Pronunciamento de Anibal Diniz em 15/10/2012
Discurso durante a 189ª Sessão Especial, no Senado Federal
Comemoração do Dia do Aviador.
- Autor
- Anibal Diniz (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
- Nome completo: Anibal Diniz
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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FORÇAS ARMADAS.
HOMENAGEM.:
- Comemoração do Dia do Aviador.
- Publicação
- Publicação no DSF de 16/10/2012 - Página 53722
- Assunto
- Outros > FORÇAS ARMADAS. HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM, DIA, AVIADOR, COMENTARIO, HISTORIA, AVIAÇÃO, IMPORTANCIA, FORÇA AEREA, DEFESA NACIONAL.
- ELOGIO, ATUAÇÃO, FORÇA AEREA BRASILEIRA (FAB), ESTADO DO ACRE (AC), ATIVIDADE ASSISTENCIAL, VITIMA, INUNDAÇÃO, AUXILIO, REALIZAÇÃO, ELEIÇÕES, INTERIOR, GRUPO INDIGENA.
O SR. ANIBAL DINIZ (Bloco/PT - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Exma Srª Senadora Ana Amélia; Exmo Sr. Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito; Exmo Sr. Comandante em exercício da Marinha do Brasil, Almirante de Esquadra Fernando Eduardo Studart Wiemer; Exmo Sr. Comandante Logístico do Exército, General de Exército Marco Antônio de Farias, representando, neste ato, o Comandante do Exército Brasileiro, General de Exército Enzo Martins Peri; senhores integrantes da Aeronáutica e demais Forças do Estado brasileiro aqui presentes, quero dizer da minha alegria e da minha honra em estar presente a esta sessão.
Todos sabemos que vivemos um período de segundo turno das eleições no Brasil. Nós temos segundo turno também na capital do Acre, Rio Branco. E, por dever de ofício, deveria estar lá por conta de termos uma disputa bastante acirrada, mas não poderia deixar de comparecer a um compromisso que é, para mim, um compromisso de respeito profundo pelas Forças Armadas do Brasil, que são, no meu entender, o sustentáculo do Estado brasileiro. E eu tinha que estar presente para render a minha homenagem pessoal e a homenagem do povo do Acre, do Governador Tião Viana, dos nossos prefeitos e vereadores às Forças Armadas e, particularmente, à Força Aérea Brasileira, nesta data em que comemoramos o Dia do Aviador.
Então, senhores e senhoras aqui presentes, telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, estou aqui presente exatamente para externar o meu orgulho de pertencer à Nação brasileira e o meu orgulho de termos Forças Armadas tão cônscias das suas responsabilidades e do dever patriótico de assegurar a segurança e de cumprir fielmente o seu dever constitucional.
Então, estão todas as Forças Armadas brasileiras de parabéns. E aproveito para fazer o meu pronunciamento de saudação a esta data.
Há 106 anos, às 16h45 do dia 20 de outubro de 1906, pela primeira vez, o homem voou num aparelho mais pesado que o ar.
Naquele dia, no campo de Bagatelle, em Paris, o brasileiro de Minas Gerais Alberto Santos Dumont colocava no ar o seu lendário 14-Bis num voo de 60 metros, a uma “altitude” de 2 a 3 metros do solo.
O que hoje poderia parecer um feito limitado, foi, na verdade, um dos maiores feitos realizados pelo homem na conquista e avanço da tecnologia a seu serviço.
Considerado, com justa razão, um herói nacional, Santos Dumont foi o primeiro homem a voar um avião que, utilizando-se exclusivamente de seus próprios meios, na presença de uma verdadeira multidão, teve seu voo homologado pelo órgão oficial de aviação da época, o aeroclube da França, respaldado formalmente pela Federação Aeronáutica Internacional.
Do primeiro voo do 14 Bis aos dias de hoje, a aviação experimentou um avanço inimaginável. Hoje temos aviões de todos os tipos e para todas as utilidades: helicópteros que transportam pessoas ou que apagam incêndios, aeronaves que pousam e levantam voo na água, aviões teleguiados e aparelhos "fantasmas", capazes de voar sem serem identificados mesmo por sofisticados radares.
Temos também - e hoje o Brasil inclui-se entre os seus produtores - poderosos aviões de caça para patrulhar e defender nosso território e nossas fronteiras.
E tudo isso - e muito mais que ainda virá no futuro - começou com aquele voo de 60 metros, lá no início do século passado, no campo de Bagatelle.
Por sua grande importância na história da aviação, o dia 23 de outubro foi escolhido como Dia do Aviador, para homenagear todos aqueles que, movidos pelo mesmo ímpeto do inventor do avião, aprenderam a dominar a arte de voar para transportar pessoas, alimentos, equipamentos, cargas de todos os tipos e para todos os fins, além de prestar socorro a quem dele necessita, nos mais longínquos e, às vezes, quase inacessíveis lugares. E o Estado do Acre que o diga.
Neste particular, o meu Estado, o Acre, tem uma grande dívida de gratidão, que neste dia não poderia deixar de ser lembrada.
Por várias vezes, a colaboração da Força Aérea Brasileira foi - e sempre continua a ser - de importância fundamental para o enfrentamento de calamidades climáticas, combate a doenças endêmicas e para o próprio desenvolvimento de nosso Estado.
Nas enchentes do início deste ano, que afetaram mais de 65 mil acrianos, a Força Aérea Brasileira colocou à disposição três aeronaves para o transporte de bombeiros da Força Nacional de Segurança, de militares do Exército e de pessoas afetadas pela calamidade, além de realizar a distribuição de alimentos nos municípios atingidos, contribuindo para diminuir o sofrimento de milhares de pessoas. Mas as ações da Força Aérea Brasileira não são apenas pontuais. Exemplo disso é que o Acre é o primeiro Estado a receber projeto do Governo Federal para reduzir a mortalidade infantil e materna na população indígena aldeada, no qual a participação e o apoio da Força Aérea Brasileira, com as aeronaves C-98 e C-99, além do helicóptero H1H, tem sido imprescindível.
No dia da Amazônia, militares e aeronaves da Força Aérea contribuem das mais diferentes formas para ajudar a população a vencer o isolamento, os problemas de saúde, a enfrentar o risco de vida e as dificuldades da vida na floresta. Ao longo do ano, aeronaves transportam equipes de saúde, vacinas, doentes, enfim, levam socorro para quem precisa. E um grande serviço é prestado por intermédio do Correio Aéreo Nacional, nas rotas que atendem as comunidades isoladas e carentes.
Nas eleições deste ano, helicópteros e aviões da Força Aérea foram empregados no transporte de urnas, equipes da Justiça Eleitoral e tropas para segurança em algumas áreas da Região Norte do País. Urnas lacradas, acompanhadas por representares da Justiça Eleitoral, foram transportadas para 40 comunidades isoladas, principalmente indígenas, onde haveria dificuldade de acesso por vias terrestres ou marítimas, nos Estados do Acre e do Amapá.
Veja que, graças à contribuição inestimável da Força Aérea Brasileira, conseguimos, nos Estados mais isolados do Brasil, ter o resultado das últimas eleições simultaneamente com os Estados mais incluídos e mais centrais do nosso País.
A preocupação da Força Aérea com a Amazônia é tamanha que, no início do ano, ela inovou com a criação do primeiro Hospital de Campanha Fluvial, que subiu o Rio Negro, prestando apoio médico e odontológico para a população ribeirinha. Instalado em uma balsa, um hospital sob barracas despertou a atenção das autoridades e marcou para sempre a vida das mais de 3 mil pessoas atendidas durante a Operação Ágata 4.
São muitas as ações de parceria entre o governo do Estado e a Força Aérea Brasileira, valendo ressaltar ainda o transporte dos mosquiteiros medicinais aos mais longínquos rincões do Acre para o combate ao mosquito transmissor da malária, que tanto mal causa ao nosso povo.
E vale a pena aqui um parêntesis especial: o mosquiteiro comum que era utilizado apenas impedia a entrada da carapanã para a ferrada que acabava contaminando as pessoas com a malária. O nosso Governador, Tião Viana, quando era Senador da República, descobriu essa tecnologia desenvolvida, salvo engano, pela Coreia, de mosquiteiros medicinais, que têm uma substância, que, ao menor toque, a carapanã não só não entra como é eliminada. Com esses mosquiteiros - que tivemos a contribuição da Força Aérea para fazer chegar aos locais mais longínquos do Acre -, conseguimos uma redução significativa do número de incidência de malária, principalmente no Vale do Juruá, que é uma região absolutamente inóspita, e conseguimos, com isso, um reconhecimento internacional da Organização Pan-Americana de Saúde, exatamente por uma iniciativa inovadora no combate à malária. Queremos, inclusive, dividir esse reconhecimento com a Força Aérea Brasileira, porque, se não fosse pela contribuição e parceria da Força Aérea Brasileira, não teríamos chegado aos locais mais distantes a que chegamos.
Por tudo isso e muito mais, é com orgulho que lembro aqui, nesta tribuna, da passagem do Dia do Aviador - dia em que homenageamos um dos mais ilustres brasileiros de todos os tempos e dia em que, como brasileiros e acrianos, agradecemos penhoradamente não só aos aviadores, mas a todos aqueles que, com o seu trabalho, salvam vidas e mantêm vivo o ideal humanitário e a capacidade realizadora do nosso povo.
Para concluir, todos aqui presentes devem saber que, numa comunidade isolada, às vezes, a comunidade, a população se sente como se não tivesse Pátria, como se não tivesse representação, e, em todas as vezes que chega uma aeronave da Força Aérea Brasileira, quando chega um navio-hospital da nossa Marinha, com a bandeira brasileira tremulando, é dito àquele povo: “Aqui é Brasil e aqui o Brasil está presente!”
Vocês estão de parabéns pelo trabalho vocacionado de chegar aonde a população mais precisa sentir o orgulho no peito de ser brasileira. E vocês conseguem fazer isso de forma a contribuir para que a autoestima do povo brasileiro, das comunidades mais isoladas, esteja sempre elevada.
Muito obrigado pelo grande serviço que vocês prestam ao Brasil, e parabéns ao Dia do Aviador e a todos os que se congratulam com essa data, de todas as Forças nacionais, porque o Brasil deve muito a vocês, e nós estamos aqui para homenageá-los, em nome do Senado Federal, justamente pelo reconhecimento que temos pelo trabalho que vocês prestam ao País.
Muito obrigado. (Palmas.)