O SR. RICARDO FERRAÇO (Bloco/PMDB - ES. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Exmª Srª Presidente em exercício desta sessão, Senadora Vanessa Grazziotin, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, a minha comunicação inadiável na tarde desta terça-feira é para manifestar aqui o meu repúdio, o meu desagravo a um fato que ganhou dimensão nacional nos últimos dias. E como foi triste e, ao mesmo tempo, repugnante ver o meu Estado alcançando as principais páginas dos veículos de comunicação do nosso País, da imprensa nacional, retratando uma covarde agressão que foi vivida, que foi sofrida pelo jornalista e cinegrafista Wagner Martins, da Rede Gazeta de Comunicações do meu Estado.

            O cinegrafista Wagner Martins dava cobertura, exercia o seu trabalho profissional de acompanhamento da apuração eleitoral, e o que nós assistimos foi a uma agressão, não apenas contra um pai de família, não apenas contra um trabalhador, não apenas contra um jornalista, mas assim como ao Estado de direito democrático, à democracia, à liberdade de exercício da imprensa e da manifestação. Foi uma cena estarrecedora, foi uma cena primitiva, uma cena que não tem nada a ver com a história do processo eleitoral democrático do Estado do Espírito Santo.

            Mas isso aconteceu no Município de Vila Velha, um dos mais importantes Municípios do nosso Estado, por onde se iniciou o processo de colonização, por onde se deu o início da formação política, histórica, social e cultural do Estado do Espírito Santo. E, por isso mesmo, a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Espírito Santo, manifestaram também o seu repúdio, de igual forma o Sindicato dos Jornalistas e, de maneira muito ampla, o movimento civil organizado, os movimentos populares do meu Estado, manifestaram toda a solidariedade a esse profissional, a esse trabalhador, a esse jornalista, cinegrafista Wagner Martins, que foi covardemente agredido. E, seguramente, a minha expectativa, a minha confiança de que as autoridades competentes apurarão, instaurarão seus inquéritos compatíveis e respectivos, para que esse tipo de atitude não possa se repetir num ambiente de democracia, de Estado de direito democrático e, sobretudo, de respeito a um profissional que estava trabalhando.

            Isso não faz sentido, isso não faz parte da nossa história recente. Portanto, quero manifestar aqui, da tribuna do Senado, na condição de Senador que representa o Espírito Santo, o meu repúdio e o meu desagravo a esse profissional que foi atingido, covardemente, pelas costas.

            É a manifestação, a comunicação que faço, Srª Presidente, para que esse tipo de ato seja apurado com toda profundidade e com todo rigor, para que aqueles que foram responsáveis por esse ato de indignidade e de covardia possam ser alcançados pela lei.

            E que isso fique marcado como uma das páginas que vamos virar, mas, para a virarmos efetivamente, nós precisamos que eles sejam punidos, para que esse tipo de ação não promova impunidade em meu Estado, no Espírito Santo, e que outros atos dessa natureza e gravidade não possam se repetir.

            É a manifestação, a comunicação que faço na tarde desta terça-feira, revelando aqui não apenas a minha indignação. É a minha indignação e tenho confiança em que a minha indignação é a do povo capixaba, a de todos nós que assistimos a essa crueldade e, volto a repetir, a essa covardia que foi desferida contra um profissional, um pai de família, um trabalhador e um jornalista que exercia a sua função.

            Muito obrigado, Srª Presidente. Muito obrigado, Srªs e Srs. Senadores.