O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. PR - ES) - Está bem. Está concedido.

            Amanhã, na CCJ, será lido o relatório do Senador Ricardo Ferraço.

            O Presidente Eunício vai colocar o Projeto nº 072, de V. Exª, em parceria com o Guido Mantega. E eu vou avisar a V. Exª que amanhã eu vou pedir vista do Projeto nº 072, por não concordar com ele, entendendo que o Governo precisa não dar prêmio de consolação para Santa Catarina, nem para Mato Grosso, nem para Goiás, nem para o Espírito Santo, mas discutir uma passagem respeitosa que não seja o massacre de Estados, de um Estado pequeno como o meu, em nome da indústria do Brasil ou de uma falácia, de uma falácia, Senador Paulo Paim, que é a seguinte: “Nós estamos com uma crise internacional se avizinhando”.

            Toda vez que nego quer fazer uma maldade com um Estado inventa essa mentira, essa “crise internacional” que nunca chega aqui, uma crise internacional que no ano passado chegou perto do mundo inteiro, aqui chegou, como dizia Lula, uma marolinha. E a mesma conversa de gerente de banco quando não quer emprestar dinheiro para um cidadão comum. O cidadão senta na frente dele e ele diz: “Ah, não pode. É norma do Banco Central”. Norma do Banco Central! Nunca nem conversou com ele. Mas o cara vai discutir o quê, se é norma do Banco Central? Aí ele fala: É por causa da crise internacional. Aí todo mundo se acovarda. E aí, em nome do fortalecimento de São Paulo, para quem fala na descentralização - e tudo é centralização em São Paulo - nós temos que resistir até o final, Senador Romero, porque o Estado do Espírito Santo, Goiás, Santa Catarina, Mato Grosso não podem pagar o preço desse procedimento que o Sr. Guido Mantega quer nos sepultar de uma forma indecente, sem fazer uma passagem que não seja para esses Estados um prêmio de consolação.

            Então, espero que até V. Exª, que diz que é o pai em conjunto com o Guido desta matéria, nos ajude amanhã, porque eu vou pedir vista, e que V. Exª nos ajude. Convença o Guido, que é seu amigo particular, de rediscutir essa matéria de maneira que...

            Aliás, eu acho que quem é seu amigo sou eu. Ele não é tão amigo seu como eu, não, mas convença-o de discutir uma passagem tão respeitosa que, ao chegar lá na frente, sem tempo determinado, porque passagem não pode ter tempo determinado de três, quatro anos, para que o Estado do Espírito Santo, o meu Estado não pague um preço tão caro. Um Estado que fez o dever de casa, um Estado que se ergueu, se estruturou, que fez o dever de casa, agora é punido porque fez o dever de casa como os outros Estados.

            Eu fiz igual Mão Santa, agora, fiz um discurso na Presidência.

            Tem V. Exª a palavra.