Discurso durante a 196ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem ao jornal Folha de Boa Vista, que completa 29 anos de circulação no Estado de Roraima.

Autor
Ângela Portela (PT - Partido dos Trabalhadores/RR)
Nome completo: Ângela Maria Gomes Portela
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao jornal Folha de Boa Vista, que completa 29 anos de circulação no Estado de Roraima.
Aparteantes
Mozarildo Cavalcanti.
Publicação
Publicação no DSF de 24/10/2012 - Página 56022
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, JORNAL, FOLHA DE BOA VISTA, ESTADO DE RORAIMA (RR), CONGRATULAÇÕES, PROPRIETARIO, JORNALISTA, FUNCIONARIOS, COMENTARIO, HISTORIA, EMPRESA JORNALISTICA.

            A SRª ANGELA PORTELA (Bloco/PT - RR. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Sr. Presidente, Senador Cidinho Santos.

            Vim, nesta tarde, à tribuna do Senado Federal, para homenagear um grande jornal do meu Estado de Roraima, o jornal Folha de Boa Vista, que, no último domingo, dia 21, completou 29 anos de circulação ininterrupta em nosso Estado de Roraima. Há quase três décadas, a população de Boa Vista se mantém informada sobre os acontecimentos do mundo, do País, do nosso Estado e de nossa capital, por meio desse veículo que, desde a primeira edição, adotou uma linha editorial que tem como princípio a independência. Com esse princípio, a Folha de Boa Vista procurou produzir sempre um jornalismo investigativo, noticioso, crítico, apartidário e pluralista.

            A Folha de Boa Vista circulou pela primeira vez em 21 de outubro de 1983. Surgiu, portanto, em um momento conturbado da história do Brasil, quando o País vivia sob a ditadura militar e Roraima era ainda Território Federal.

            O jornal foi fundado pelos jornalistas Fernando Estrela, o único que ainda vive em Roraima; Sandra Regina Tarcitano; Cosette Espíndola de Castro; e Cícero Cruz, um antigo funcionário da Telebrás da Paraíba.

            No editorial da estreia, esses jornalistas escreveram: "Nossa ideia é montar um jornal independente". Desde então, os profissionais da Folha de Boa Vista foram orientados a se pautar pelas premissas de independência e pluralismo.

            Desta feita, sob o slogan "Um Jornal Necessário", os fazedores da Folha de Boa Vista buscam primar pelo respeito à ética jornalística, traduzindo, assim, os anseios básicos de seus leitores, expressos em mensagens que são enviadas por meio de cartas, telefonemas, fax e e-mails.

            O jornal começou como um semanário e, tempos depois, tornou-se diário. Em seu percurso, seguindo o ideal de seus criadores, o jornal passou por um complexo processo artesanal. Era enviado para impressão em Manaus, no Amazonas; depois, ganhou uma máquina velha e problemática para fazer a impressão da edição em papelão.

            Mas ganhou força e cresceu. A partir da década de 2000, com o mundo da comunicação em transformação, a empresa tornou-se o Grupo Folha, concentrando o Jornal A Folha, a FolhaWeb, a Rádio Folha e a Editora Boa Vista.

            Em 2005, com a inauguração da FolhaWeb, o Grupo Folha sentiu-se mais consolidado e introduziu o jornal no mundo digital, que oferece hoje um jornalismo on-line arrojado e atualizado em tempo real.

            Assim, o jornal, cujo parque gráfico está no mesmo Bairro São Francisco, em nossa capital, onde surgiu, chegou à era digital, modernizou-se e tornou-se o maior veículo de jornalismo do Estado de Roraima.

            Com uma circulação diária de 12 mil exemplares, é detentor de 90% dos leitores de Roraima, conforme indicam números auditados por institutos de pesquisa.

            O jornal consolidou sua preferência em 1996, quando, em um trabalho investigativo de seus profissionais, denunciou a morte de 32 recém-nascidos no Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazaré. A denúncia evitou a morte de mais bebês e alertou o País para outras mortes que poderiam ocorrer em maternidades brasileiras por infecção hospitalar.

            Vieram, depois, outras importantes coberturas, pautadas em denúncias de corrupção na estrutura pública do Estado.

            O jornal também acompanhou de perto um episódio que, em 1997, tornou-se assunto mundial: a tragédia do fogo que destruiu 14,7% da área de Roraima.

            Como podemos perceber, Srªs e Srs. Senadores, toda a história de lutas e conquistas do Grupo Folha de Boa Vista se confunde com a história de luta por independência e liberdade da imprensa de nosso País.

            Por oportuno, destaco aqui uma afirmação da Presidenta Dilma Rousseff, que expressa um pouco do que estamos a falar. A Presidenta Dilma tem dito e reiterado que no Brasil de hoje “devemos preferir um milhão de vezes o som das vozes críticas ao silêncio das ditaduras”.

            Inspirada por noções de liberdade, nossa Presidenta fala a partir da citação do ex-Presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson, que cunhou no mundo a afirmação: “Não há democracia sem liberdade de imprensa”.

            Todavia, no Brasil republicano, volta e meia nos deparamos com debates sobre a liberdade de imprensa e de expressão. Seja nos meios acadêmicos e intelectuais, nos movimentos sociais e culturais, no mundo do mercado ou no mundo político, há sempre discussões sobre o papel da imprensa na manutenção da democracia.

            Nossa liberdade de pensamento está constitucionalmente garantida. E são exatamente esses debates a expressão maior do que temos, sim, consolidado no Estado democrático de direito

            Concedo um aparte ao Senador Mozarildo.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (Bloco/PTB - RR) - Senadora Angela Portela, eu quero me associar às palavras de V. Exa. Aliás, um pronunciamento muito bem elaborado, que conta toda a retrospectiva histórica desse jornal muito importante para a vida do nosso Estado. Quero cumprimentar, portanto, através do pronunciamento de V. Exa, tanto o Dr. Getúlio Cruz, que é o diretor-proprietário do Grupo Folha, especialmente do jornal Folha de Boa Vista, como todos os funcionários, repórteres, enfim, todos os seus assessores. Realmente, nosso Estado já atravessou vários momentos difíceis, desde a época em que era Território Federal. Momentos difíceis do ponto de vista político, do ponto de vista da liberdade de fato. E tem exercido um papel muito importante no caminhar, no aperfeiçoamento da nossa institucionalização como Estado, mas, daqui para frente, ainda tem um papel muito importante a desempenhar, porque ainda há muito que fazer para que, de fato, em Roraima exista um Estado democrático de direito, com governantes que respeitem a liberdade de opinião, que respeitem, sobretudo, a dignidade do cidadão. Nesse particular, tanto a Folha de Boa Vista, o jornal, como a Rádio Folha são as vozes daqueles que não têm voz e nem a oportunidade de protestar de outra forma. Aliás, o slogan, a marca do jornal Folha de Boa Vista diz que é “um jornal necessário”. Realmente, a Folha de Boa Vista é um jornal muito necessário para que nosso Estado, de fato, possa ser um Estado em que exista respeito aos cidadãos, respeito a todo tipo de pessoas que vivem lá, notadamente funcionários públicos e empresários. E que possamos, dentre em breve - como disse V. Exa e a Presidente Dilma -, ter lá uma democracia de fato, em que as vozes, inclusive da Oposição, sejam respeitadas e preservadas. Parabéns, portanto, pelo pronunciamento que faz. 

            A SRª ANGELA PORTELA (Bloco/PT - RR) - Obrigada, Senador Mozarildo.

            O jornal Folha de Boa Vista, sem dúvida alguma, é um alento num Estado em que diversos grupos de comunicação estão nas mãos de grupos políticos. Isso é de fundamental importância, porque havendo um grupo imparcial e corajoso como o Grupo Folha podemos assegurar a opinião, a ideia de todos, independentemente de quem seja o dono do grupo de comunicação ou de quem seja o mandante da rádio, do jornal e da televisão.

            Queremos aqui, com muito orgulho, noticiar, no plenário do Senado Federal, a festa, a comemoração de aniversário dos 29 anos desse jornal tão necessário para a democracia do nosso Estado de Roraima, uma vez que assegura a opinião de todos, independentemente de grupos políticos, da cor partidária.

            Então, eu queria registrar o fato aqui, com muito orgulho, e homenagear o economista Getúlio Alberto de Souza Cruz, proprietário desse conglomerado empresarial de comunicação que gera mais de 100 empregos diretos e indiretos em nosso Estado. Sob a responsabilidade de Getúlio Alberto de Souza Cruz, esse veículo de comunicação é tão importante para Roraima.

            Eu queria também parabenizar a jornalista e Diretora-Geral do Grupo Folha, Paula Cruz, assim como toda a equipe do jornal Folha de Boa Vista, do conglomerado Folha, em nome de todos os jornalistas, repórteres, cinegrafistas, fotógrafos. Todo esse grupo está de parabéns por realizar um trabalho tão importante no jornalismo roraimense, de imparcialidade, que não defende interesses de grupos políticos, e de coragem. Sem dúvida alguma, essa independência do Grupo Folha só beneficia o nosso Estado de Roraima. O povo de Roraima merece o jornalismo realizado pela Folha de Boa Vista.

            Parabéns ao economista Getúlio Alberto de Souza Cruz, parabéns à jornalista Paula Cruz e a toda a equipe que faz a Folha de Boa Vista.

            Muito obrigada a todos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/10/2012 - Página 56022