Pela Liderança durante a 190ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem à memória do ex-Deputado Federal Ulysses Guimarães; e outro assunto.

Autor
Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à memória do ex-Deputado Federal Ulysses Guimarães; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 16/10/2012 - Página 53735
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, PROFESSOR.
  • HOMENAGEM POSTUMA, ANIVERSARIO DE MORTE, ULYSSES GUIMARÃES, EX-DEPUTADO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, VIDA PUBLICA, CONTRIBUIÇÃO, REDEMOCRATIZAÇÃO, PAIS, LUTA, COMBATE, DITADURA, DEFESA, ETICA, CONDUTA, ATIVIDADE POLITICA.

            O SR. ALVARO DIAS (Bloco/PSDB - PR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Senadora Ana Amélia, Srs. Senadores, a nossa homenagem aos professores do Brasil. 

            O professor é o artífice da Pátria. De suas mãos, hábeis ou inábeis, a grandeza ou a impotência da nacionalidade.

            A nossa homenagem, neste dia, a todos os professores brasileiros.

            Estamos hoje vivendo duas décadas sem Ulysses Guimarães. Hoje é dia também de homenagens a essa liderança excepcional, do meu ponto de vista, a maior de todas de minha geração.

            A lacuna abissal deixada pelo político Ulysses Guimarães se projeta nos dias atuais. Um vazio ético e de decência no exercício da atividade parlamentar é perceptível no marco dos 20 anos de sua morte.

            Ulysses foi um estadista memorável e sua presença indelével no epicentro dos principais acontecimentos da História de nosso País, na segunda metade do século XX, ficou marcada nas vertentes do "Senhor Constituinte", "Senhor Diretas", personificando a mais legítima expressão parlamentar em defesa da cidadania.

            Eu tive a felicidade de conviver com Ulysses Guimarães como Presidente do MDB, como condutor da campanha das Diretas Já, convocando-me a organizar o primeiro grande comício por eleições diretas, que se realizou na Boca Maldita, em Curitiba, no dia 12 de janeiro de 1984.

            O seu notável itinerário político será reverenciado por inúmeros oradores nesta segunda-feira. Registramos de forma singela que ele foi capaz de capitanear a resistência ao regime autoritário com bravura cívica. Com destemor empunhou a bandeira da anistia e foi o timoneiro de muitos lemes: do movimento "Diretas Já" à Assembleia Nacional Constituinte. 

            Ulysses foi um protagonista que nunca deixou sua vaidade pessoal roubar a cena. Articulou com maestria e soube agregar, reunir e arregimentar forças em prol da pátria e dos brasileiros.

A moral é o cerne da Pátria. A corrupção é o cupim da República. República suja pela corrupção impune tomba nas mãos de demagogos, que, a pretexto de salvá-la, a tiranizam. Não roubar, não deixar roubar, pôr na cadeia quem roube, eis o primeiro mandamento da moral pública.

 

            Esse trecho lapidar do discurso proferido por ocasião da promulgação da Constituição cidadã é atualíssimo.

            Do discurso Constituintes: Os profetas do Amanhã, proferido após ser eleito Presidente da Assembleia Nacional Constituinte, em 2 de fevereiro de 1987, retiro algumas passagens memoráveis. Disse Ulysses:

Quando as elites políticas pensam apenas na sobrevivência de seu poder oligárquico, colocam em risco a soberania nacional. A segurança será sempre precária, onde houver o clamor dos oprimidos. Nenhum país será suficientemente poderoso, se poderosa não for a coesão entre os seus habitantes. Uma casa dividida não saberá opor-se com êxito ao assalto dos inimigos. Liberdade, soberania, justiça. Sobre essas ideias simples constituíram-se as maiores nações da história. Toda história política tem sido a luta do homem para realizar, na terra, o grande ideal de igualdade e fraternidade. Vencer as injustiças, sem violar a liberdade, pode parecer programa para sociedades da utopia, como tantos sonhadores escreveram antes e depois de Morus. mas, na realidade, é um projeto inseparável da existência humana e que se cumpre a cada dia que passa. Os momentos de despotismo, com todo o assanho dos tiranos, são eclípticos. Prevalece a incessante expedição da humanidade para a realização do reino de Deus entre os homens, conforme a grande esperança cristã. Conduzir essa caminhada é tarefa da política. Sem esse ideal maior, a política desce de sua grandeza à superfície das disputas menores, do jogo ridículo do poder pessoal, da acanhada busca de glórias pálidas e efêmeras.

            Que Ulysses Guimarães nos inspire!

            Muito obrigado, Srª Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/10/2012 - Página 53735