Discurso durante a 159ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Cobrança da ativação das zonas de processamento de exportação criadas no Estado de Santa Catarina.

Autor
Luiz Henrique (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Luiz Henrique da Silveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL, GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Cobrança da ativação das zonas de processamento de exportação criadas no Estado de Santa Catarina.
Publicação
Publicação no DSF de 31/08/2012 - Página 45126
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL, GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, DEMORA, ATIVAÇÃO, ZONA DE PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÃO (ZPE), ESPECIFICAÇÃO, AREA, MUNICIPIO, IMBITUBA (SC), ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), REGISTRO, IMPORTANCIA, PROJETO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, MOTIVO, SITUAÇÃO, DIFICULDADE, COMPETITIVIDADE, INDUSTRIA NACIONAL, INDUSTRIA, AMBITO INTERNACIONAL, EXPECTATIVA, MELHORIA, ESFORÇO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ENFASE, EXISTENCIA, INTERESSE, EMPRESARIO, REGIÃO, POSSIBILIDADE, CRIAÇÃO, EMPREGO, MELHORAMENTO, TECNOLOGIA, SERVIÇO.

            O SR. LUIZ HENRIQUE (Bloco/PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há quase 25 anos o Brasil aderiu ao regime de zonas de processamento de exportação.

            Foram criadas 24 dessas zonas de processamento, uma delas no Porto de Imbituba, em Santa Catarina. Passaram-se quase 25 anos, e essas zonas de processamento de exportação continuam no papel, continuam criadas, algumas com as instalações construídas, como a de Imbituba, em Santa Catarina. Lá, o Estado fez um grande investimento com uma fila grande, uma carteira grande de empresas interessadas em ali se instalarem, e até agora nada.

            As zonas de processamento de exportação foram a estratégia adotada para a rápida e bem-sucedida transição da economia planejada para a economia de mercado.

            A China só pôde realizar a grande revolução econômica que a colocou na liderança mundial porque adotou freneticamente esse sistema de plataforma de exportação. Os chineses possuem 187 dessas plataformas; o Vietnã, 185; a Hungria, 160; a República Tcheca, 92, e a Polônia, 48, somente para citar alguns países que pertenceram à órbita daqueles que adotaram o regime marxista-leninista e que estão tendo saltos no seu desenvolvimento. Atraindo volumosos recursos e investimentos estrangeiros, têm propiciado a redução de desequilíbrios regionais, têm fortalecido a sua balança de pagamentos, têm promovido a capacitação científico-tecnológica nacional e dado um salto na inovação, têm gerado empregos de renda mais elevada, têm propiciado um aumento crescente da competitividade das suas indústrias e obtido grandes avanços no seu desenvolvimento nacional.

            O Ministro Roberto Colin, do Itamaraty, que acaba de assumir a missão de Embaixador na Coreia do Norte, e que o fez voluntariamente com a dedicação que sempre teve no exercício de suas funções em favor do nosso País, relatou-me recentemente que a Coreia do Norte também está iniciando um processo de transição da economia planejada para a economia de mercado, instalando zonas de processamento de exportação na divisa com a Coreia do Sul. E pasmem, Srs. Senadores, recebem diariamente trabalhadores sul-coreanos, que vão trabalhar nas ZPEs norte-coreanas. Esse é um assunto que merece estar na agenda nacional de soluções prioritárias.

            O setor industrial brasileiro passa por um período de grande dificuldade na competição com a indústria estrangeira. A competitividade nacional caiu extraordinariamente. Os investimentos nacionais, que deveriam ser de 25%, estão situados por volta dos 17%. Os investimentos públicos em infraestrutura, em apenas 2% quando deveriam ser de 5%. E temos, agora, a expectativa de que esse quadro mude com a política anunciada por Sua Excelência, a Senhora Presidente Dilma Rousseff. Mas o quadro hoje é esse. E a competitividade da indústria nacional é afetada, não apenas pela nossa carente infraestrutura, pelas taxas de juros, que, embora declinantes, ainda são mais elevadas que a média mundial, a carga fiscal que já se aproxima de 35% do PIB.

            Ora, Sr. Presidente, Srs. Senadores, a ativação dessas 24 ZPEs, com a instalação de centenas, milhares de empresas isentas de tributos na exportação e na importação, vai propiciar ao País o mesmo salto que se vem registrando na China, Vietnã, nas duas Coréias e em tantos outros países.

            A Zona de Processamento de Imbituba, que foi identificada no Master Plan de Santa Catarina, elaborado pelo saudoso Raphael de Almeida Magalhães e pelo extraordinário brasileiro Eliezer Batista como o grande porto estratégico do Mercosul, tem, há mais de dez anos, identificadas dezenas de empresas que estão apenas aguardando o início da ativação da política nacional dessas plataformas industriais para lá se instalarem, para lá produzirem, para lá gerarem empregos, para lá gerarem divisas, para lá gerarem competência científica, tecnológica e inovação.

            Deixo aqui, Sr. Presidente, Srs. Senadores, esse alerta para que o Brasil finalmente instaure esse processo pelo qual os países pobres latino-americanos estão aumentando a sua renda e o seu desenvolvimento. Cito o exemplo da pequenina Costa Rica, que já tem instaladas e em funcionamento 139 ZPEs; o México, 109; a República Dominicana, 107; a Nicarágua, 34. Citei alguns países latino-americanos que têm se favorecido com esse sistema para geração de emprego e renda e para a promoção do desenvolvimento.

            Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/08/2012 - Página 45126