Associação Médica; que fui da AMB; que fui da Fenam, como delegado, conheço de perto o trabalho abnegado de todas as pessoas, Senador Paim, que fazem a política sindical. E V. Exª sabe disto: quem faz política sindical é, sobretudo, um altruísta. É alguém que se dedica à causa coletiva. É alguém que tem coragem para enfrentar os desafios e, sobretudo, as incompreensões que, muitas vezes, o sindicalista tem de se deparar. Mas são, acima de tudo, pessoas sonhadoras. E ai do Brasil e ai da sociedade contemporânea se não fossem os homens e mulheres que acalentam sonhos de um mundo melhor, de dias que tragam mais justiça social, dias em que a sociedade possa ser mais homogênea na questão dos direitos, mas também dos deveres. São esses homens que transformam o mundo! Esses homens, movidos por uma coragem muitas vezes inexplicável, traçam e trilham caminhos tortuosos, difíceis, juncados de dificuldades, de desafios, às vezes, quase intransponíveis. Mas eles seguem... E, atrás deles, segue uma legião de profissionais que acredita no comando, na palavra e muito mais no exemplo. Isso é o que acontece nas entidades médicas, não só nas estaduais, mas também nas nacionais.

            A Diretoria que deixa a Federação Nacional dos Médicos deu um grande exemplo de abnegação e de dedicação à causa. E aqui vai meu abraço fraterno, meu reconhecimento à Diretoria da Federação Nacional dos Médicos, que deixou, na semana passada, o comando da entidade, sobretudo ao Sr. Presidente, o Dr. Cid Cavalhaes, que é um homem que tem uma história de dedicação às lutas médicas e que deu a sua contribuição, que deixou o seu exemplo, e que vai deixar, seguramente, a saudade da sua presença no cotidiano da entidade.

            Temos absoluta certeza de que, com o Dr. Geraldo Ferreira Filho, conhecendo o Geraldo como o conheço, de muitos anos, desde o ensino médio - conheço sua competência, o seu caráter, conheço a sua determinação, eu conheço sua vontade de construir, de edificar - a Federação Nacional dos Médicos está entregue em boas mãos, está entregue a uma Diretoria composta por pessoas que, como ele, dignificam a classe médica brasileira.

            Vai aqui o meu abraço, vão aqui meus votos de congratulação, mas vão também os votos, sinceros votos, de boa sorte, votos de que essa Diretoria, sob o comando, sob a batuta do Dr. Geraldo Ferreira Filho, tenha dias venturosos. E eu tenho absoluta certeza de que esses dias virão, porque não faltarão competência nem dedicação às nossas causas.

            E essa Diretoria que assumiu já começa enfrentando uma saúde, no Brasil, conturbada, cheia de dificuldades, uma saúde pública que precisa, urgentemente, de um olhar misericordioso do Poder Público, um olhar em que se enxergue o comprometimento das gestões, nos três níveis. No meu Estado, por exemplo, a saúde está em calamidade pública, os hospitais públicos padecem de uma carência inexplicável, inaceitável, que chega às raias da imoralidade. A saúde pública precisa ser um instrumento de prioridade para os governos, até porque quem precisa da saúde pública são os pobres, quem precisa da saúde pública são aqueles que não têm condição de pagar um atendimento privado, que não têm, muitas vezes, recursos para pagar um plano de saúde e, por isso mesmo, procuram os hospitais públicos como única solução para os seus problemas.

            E enxergamos os hospitais públicos abarrotados de pacientes em verdadeiro desespero, onde corredores foram instituídos como enfermarias. A figura de internamento no corredor dos hospitais é uma excrescência no serviço público, nos hospitais públicos. Quem já se viu corredor ser lugar de internar paciente, naquelas macas estreitas e desconfortáveis, onde os pacientes não têm respeito à sua intimidade, onde fazem as suas necessidades fisiológicas em público, na frente dos demais pacientes que dividem aquele espaço praticamente público, onde não há o menor aconchego, respeito no acolhimento que deveria existir nos serviços públicos.

            Precisamos de mais atenção na saúde pública. Precisamos de mais recursos. Precisamos de uma saúde pública verdadeiramente digna para o povo brasileiro que padece. Muitas vidas são ceifadas por falta de medicamento, por falta de vaga em UTI, mas, sobretudo, por falta de compromisso dos governos com a saúde pública no Brasil, com a saúde pública nos Estados e com a saúde pública nos Municípios brasileiros. Não podemos jamais pagar pelo pecado da omissão. Precisamos levantar a voz e cobrar, e cobrar, e cobrar, incansavelmente, até que algo aconteça de novo na vida dessa legião de brasileiros que veem as suas vidas sendo ceifadas lentamente sem que nada aconteça, sem que enxerguemos algo de novo na saúde pública do Brasil. E aqui levanto a voz para a saúde pública do meu Estado, que está mal, está muito mal e precisa melhorar. Precisamos resgatar a dignidade do nosso povo. Não podemos cruzar os braços enquanto crianças morrem praticamente à míngua, enquanto idosos morrem à míngua e a juventude padece pelas epidemias do século XXI: a violência urbana, o tráfico, a droga que assola e ceifa milhares e milhares de vidas de jovens brasileiros, acabando, muitas vezes, com o futuro que seria alvissareiro e cheio de esperança para o Brasil.

            Portanto, Sr. Presidente, fica aqui esta voz, fica aqui este grito, fica aqui este apelo ao mesmo tempo em que eu desejo, do fundo do coração, muitas felicidades à nova Diretoria da Federação Nacional dos Médicos. Que continue nessa luta incansável em defesa de um Brasil melhor.

            Obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/08/2012 - Página 44514