Discurso durante a 192ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Avaliação das eleições municipais no Estado do Mato Grosso do Sul.

Autor
Delcídio do Amaral (PT - Partido dos Trabalhadores/MS)
Nome completo: Delcídio do Amaral Gomez
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Avaliação das eleições municipais no Estado do Mato Grosso do Sul.
Publicação
Publicação no DSF de 18/10/2012 - Página 55020
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • REGISTRO, COMEMORAÇÃO, RESULTADO, CAMPANHA ELEITORAL, PARTIDO POLITICO, ORADOR, FATO, ELEIÇÕES, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), COMENTARIO, REFERENCIA, ALTERAÇÃO, MELHORIA, POLITICA, REGIÃO.

            O SR. DELCÍDIO DO AMARAL (Bloco/PT - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Meu caro Senador Tomás Correia, Presidente, Senadores e Senadoras, venho aqui à tribuna para fazer, meu caro Presidente Senador Tomás Correia, uma avaliação das eleições no meu Estado, o Mato Grosso do Sul, Estado que tenho a honra de representar aqui no Senado Federal, na Casa da Federação.

            Sr. Presidente, quero aqui registrar que o resultado do meu partido, o Partido dos Trabalhadores, o resultado dos partidos aliados, aqueles partidos que sempre nos acompanharam, todo o trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos levou efetivamente a um resultado bastante satisfatório, não só do PT, como dos aliados nas eleições em Mato Grosso do Sul. Foi uma construção feita com muito cuidado, com muita cautela, uma construção feita respeitando os diretórios municipais do partido, ou dos partidos, porque nós fizemos política com os nossos aliados. A política tem que ser feita de maneira ampla, nós temos que partilhar projetos, mas efetivamente o resumo das nossas andanças foi bastante, foi além até do que nós esperávamos. Fizemos uma campanha austera, uma campanha no chão, campanha de comícios, mas, acima de tudo, uma campanha de rua.

            Fazer comício, meu caro Senador Tomás Correia, é mole; subir em palanque e descer logo em seguida, dizendo que se tem outra agenda é fácil. Eu quero ver andar na rua. Quero ver andar na rua, principalmente em alguns meses em que Mato Grosso do Sul chegou à média de 36, 37 graus e a uma umidade relativa de menos de 12%. Nós andamos na rua, santinho na mão, conversando com as pessoas, mostrando aquilo que fizemos, prestando contas dos mandatos, discutindo novos projetos que garantem desenvolvimento econômico, social, qualidade de vida, cidadania para as pessoas, mas, acima de tudo, fizemos uma campanha de humildade, olhando as pessoas, cada cidadão e cada cidadã, nos olhos abertos a críticas, não sendo prepotente, não sendo arrogante, fazendo uma campanha com o povo do meu Estado.

            Fizemos uma campanha de projetos, de propostas; não baixamos o nível. O povo brasileiro, particularmente o povo sul-mato-grossense, o povo da minha terra, mudou muito. Depois do Presidente Lula e, agora, com a Presidenta Dilma, mais de 40 milhões de brasileiros foram incluídos socialmente; 40 milhões de brasileiros ascenderam à classe C, tiveram acesso aos bens de consumo, tiveram acesso à informação.

            É um Brasil que mudou, e mudou, meu caro Senador Tomás Correia, minhas Senadoras e meus Senadores, meus colegas, amigos e amigas, para melhor. As velhas práticas políticas de ataques pessoais, de agressões, de uso do poder econômico, pelo menos no meu Estado, aconteceram anteriormente. Tentou-se novamente a compra de votos, a truculência, mas a nada disso o povo atendeu. O povo, efetivamente, votou naquelas pessoas que representavam, representam e vão representar o novo, a mudança, uma nova forma de se fazer política. Não o novo, meu caro Senador Tomás Correia, minhas caras Senadoras e meus caros Senadores, não o novo de idade, mas o novo de ideias, o novo de práticas políticas.

            Meu Estado, graças a Deus, mudou. Muitas lideranças políticas tiveram seu papel. Tenho absoluta certeza de que tiveram um papel preponderante na construção de um novo Estado, quando o antigo Mato Grosso foi dividido pelo Presidente Geisel em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, meu Estado, da minha Corumbá, cidade onde nasci.

            Nós mudamos. Mudamos. Nós evoluímos, e isso é muito bom, porque estamos preparando um Estado muito melhor do que aquele que recebemos dos nossos pais, um Estado preparado para, no conjunto das Nações, se destacar. Destacar-se não somente pelo processo de inclusão social, pelas políticas que olham a questão da agricultura familiar, pelas políticas que olham o programa Luz para Todos, a energia na casa de cada família, seja nas grandes, nas pequenas propriedades, nas médias propriedades, nas aldeias dos nossos irmãos e irmãs indígenas, dos quilombolas, dos negros. Evoluímos para um Estado de oportunidades, um Estado onde todas as pessoas vão ter direito a uma vida digna, vão ter direito a trabalho e vão ter, acima de tudo, um direito que é deles: o respeito dos seus governantes. É um Estado que se constrói agora, com uma nova maneira de se fazer política, de se falar menos e de se ouvir mais. É um Estado que compreende muito bem o seu destino, o seu futuro; e tudo aquilo que, ao longo desses anos, foi construído será conquistado nas próximas décadas.

            Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, é impressionante o que aconteceu em Mato Grosso do Sul. As médias cidades e as grandes cidades passaram por transformações que muitos de nós nem sequer imaginávamos.

            Veio um novo time.

            Políticos consolidados, políticos que prestaram, sem dúvida nenhuma, um grande serviço ao nosso Estado viram seus candidatos ou, em algumas situações, até eles próprios serem derrotados por uma turma que está vindo, independentemente da idade, mas uma turma que vem de uma outra formação, de uma formação administrativa, de uma formação empresarial, comercial, de uma formação política até, também, nas câmaras de vereadores, na militância política, na lida do dia a dia do campo.

            E hoje nós vemos um resultado simplesmente impressionante: os partidos, o poder foi diluído no Estado de Mato Grosso do Sul. Não houve a preponderância dos grandes partidos, especialmente nas grandes cidades e nas médias cidades. Várias legendas ganharam eleição e vão governar municípios importantes do nosso Estado. O PT, o PMDB, o PPS, o PSDB, o PV, o PR, o PDT,

            O Estado que nasceu dessas eleições do dia 07 de outubro é um Estado plural. Aquele jeito hegemônico de fazer política acabou! E nós estamos contentes porque isso é um excelente sinal, já que, quando há o contraditório, quando há diversidade, as soluções são discutidas, são debatidos. E tudo que é debatido e discutido, com simplicidade, com lealdade, com humildade, sem dúvida nenhuma, vai nos levar à condução de ideias e propostas melhores para nosso Estado, mas, principalmente, para cada cidadã e cada cidadão sul-mato-grossense ou para aquelas pessoas que escolheram meu Estado, Mato Grosso do Sul, para criar seus filhos.

            Eu queria aqui dizer e destacar alguns Municípios que são emblemáticos para nosso Estado. Minha cidade de Corumbá, com um Deputado Estadual do PT, jovem, lúcido, com novas ideias, com um novo projeto e que, sem dúvida nenhuma, será um divisor de águas na política de minha cidade. Olhemos a cidade de Miranda, um jovem Município com uma jovem candidata, também do PT. Venceu as eleições com novas ideias e com essa preocupação com as pessoas, priorizando aquilo que é a razão de ser de nosso Estado, de nosso País e dos Municípios: as pessoas.

            Famílias tradicionais da política foram derrotadas... Um exemplo ocorreu em Aquidauana. Havia municípios que eram comandados por lideranças que entendiam que esses Municípios eram uma espécie de capitania hereditária. O povo fez justiça! Investiu, apostou e votou em novas figuras. São vários os exemplos de mudanças que, talvez, não se enquadrem nesse estereótipo que aqui coloquei, mas que, efetivamente, eram lideranças que cumpriram seu papel, mas, agora, novas pessoas chegaram.

            O povo apostou na mudança, em uma mudança de verdade.

            E eu não podia deixar de registrar também outros municípios importantes, como o Município de Jardim, na região sudoeste, o Município de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, o Município de Naviraí, o Município de Chapadão do Sul, o Município de Coxim, o Município de Sonora. Em quantos municípios nós verificamos nitidamente esse processo de mudança, esses novos tempos que se consolidam agora com as eleições municipais de 2012 e que, sem dúvida nenhuma, serão completados pelas eleições de 2014!

            Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, agora falta a batalha final: Campo Grande, a nossa capital. Temos um segundo turno. Fomos muito questionados quando resolvemos fazer uma frente de oposição para forçar um segundo turno em Campo Grande. E, hoje, podemos dizer que acertamos: 70% da oposição recebeu os votos dos campo-grandenses.

            A atual administração fez menos de 30%, mostrando exaustão, fadiga de material, talvez a não percepção de que o campo-grandense queria mudar e que o Estado inteiro vem passando por esse processo de mudança. A nossa tese deu certo: um dos quatro candidatos mais expressivos da frente de oposição foi para o segundo turno, o Deputado Estadual Alcides Bernal, do Partido Progressista, contra o candidato do PMDB, o Deputado Federal Edson Giroto.

            E, hoje, Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, o quadro é muito favorável. Eleição, evidentemente, a gente nunca pode dizer que vai ganhar por antecipação. As urnas é que ungirão, pelo do voto popular, essa benção que pouquíssimas pessoas recebem de Deus para comandar os destinos da nossa capital. Mas, sem dúvida nenhuma, o Deputado Alcides Bernal representa aquilo que está nos corações e mentes de cada campo-grandense: o desejo de renovação, um governo que olhe, prioritariamente, as pessoas, a população, a sociedade, a saúde, a educação, a mobilidade urbana, o esporte, o lazer, a cultura; uma capital diversificada, uma capital de múltiplas vocações, um jeito diferente, um jeito novo de governar.

            Hoje, inclusive, Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, tive a oportunidade de visitar o Ministro Alexandre Padilha, primeiramente, para discutir um projeto fundamental para o nosso Estado: a construção de um centro de diagnóstico do câncer, por meio de uma emenda de minha autoria, no montante de R$20 milhões, para dotar o nosso Estado das condições necessárias para se fazer um diagnóstico adequado, atendendo os casos de menor complexidade no próprio Estado e aqueles mais complexos, no Hospital de Barretos. Isso tudo sob a coordenação do Dr. Henrique Prata, que está fazendo uma experiência igual lá no Estado de V. Exª, lá em Rondônia, em Porto Velho.

            Mas tive a oportunidade de discutir também com o Ministro Padilha, na companhia do Deputado Alcides Bernal, um pouco sobre a saúde em Campo Grande, a necessidade de se construir um hospital municipal em Campo Grande, uma vez que a saúde é a maior preocupação da nossa capital. E, ali, se firmou o consenso de que eu apresentarei uma emenda de bancada, a emenda que me compete, de bancada, ao Orçamento Geral da União de 2013, destinando recursos para a construção desse hospital - recursos para fazer a obra de construção e para colocar os equipamentos, equipando o hospital. E também discutimos, hoje, a questão do custeio do hospital, porque isso é fundamental.

            E assim nós faremos; e nesse sentido nós vamos trabalhar, porque o Deputado Alcides Bernal, o nosso candidato, tem o respaldo de vários partidos que se juntaram a ele no segundo turno: além do PT, o PSDB, o PPS, o PV e outros partidos que se juntaram ao nosso projeto. De modo que o que hoje ficou demonstrado é que ele tem respaldo, ele tem capacidade de articulação e, acima de tudo, a Presidenta Dilma e seus Ministros vão trabalhar fortemente pelo Município de Campo Grande.

            Portanto, se alguém está duvidando, pensando que o Deputado Alcides Bernal terá dificuldades na gestão, o tempo vai mostrar. Nós trabalharemos intensamente para que ele faça uma gestão absolutamente incomparável, em que o cidadão esteja sempre em primeiro lugar.

            Com todos esses apoios, com todos os partidos de oposição reunidos, teremos agora eventos. Na semana que vem, o Ministro das Cidades, que é uma pasta do PP. Campo Grande vive especialmente do Ministério das Cidades, com as grandes obras urbanas que, curiosamente, meu caro Presidente, escondem ou sobre as quais não falam.

            O Governo Federal é quem aporta os recursos na nossa capital e no nosso Estado. Mato Grosso do Sul é um Estado, como todos os Estados brasileiros, em que, se o Governo Federal não investir, há muitas dificuldades, até pelas finanças do nosso Estado, que exigem uma atenção especialíssima.

            Portanto, quem tem apoio e tem, acima de tudo, o compromisso da Presidenta Dilma e da nossa bancada, não tenho dúvida nenhuma, terá todas as condições de fazer uma grande gestão, de apresentar grandes projetos nas mais variadas áreas de atuação da Prefeitura de Campo Grande.

            E não tenho dúvida nenhuma de que, eleito o Deputado Estadual Alcides Bernal, nós vamos rediscutir a questão do IPTU; nós vamos discutir a questão do saneamento, a questão do lixo, a questão do transporte urbano - e, no particular, precipitadamente anteciparam a renovação das concessões. Mas, acima de tudo, teremos um governo com compromisso com a querida, com a brava população da nossa querida cidade de Campo Grande.

            Sr. Presidente, o resumo é muito favorável. Não há espaço para ufanismos, mas há espaço para o reconhecimento de que o nosso Estado mudou, de que o nosso Estado passa por um momento de grande transformação, por um momento de mudanças políticas importantes e por um momento de mudança de práticas políticas e administrativas, em que as pessoas, mais do que nunca, exigem dos seus governantes humildade, respeito e, acima de tudo, compromisso. Um Estado onde todos terão oportunidades e um Estado onde cada família terá segurança não só na formação dos seus filhos e filhas, mas, acima de tudo, na consolidação do seu futuro.

            Sr. Presidente, Deus me deu essa oportunidade de participar deste momento favorável, deste momento que muitas pessoas já aguardavam há algum tempo. E, sem dúvida nenhuma, eu vou procurar, à luz do que a população espera de todos nós, à luz do que a população de Mato Grosso do Sul exige dos nossos mandatos, continuar trabalhando desta forma, a forma como a população respeita, admira e cobra, principalmente de quem tem mandato, de quem veio para cá com voto popular e que tem compromisso com o progresso, com o desenvolvimento econômico, com a inclusão social e, acima de tudo, com a cidadania.

            Espero que Deus continue nos abençoando, continue nos iluminando, continue guiando os nossos caminhos. Graças a Deus Mato Grosso do Sul começa um novo tempo, um tempo em que vai prevalecer, acima de tudo, o interesse das pessoas, o interesse da vida, o interesse daqueles que não têm obsessão por poder, que não vivem só em função do poder. Pessoas que usam a política como meio, para levar bem-estar e para levar um grande futuro para os seus irmãos e irmãs sul-mato-grossenses; daquelas pessoas que gostam da vida; daquelas pessoas que respeitam o próximo; daquelas pessoas que carregam Deus no coração; e daquelas pessoas que têm compromisso com o nosso Estado.

            Eu não podia deixar de fazer este registro nesta quarta-feira, depois de um dia bastante intenso de trabalho aqui no Senado.

            Fico muito contente por ter colaborado, minimamente, Sr. Presidente, com esse avanço, o avanço na política, o avanço, acima de tudo, rumo a um grande futuro que o meu Mato Grosso do Sul merece.

            Muito obrigado pela paciência de V. Exª. Agradeço a toda a população de Mato Grosso do Sul pelo carinho com que me recebeu, pela hospitalidade e, acima de tudo, pelos votos que recebemos.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/10/2012 - Página 55020