O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco/PMDB - AM. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Agradeço a V. Exª, Senador Casildo Maldaner, e saúdo o nosso Presidente Sarney.

            Sr. Presidente, Srs. Senadores e Srªs Senadoras, primeiro, quero registrar com absoluta satisfação, em nome da Liderança do Governo, a viagem do Sr. Ministro de Minas e Energia, Senador Edison Lobão, ao Estado do Amazonas, no dia de ontem, em companhia do Presidente da Eletrobrás, do Presidente da Eletronorte e da Presidenta da Petrobras, para assinar contrato de uma nova usina de geração de energia, de 600 megawatts, na cidade de Manaus e, ao mesmo tempo, visitar as subestações de entrada do Linhão de Tucuruí.

            Isso tem uma importância muito grande, Sr. Presidente, porque essa realização do Governo da Presidenta Dilma tirará o Amazonas do sistema isolado de energia elétrica, estabelecendo para o Estado do Amazonas uma revolução estruturante na área de geração de energia.

            Desde 1998, quando Manaus viveu um grande apagão, é preciso destacar a vontade política do Presidente Lula, da então Ministra de Minas e Energia, Presidenta Dilma hoje, e, agora, do nosso Ministro Edison Lobão de implementar uma política estruturante que estabelecesse uma solução definitiva para a segurança energética do Estado do Amazonas.

            Milhares de amazonenses serão integrados ao sistema hídrico brasileiro de energia elétrica, portanto com grandes expectativas, para o ano que vem, de redução da tarifa de energia, de acordo com a medida provisória que está tramitando nesta Casa e também com os novos investimentos que estão sendo feitos. É importante destacar isso, tendo em vista a solução estruturante que está sendo dada para o Estado do Amazonas.

            Sr. Presidente, Srs. Senadores e Srªs Senadoras, eu também gostaria de destacar a recente audiência pública, realizada no Palácio do Planalto, com a Senhora Presidenta da República, com o Governador do Estado e com os Senadores Eduardo Braga e Vanessa Grazziotin, em que uma série de investimentos, tanto na capital quanto no interior do Estado do Amazonas, acabam de ser definidos pela nossa Presidenta da República. Eu me refiro principalmente ao Anel Viário, ao Rodoanel que vai interligar a região portuária da cidade de Manaus ao distrito industrial e, de lá, ao Porto de Manaus. É uma obra de R$260 milhões, que melhorará a competitividade dos nossos produtos do Polo Industrial e, ao mesmo tempo, estabelecerá uma melhoria na mobilidade urbana e uma melhoria na nossa capacidade de produção no Polo Industrial, para que nós possamos desenvolver essa região.

            Nos idos de 1998, Sr. Presidente, o Amazonas vivia, bem antes do Brasil, o nosso maior e quase interminável apagão. Foram momentos de muito sofrimento para todos: população, empresários, trabalhadores e governantes. Não conseguíamos ver o futuro, e a solução nos parecia impossível diante da falta de vontade política do Governo Federal de então em relação ao tamanho do investimento necessário para tirar nosso Estado de anos sem investimentos no setor de energia. O nosso parque gerador estava destroçado, e a nossa rede de distribuição, envelhecida e defasada, diante do crescimento desordenado de Manaus.

            Com o sistema isolado do resto do Brasil, tínhamos o Polo Industrial da Zona Franca de Manaus, mas não possuíamos segurança energética que possibilitasse novos investimentos. O interior do Amazonas estava às escuras, com as cidades tendo apagões ou racionamentos. Não havia esperança nem luz no fim do túnel.

            Chegamos a 2002, com a eleição do Presidente Lula e com a nossa eleição para o Governo do Amazonas. Logo, procuramos o novo Presidente, desesperados por encontrar uma solução de curto prazo, que viesse reacender a esperança de poder acreditar em um futuro melhor para todos os amazonenses.

            Foi quando o Presidente Lula me apresentou, ainda na transição, a futura Ministra Dilma Rousseff, atual Presidenta da República. Com eles, dividimos nossas angústias e nosso desespero. Vimos que, com o Presidente Lula, podíamos sonhar em ter um aliado com quem pudéssemos contar para o enfrentamento de um quadro tão difícil e, ao mesmo tempo, tão desesperador.

            Estávamos diante de um novo quadro e de uma nova vontade política para a Amazônia e para o Amazonas. Logo, ele determinou à então Ministra Dilma que encontrasse a solução para que não mais faltasse energia e que criássemos uma solução estruturante e definitiva para o problema.

            Eis que o novo tempo iniciava. Grupos geradores de 1,4 megawatts que estavam parados em diversos pontos do País, sendo remunerados com recursos da CGE, sem funcionamento, foram deslocados para Manaus em caráter de urgência. Com isso, evitamos apagões em 2003 e em 2004. Três usinas compostas por mais de 100 pequenos geradores foram instaladas em Manaus. Assim, começamos uma revolução de energia que nos traz para a realidade de hoje no Amazonas e na Amazônia.

            Construímos o gasoduto Urucu-Coari-Manaus, obra revolucionária em plena floresta amazônica, que transformou nossa matriz energética e nos colocou diante de novas fronteiras de sustentabilidade e energia limpa no Estado do Amazonas. Vale lembrar que, até então, éramos produtores de energia suja, derivada de termoelétricas de óleo combustível. Juntamente com o gasoduto, trouxemos novas térmicas que seriam depois transformadas em térmicas a gás. Produtores independentes chegaram ao Amazonas, com investimentos privados e públicos. Renovamos antigas térmicas. Modernizamos nosso parque. Investimos em redistribuição, em novas subestações e, finalmente, no Linhão do Tucuruí, que nos tiraria do isolamento definitivo e nos colocaria no padrão hídrico de energia.

            Hoje, Manaus se prepara para o futuro, com muitos desses sonhos já realizados e outros em fase de se tornarem realidade.

            O Ministro Edison Lobão e toda a equipe da Eletrobras, da Eletronorte e do Amazonas Energia, juntamente com a Petrobras, estiveram no Amazonas, não somente em Manaus, mas em toda a região metropolitana, para anunciar novos investimentos, fiscalizar novas etapas e assinar novos contratos, em um total de R$8 bilhões, aproximadamente, para o período 2013-2016.

            Sr. Presidente, o Linhão do Tucuruí está chegando. A etapa do Amazonas fica pronta em dezembro de 2012, e a etapa do Pará, em julho de 2013, ligando o sistema elétrico nacional à região metropolitana e aos Municípios da margem esquerda do Rio Amazonas.

(Interrupção do som.)

            O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco/PMDB - AM) - É um sonho que se realiza, mas não é só isso (Fora do microfone.). Assinalamos um novo contrato de construção de uma usina de 600 megawatts em Manaus, desta feita em ciclo combinado, a primeira da Região Norte do Brasil, com a eficiência de nova geração energética com tecnologia de ponta. É energia nova, limpa e moderna.

            O Linhão entre Manaus e Manacapuru está pronto, está funcionando. O sistema de Iranduba também está pronto e está funcionando. Agora, vamos para Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Silves e Itapiranga.

            Estamos planejando os demais Municípios da margem esquerda. O sonho, no entanto, continua. Parintins, Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Urucurituba e Maués estão esperando pela extensão dessas ações, para também saírem do isolamento e ampliarem nossas conquistas.

            Isso só é possível, porque a vontade política do Governo Federal, com a Presidenta Dilma, continua a alimentar nossas esperanças e a transformar...

(Interrupção do som.)

            O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco/PMDB - AM) - ...nossos sonhos em realidade (Fora do microfone.).

            Os apagões na capital, Sr. Presidente, que sempre têm sido um desafio e uma preocupação para nosso povo e para nossa economia, começam a ter seus dias contados.

            Resolvido o problema de geração e de interligação do sistema elétrico, estamos enfrentando o anel de alta tensão na distribuição de energia da cidade de Manaus, que estará pronto em abril de 2013. Ele se somará às mais de 15 subestações.

            A construção e a substituição de centenas de transformadores e alimentadores possibilitaram a subdivisão dos circuitos e a melhoria do equilíbrio do sistema, podendo assegurar que, em Manaus, está perto o fim de tanto sofrimento.

            A segurança energética do nosso sistema é a garantia que nossas indústrias necessitam para poder investir mais e gerar novos empregos, criando um novo tempo e uma nova era de desenvolvimento, desta feita não mais apenas na capital, mas, sim,...

(Interrupção do som.)

            O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco/PMDB - AM) - ...na região metropolitana e em todo o interior (Fora do microfone.).

            A Presidenta já enviou para o Congresso Nacional a prorrogação da Zona Franca de Manaus para 2073, por mais 50 anos, e a sua extensão para a região metropolitana.

            Assim, com energia elétrica, ponte sobre o Rio Negro, estrada duplicada para Manacapuru, estrada recuperada e com nova ponte sobre o Rio Preto para Itacoatiara, fibra óptica com banda larga para a região metropolitana, novos distritos industriais, o novo anel viário hoje anunciado pela Presidenta ao Governador do Estado, nós garantiremos a oferta de novos empregos nesses Municípios e o início de um verdadeiro novo tempo.

            Isso é só o começo. Queremos mais, muito mais! Com indústrias de transformação a partir do gás, do petróleo e da silvinita, inserindo-nos no agronegócio, sem que uma árvore seja derrubada, fabricaremos potássio, ureia, nitrogênio, entre outros. Assim, vamos nos preparar para um futuro melhor à medida que nossos filhos tenham acesso à universidade para se transformarem em cidadãos por inteiro.

            Por isso, temos de continuar pedindo que essa vontade política possa permanecer, para que muitas conquistas que ainda faltam possam chegar aos nossos filhos.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.