Discurso durante a 190ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários sobre matéria que destaca o nível de competitividade do Brasil.

Autor
Luiz Henrique (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Luiz Henrique da Silveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ECONOMIA NACIONAL. EDUCAÇÃO.:
  • Comentários sobre matéria que destaca o nível de competitividade do Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 16/10/2012 - Página 53752
Assunto
Outros > ECONOMIA NACIONAL. EDUCAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ASSUNTO, CRESCIMENTO, COMPETITIVIDADE, BRASIL, ESPECIFICAÇÃO, DISCUSSÃO, OBSTACULO, MELHORIA, CAPACIDADE, COMPETIÇÃO INDUSTRIAL, EXCESSO, GASTOS PUBLICOS, TRIBUTAÇÃO, PRECARIEDADE, INFRAESTRUTURA, PAIS.
  • COMENTARIO, REDUÇÃO, FORMAÇÃO, CARREIRA, LICENCIATURA, PROFESSOR.

            O SR. LUIZ HENRIQUE (Bloco/PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª. Presidente, Senadora Angela Portela, Srªs e Srs. Senadores, o jornal Estado de S. Paulo publica uma matéria, em sua edição de hoje, assinada pelo jornalista Renato Cruz, na qual nos dá uma notícia esperançosa, uma notícia que nos nutre de esperança.

            Pela primeira vez, o Brasil passou para o quadro dos 50 países mais competitivos do mundo, embora a nossa colocação seja o 48º lugar. 

            No dia de ontem, os jornais de Santa Catarina estamparam em manchete uma notícia altamente preocupante. Uma pesquisa feita entre jovens adolescentes revelou, Senador Cristovam Buarque, que apenas 2% desejam ser professores. Essa é uma estatística altamente entristecedora.

            E veja, Srª Presidente, Srs. Senadores, dentre os pontos negativos que dificultam a competitividade nacional, o Fórum Econômico Mundial elencou, além daquilo a que já me referi, a desconfiança na política e nos políticos, que está em 121º lugar; a excessiva regulamentação do governo, em 144º lugar; o desperdício de gastos públicos, em 135º lugar; a qualidade da infraestrutura de transportes, em 79º lugar; e a educação, no 116º lugar.

            Portanto, a educação, implicando baixos investimentos em pesquisa científica e tecnológica, baixos padrões de inovação, é um dos itens que obstaculizam a competitividade nacional.

            O relatório do Fórum Econômico Mundial salienta outro item que afeta a nossa competitividade. O transporte de uma tonelada de soja, produzida no norte do Mato Grosso para Xangai, na China, passando pelo Porto de Santos, pode chegar a US$ 180,00, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria. Em comparação, levar uma tonelada de Soja de Davenport, nos Estados Unidos, para a mesma cidade chinesa, custa R$108,00.

            No relatório mais recente do Fórum Econômico Mundial, a que já me referi, o Brasil ficou, como já disse, em 48º lugar entre 144 países analisados. Outro estudo feito pela Economist Intelligence Unit, dos Estados Unidos, mostrou o Brasil na 37ª posição entre os países.

            Evidentemente que há outros gargalos, e o gargalo maior é a carga fiscal que já atinge 36% do PIB, não obstante o esforço que a Presidente Dilma Roussef tem feito para reduzi-la, para incrementar a indústria nacional. Mas a carga fiscal, aliada ao alto poder de regulamentação, é um grande dificultador do desenvolvimento nacional e da competitividade do País.

            O excesso de regulação exige que as empresas cumpram 97 obrigações contábeis, o que representou, em 2011, um custo médio de 1,5% de seu faturamento. As empresas gastam muito mais nas chamadas informações parafiscais que as empresas são obrigadas enviar à Receita. Os gargalos são muitos.

            Já referi em outro discurso à questão dos juros declinantes, mas ainda altos, a questão da ciclotimia do câmbio, os gargalos se somam à infraestrutura, à educação, ao baixo investimento nacional - não chegamos ainda a 20% do PIB em termos de investimentos públicos e privados e não chegamos ainda aos 5% mínimos necessários aos investimentos públicos. Além disso, os investimentos na inovação ainda mal passam de 1% do PIB, sendo de se considerar que é pequena a participação do setor privado.

            Faço este pronunciamento, Srªs. e Srs. Senadores, para lamentar que, entre jovens adolescentes que sonham com uma carreira, apenas 2%, em Santa Catarina, que tem um alto padrão de desenvolvimento humano, que tem o Índice de Desenvolvimento Humano semelhante ao do Chile, que tem um índice de escolaridade de quase 100% (99,90%), até mesmo em Santa Catarina, é desalentador dizer que apenas 2% dos jovens, quando se tornarem adultos, querem se tornar professores.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/10/2012 - Página 53752