Pela Liderança durante a 158ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações acerca do projeto de lei que aprova o Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020. (como Líder)

Autor
Inácio Arruda (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/CE)
Nome completo: Inácio Francisco de Assis Nunes Arruda
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, PROGRAMA DE GOVERNO, EDUCAÇÃO.:
  • Considerações acerca do projeto de lei que aprova o Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 30/08/2012 - Página 44899
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, PROGRAMA DE GOVERNO, EDUCAÇÃO.
Indexação
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS, MOTIVO, APROVAÇÃO, AUMENTO, PERCENTAGEM, RECURSOS, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), DESTINO, PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, DEFESA, POSSIBILIDADE, IMPLEMENTAÇÃO, PLANO DE GOVERNO, DESTINAÇÃO, PARCELA, RECURSOS FINANCEIROS, ORIGEM, FUNDO SOCIAL, EXPLORAÇÃO, PETROLEO, RESERVATORIO, SAL, VINCULAÇÃO, PARTE, ROYALTIES, OBJETIVO, APLICAÇÃO, SETOR, EDUCAÇÃO, IMPORTANCIA, MELHORIA, FORMAÇÃO, PROFISSIONALISMO, POPULAÇÃO, BRASIL.

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Senadora Vanessa Grazziotin, que preside os trabalhos do Senado Federal, quero cumprimentá-la. V. Exª, que está numa campanha sempre muito dura na cidade de Manaus, não titubeou em vir aqui, porque sabe que estamos discutindo questões que interessam ao Brasil e que também interessam à cidade de Manaus. Hoje mesmo, discutimos e votamos recursos para a cidade de Manaus, com a presença de V. Exª, defendendo os interesses daquela cidade, o que é muito importante.

            Eu gostaria de tratar de um tema que estamos discutindo, há um bom tempo, no Senado Federal, no Congresso Nacional e, especialmente agora, na Câmara dos Deputados, que é o Plano Nacional de Educação. Isso é muito importante para o Brasil.

            A decisão adotada na Câmara de que 10% do PIB sejam destinados à educação é a medida mais ousada do Brasil, na sua perspectiva de desenvolvimento, da distribuição da riqueza, da capacitação do nosso povo. Porém, colocou-se uma interrogação: se era possível alcançar os 10% do PIB. Eu tenho dito que sim, que é possível alcançar os 10% do PIB. Existem fontes de recursos. Discutimos uma das fontes no Congresso Nacional, especialmente no Senado da República, que é usar uma riqueza que está em nossas mãos, que são os recursos do pré-sal, que estão destinados ao chamado Fundo Social do Pré-Sal, seccionando esse Fundo e destinando 50% desse Fundo para a educação. É o caminho mais ajustado. É o caminho mais correto.

            O projeto de lei de minha autoria, que já foi votado por unanimidade na Comissão de Educação, está sendo discutido na Comissão de Assuntos Econômicos, e, hoje, o Presidente Delcídio do Amaral anunciou que ele será pautado para o dia 11 de setembro, para que o discutamos e votemos já em decisão terminativa, no caso do Senado. Depois, o projeto vai tramitar na Câmara dos Deputados, onde espero que haja celeridade.

            Essa é uma questão muito, muito significativa. Não é possível nós anunciarmos para o Brasil que 10% para o PIB é impossível de ser alcançado. Não, isso é inaceitável! Eu considero que é possível, sim, chegarmos aos 10% do PIB, com fontes que já estão ao nosso alcance.

            Outra fonte também originária do petróleo e do gás são os recursos dos royalties. Hoje, eles são usados de acordo com o interesse do prefeito, do governador e mesmo do Governo Federal. Ele bota o recurso do royalty mais ou menos onde ele deseja, onde ele quer: pode ir para o superávit primário, pode ir para obras viárias, pode ir para qualquer coisa. Então, podemos também amarrar os recursos dos royalties por um período. Quem sabe podemos fazê-lo durante os próximos 30 anos? Para formar as pessoas, uma geração, levam-se 20 anos. Então, nos próximos 30 anos, os recursos dos royalties do petróleo e do gás, nós podemos destiná-los para a educação. Se fizermos isso, alcançaremos, sim, os 10% e vamos dar um salto extraordinário na formação do nosso povo.

            Hoje, por exemplo, Senadora Lídice da Mata - V. Exª já teve a oportunidade de governar uma das cidades mais importantes do Brasil, a cidade de Salvador -, na minha cidade de Fortaleza, 90% das crianças que mais precisam, que são as crianças de famílias de menor renda, que percebem até três salários mínimos, não dispõem sequer de creche. A cidade não consegue oferecer esse serviço, não suporta - pelo menos, é a afirmação feita publicamente - oferecer a educação infantil. E só atende efetivamente às séries iniciais do ensino fundamental: a alfabetização, a primeira, a segunda, a terceira e a quarta série. Na quinta série, o Estado tem de entrar, porque não conseguimos resolver ainda esse nó da educação em um Município que é a quinta maior cidade do Brasil, que é a cidade de Fortaleza, com quase 2,5 milhões de habitantes.

            Por esse assunto da educação temos nos batido aqui, a Senadora Lídice da Mata, que é da Comissão de Educação; o Senador Cristovam Buarque; o Senador Requião, outros Senadores e eu, na busca dessas fontes. E estamos anunciando fontes que estão em nossas mãos. Nós não estamos propondo criar nenhum tributo novo. Isso até poderia ser feito, mas não estamos propondo isso. Nós estamos dizendo: “Existe recurso. Está aqui o dinheiro do Fundo Social do Pré-sal, está aqui o dinheiro dos royalties. Vamos amarrar essa destinação”.

            E quero considerar uma notícia que vejo com muito otimismo, que foi a reunião da UNE e da Ubes com a Presidenta da República.

(Interrupção do som.)

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE) - Srª Presidenta Vanessa Grazziotin, peço-lhe mais um minuto, que liquido esse assunto (Fora do microfone.).

            Na reunião da Presidenta Dilma com a UNE e com a Ubes, essas entidades cobraram da Presidenta que era possível, sim, destinar os 10% do PIB para a educação. Ficou essa disputa entre o Ministério da Fazenda... Houve declaração do Ministro da Fazenda e declarações de agentes ligados à área da Fazenda, dizendo que isso era impossível, inaceitável. Há até um recurso na Câmara para se discutir se se reexamina ou não a questão da destinação dos 10% do PIB para a educação.

            Depois da reunião, a Presidenta da República anunciou para os dirigentes da UNE e da Ubes que as fontes que eles estavam apresentando são viáveis, sim, e que ela apóia a destinação dos 50% do Fundo Social do Pré-sal para a educação.

            A reunião também tratou da questão dos royalties, dizendo que se podem vincular os royalties também à educação, para não deixar essa destinação fluida, para quem quiser usar do jeito que quiser. Vamos amarrar com a educação. Vamos ligar à educação! Nós vamos dar outro patamar para o ensino no Brasil. Acho que é esse o nosso desejo.

            É por isso que apresentamos esse projeto, no sentido de vincular os 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação. Aqui, vamos ajustar melhor isso. Assim, poderá haver nossas creches na cidade de Fortaleza. Assim, todo o ensino fundamental poderá ficar nas mãos do Município de Fortaleza, e poderemos dar outra qualidade à educação na nossa cidade.

            É este o nosso desejo: ao vermos atendida a necessidade de Fortaleza, do Estado do Ceará, também queremos ver atendida a necessidade do Brasil.

            Muito obrigado, Sra Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/08/2012 - Página 44899