Discurso durante a 157ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem às cidades sergipanas de Capela e Itabaiana, pelo transcurso, respectivamente, dos 122 e 128 anos de emancipação política.

Autor
Eduardo Amorim (PSC - Partido Social Cristão/SE)
Nome completo: Eduardo Alves do Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem às cidades sergipanas de Capela e Itabaiana, pelo transcurso, respectivamente, dos 122 e 128 anos de emancipação política.
Publicação
Publicação no DSF de 29/08/2012 - Página 44656
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, EMANCIPAÇÃO, MUNICIPIO, CAPELA (SE), ITABAIANA (SE), ESTADO DE SERGIPE (SE), REFERENCIA, HISTORIA, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, REGIÃO.

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco/PSC - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, todos que nos acompanham pelas redes sociais.

            Sr. Presidente, faço aqui hoje uma homenagem a duas importantes cidades do nosso Estado de Sergipe, que hoje completam anos de emancipação. Falo primeiro de Capela. Em seguida, falarei de Itabaiana, minha terra natal.

            Capela, uma cidade do Estado de Sergipe que teve os seus princípios no século XVIII, ainda quando o capitão Luís de Andrade Pacheco e sua mulher Perpétua de Matos França fixaram residência em terras situadas entre o Rio Japaratuba e a localidade de Coité. Já os tupinambás, as haviam abandonado, tangidos pela proximidade do homem branco. O sentimento religioso do casal determinou a doação, por escritura lavrada no tabelionato de Santo Amaro das Brotas, da quantia de cem mil réis, destinados à construção de uma capela sob o orago de Nossa Senhora da Purificação, no sítio denominado Tabuleiro da Cruz, em 1935, Sr. Presidente. Dois anos depois, estava a capela construída. A frequência de missas e de festejos promovidos pelo Padre Luís de Andrade Pacheco, filho dos doadores, atraiu moradores circunvizinhos, que construíram novas casas e ranchos nas proximidades.

            O plantio de algodão, a cultura da cana e o açúcar aumentaram o comércio e expandiram a localidade.

            No princípio do corrente século, o progresso do Município marchava mais vivo com a mecanização da sua indústria açucareira, datando de 1914 a primeira usina de açúcar cristal da região. E, em 1915, o ramal ferroviário Murta-Capela ligou-o aos Municípios servidos pela Viação Férrea Federal Leste Brasileiro, inclusive às capitais Aracaju e Salvador, o que, sem dúvida, proporcionou-lhe notável desenvolvimento.

            O distrito deve sua criação ao Alvará de 9 de fevereiro de 1813. Em virtude da resolução do Conselho do Governo, aprovada pela Lei Provincial de 19 de fevereiro de 1835, criou-se o Município, sob a denominação de Nossa Senhora da Purificação da Capela, com o território desmembrado de termo da Vila de Santo Amaro das Brotas.

            Mas foi a Lei nº 1.331, de 28 de agosto de 1888, que comemoramos hoje, que concebeu a sede municipal foros de cidade. Até 1954, era composto de um distrito apenas, quando sofreu reformulação administrativa pela Lei nº 554, de 6 de fevereiro, passando a quatro, Capela, Sede, Barracas, Miranda e Pedras. Atualmente, conserva tal composição e é sede da comarca de igual nome.

            A todos os capelenses com que estive no final de semana, naquele Município, e espero retornar muito em breve, meus sinceros bons votos de progresso, de prosperidade, e que Capela, povo bom, guerreiro, trabalhador, honesto e sincero, bonita a cidade, cidade histórica do nosso Estado de Sergipe e, com certeza, esperamos todos que a cidade tenha mais prosperidade e uma melhor conservação e que, num futuro bem próximo, possa realmente mostrar a todo o povo de Capela, espero numa administração vindoura mais profícua, uma qualidade de vida muito, muito melhor.

            E queria falar, Sr. Presidente, ainda nesta data, de outro Município que também hoje festeja sua emancipação política, este Município onde eu nasci, minha terra natal, que é cidade de Itabaiana.

            Datam da última década do século ainda XVI as primeiras notícias de terras doadas para serem localizadas nas regiões próximas ao Rio Sergipe, sendo a primeira delas dada ao fidalgo português Ayres da Rocha Peixoto. Suas terras atingiram áreas compreendidas entre os Rios Japaratinga e Sergipe, que correspondem, no mapa atual do Estado, aos Municípios de Itabaiana, Riachuelo e Santo Amaro das Brotas.

            E é justamente por essa época que se dá início ao povoado e à colonização de Itabaiana em grande escala. O povoado foi crescendo e, em 1698, foi denominado Vila do Santo Antônio e Almas de Itabaiana. Em menos de 30 anos, já possuía uma câmara representando o Município.

            Devido ao desenvolvimento econômico e processo de divisão administrativa pela qual passava a capitania, em 9 de julho de 1853 é criada a comarca de Itabaiana e, em 28 de agosto de 1888, por força da Resolução Provincial nº 301, foi elevada à categoria de cidade, na presidência de Francisco Paula Prestes Pimentel.

            Logo, hoje, Itabaiana, cidade da qual tenho muita honra de ser filho, comemora 124 anos da sua emancipação política. O Município cresceu e prosperou ao longo dos anos, é o quarto maior do Estado de Sergipe. Movimenta uma importante atividade comercial, seguramente a maior ou uma das maiores do interior e tem, também, uma atividade agrícola diversificada, sendo um grande produtor de mandioca, batata-doce, tomate e cebola - por isso somos chamados “ceboleiros” -, além de ser um grande centro distribuidor de produtos agrícolas para a região agreste do Estado.

            No que se refere ao nosso parque industrial, apesar de termos apenas indústrias de pequeno porte, essas são diversificadas. Contudo, temos um segmento que tem sido bastante promissor, que é a indústria sem fumaça, uma vez que turismo tem crescido muito na região em função do Parque Nacional da Serra de Itabaiana e do Parque dos Falcões.

            Mas Itabaiana tem também duas grandes particularidades. A primeira, é que a cidade é conhecida como a “Capital Brasileira dos Caminhões”, porque é a cidade que mais possui caminhões, proporcionalmente ao número de habitantes no País. A Festa dos Caminhoneiros é realizada há 46 anos e é considerado o maior evento de caminhões do Brasil. Recebe todos os anos caminhoneiros e turistas de todo país, que vão à cidade conferir uma vasta programação festiva, enfatizando a cultura do Município. Acontece no dia 12 de junho, durante a festa que abrange a Trezena de Santo Antônio, padroeiro da nossa cidade.

            A outra particularidade diz respeito à Filarmônica Nossa Senhora da Conceição, fundada em 1745 e em atividade ininterrupta há mais de dois séculos - para ser mais preciso, quase três séculos. Por suas dependências percorreram nomes ilustres da historiografia sergipana, a exemplo do jurista Tobias Barreto, como cantor e flautista; do notável brasileiro José Calazans e do grande político sergipano José Sebrão de Carvalho.

            Desde o ano de 2005, a denominação Filarmônica Nossa Senhora da Conceição deixou de representar apenas um grupo musical para constituir-se em instituição e abrigar diversos grupos e programas em suas dependências. Em 2007, A Sociedade Filarmônica Nossa Senhora da Conceição foi premiada nacionalmente, Sr. Presidente, com o programa de apoio a orquestras do Ministério da Cultura. Além de ser reconhecida como de utilidade pública municipal, estadual e federal.

            Por tudo que Itabaiana e o seu povo representam para Sergipe e para o País, quero dizer do meu grande prazer de ser itabaianense e, daqui da tribuna desta Casa, homenagear a minha terra e a minha gente.

            Sr. Presidente, Srs. Senadores, aqueles que nos ouvem pela Rádio e pela TV Senado, gostaria, ainda, de parabenizar um dos veículos de comunicação mais importantes de Itabaiana e da região agreste do Estado de Sergipe, a Rádio Capital do Agreste, que comemora hoje seus 25 anos. A emissora surgiu a partir da visão empreendedora de José Teles de Mendonça, João Germano Trindade e José Gilton Garcia, atendendo a um grande sonho do seu idealizador José Francisco de Mendonça - Chiquinho -, irmão da Deputada Maria Mendonça, do ex-Deputado Federal José Teles. Chiquinho nos deixou de forma muito precoce.

            E, por falar em perda precoce, Sr. Presidente, não posso deixar de registrar o meu enorme pesar e daqui, do plenário desta Casa, enviar ao meu amigo Deputado Estadual Gilson Andrade e à sua esposa Áurea Menezes os meus sinceros sentimentos pelo falecimento, na noite de ontem, de seu filho Bruno, que veio a cometer, Sr. Presidente... Uma perda muito precoce, quinze anos. Infelizmente, nos deixa muito cedo. Um acontecimento trágico, realmente. Bruno, um jovem, na flor da idade, acho que, num momento de desespero, de infelicidade, nos deixa e deixa todos os seus familiares com essa dor inenarrável, incomparável, indimensionável.

            Registro também a perda de Mariana Moura, enteada do amigo e Deputado Federal Laércio Oliveira, filha da grande amiga juíza de direito Adelaide - para os amigos, querida Del -, e do colega e amigo José Eduardo.

            Dois jovens que nos deixam de forma muito precoce. Em espaço de uma semana, muitas famílias sergipanas se entristecem com essa perda e com tamanha dor.

            Então, sem mais para o momento, Sr. Presidente, muito obrigado pela oportunidade.

            Ao Deputado Gilson Andrade, à Drª Áurea, ao amigo Laércio Oliveira, à amiga Adelaide, a Del, ao meu colega José Eduardo, nossos sinceros sentimentos de pesar pela perda realmente dos seus filhos queridos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/08/2012 - Página 44656