O SR. LUIZ HENRIQUE (Bloco/PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, meu caro Senador Waldemir Moka, acordo que, sem a participação de V. Exª, seria impossível. Eu quero, agradecendo as palavras de V. Exª, tributar a V. Exª, como aos demais membros da Comissão, a minha homenagem por essa lição de democracia que demos ali, na Comissão Parlamentar Mista, que aprovou o texto da emenda provisória, sancionada por Sua Excelência, Srª Presidente Dilma Rousseff.

            Mas, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho a esta tribuna para exaltar um fato relevante para o nosso País, é sobretudo relevante para Santa Catarina, mas é relevante também para todo o País.

            O Japão acaba de anunciar por seu governo que iniciará a importação de carne suína produzida no Estado de Santa Catarina. Quero dizer a V. Exª que isso só foi possível porque nós logramos obter, durante o meu governo, o status sanitário superior.

            Recebi, em Paris, há três anos, da Organização Mundial de Saúde Animal, o certificado de que Santa Catarina é Estado livre de aftosa sem vacinação. Não tivéssemos esse status, não tivéssemos uma estrutura de vigilância sanitária animal eficiente como temos, não lograríamos obter essa abertura do mercado japonês, que é um mercado altamente exigente, que é um mercado que estabelece um rigorismo de fiscalização sanitária dos produtos que importa muito grande.

            Isso é relevante para o País porque abriu Santa Catarina e, certamente, o Japão haverá de estender essa medida para os demais Estados produtores.

            O Japão é o maior importador de carne suína em todo o mundo. Importou no ano passado 1,2 milhão de toneladas de produtos oriundos da produção suína.

            Com essa medida, Sr. Presidente, Srs. Deputados, com essa medida, aumentarão em 15%... Aliás, ao termos a possibilidade de exportar 15% do total que o Japão adquire, nós exportaremos, só para o Japão, 180 mil toneladas. Isso representa 30% do que o Brasil todo exporta desse produto. E essa cifra é igual a toda a produção exportada de Santa Catarina.

            É, portanto, uma notícia alvissareira e auspiciosa. Outros mercados virão. Aliás, os Estados Unidos já aprovaram em audiência pública a importação de carne suína catarinense. O processo está nos seus trâmites finais. E, com os Estados Unidos, virão outros mercados, outros grandes mercados, como Filipinas e outros países satélites dos Estados Unidos. As exportações de carne suína haverão de modificar o clima de angústia em que vivem principalmente os produtores independentes de suínos do nosso Estado.

            Em Santa Catarina, há oito mil produtores de suínos, sendo 850 independentes. E hoje vivem uma crise sem precedentes, representada pela queda do preço do produto e pelo aumento dos insumos, principalmente dos grãos, Sr. Presidente, que, produzidos no seu Estado, pelo custo do transporte, pela falta de malha rodoviária ligando Dourados a Chapecó, pela falta de estrutura de transporte mais barata para percursos longos, o preço do milho e da soja chega ao produtor catarinense pelo menos pelo dobro do preço praticado no Brasil central. Sendo, Sr. Presidente, que cerca de 75% dos custos de produção de suínos são representados por sua alimentação, constituída em cerca de 70% de milho e 30% de soja.

            Por essa razão, o aumento do mercado haverá de contribuir com a perspectiva de exportarmos para o Japão uma quantia equivalente a todas as exportações atuais do nosso Estado e a 30% das exportações brasileiras. Com esta perspectiva, temos a expectativa de que haverá uma alta no preço do produto e com isso uma equação mais rápida para a crise por que passa o setor.

            Muito obrigado