Discurso durante a 200ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações acerca das eleições municipais em Vila Velha e Vitória, no Estado do Espírito Santo; e outros assuntos.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Considerações acerca das eleições municipais em Vila Velha e Vitória, no Estado do Espírito Santo; e outros assuntos.
Publicação
Publicação no DSF de 31/10/2012 - Página 57703
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • COMENTARIO, ELEIÇÃO MUNICIPAL, MUNICIPIO, VILA VELHA (ES), ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), DEFESA, RELAÇÃO, ACUSAÇÃO, CANDIDATO.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Paulo Paim, Srs. Senadores, pessoas que nos veem e nos ouvem pela TV Senado, nos ouvem pela Rádio Senado, pelos meios de comunicação desta Casa...

            Senadora Ana Rita, eu gostaria de fazer alguns registros hoje sobre as eleições no Espírito Santo. De uma maneira muito especial, Senadora Ana Rita, sobre o nosso Município, Vila Velha, e sobre a nossa capital, Vitória. Ao longo do dia, ouvi discursos de Senadores tratando da matéria, tratando do assunto, alguns trazendo relatórios festivos sobre prefeitos eleitos de seus partidos. Aqui vieram os Senadores Suplicy, Walter Pinheiro e tantos outros falando de seus Estados, das vitórias alcançadas, dos embates políticos. Não poderia deixar de fazer um registro, hoje, aqui.

            Em Vila Velha, o nosso Partido governa o Município. Falo isso com muito orgulho, com muito orgulho. O Prefeito da cidade, Neucimar Fraga, meu amigo pessoal, companheiro de Partido, ao longo desses três anos e meio de governo, fez muito mais do que foi feito nos últimos 15 anos da história da cidade. Foi um gestor competente, um gestor que mostrou a sua capacidade, Senador Paim, de governar em todas as áreas. Pegou um Município com uma história e a idade de Vila Velha, maior Município daquele Estado, com pouco mais de 10% de esgoto tratado. Ao longo de três anos e meio, entregou-a com quase 60%. Avançou na área da segurança, da saúde, da infraestrutura. A cidade avançou com Neucimar.

            Mas as urnas decidiram o contrário.

            Quero fazer uma denúncia nesta Casa que já fazia o ex-Parlamentar Roberto Valadão, Senadora Ana Rita, no mandato dele quanto se instituiu a urna eletrônica. Foi instituída como alguma coisa inviolável, “infraudável”, se é que existe essa palavra. Se não existir, inventei-a agora. Ninguém viola essa urna. Ele deu mil argumentos, fez denúncias.

            O que ocorreu em Vila Velha, no dia da votação?

            Em alguns lugares, as pessoas digitavam 22, e aparecia a foto do Sr. Rodney Miranda, que era o candidato a prefeito do DEM. Chamou-se a Polícia Federal, chamou-se o TRE, chamou-se o Ministério Público. E espero que haja uma investigação, espero que não haja o argumento de que alguma coisa aconteceu com uma urna ou outra, porque é muito grave, Senadora Ana Rita, você digitar um número e aparecer a foto de outro candidato. É muito grave! Nós que somos de lá, do Município, um Município pujante, disputamos eleições contrárias, o candidato lá foi o Babá, ex-Vereador, mas que fez um debate de nível, respeitoso, o PT com o PR, e nós sabemos como esse embate se deu agora no segundo turno.

            As pessoas... E aqui quero falar um pouco dos apoiamentos dele, que é o apoiamento do ex-Governador, que é do PMDB, do grupo dele, e até há pouco mais de um ano, o Prefeito de Vila Velha para eles era um grande amigo e passou os dois primeiros anos de governo como se essas criaturas que se passaram por amigos e tinham nele uma figura pujante, emergente da política capixaba... Lembro-me até que fui convencido pelo Nelsimar, Senadora Ana Rita, depois da eleição para prefeito, a última, a penúltima, não esta, quando o pleito terminou - e eu não tinha qualquer tipo de relacionamento com esse grupo -, o Nelsimar me convenceu a me encontrar com o Vice-Governador, do PSDB, hoje Senador Ricardo Ferraço, porque Nelsimar, naquele momento, achava que eles tinham uma relação de amigo com ele. Agora, depois de três anos e meio, essas pessoas... E eu o vi algumas vezes na casa de Nelsimar, chamando-o de amigo, a mulher do Nelsimar fazendo o jantar para eles, e eu, algumas vezes, o adverti.

            Eles agora voltam e vão para os meios de comunicação, no processo eleitoral, chamar Nelsimar de incompetente, de despreparado, quando, na verdade, eles sabem o que a cidade avançou com Nelsimar. Nós do nosso Partido temos orgulho da administração dele, do que foi investido nos bairros mais simples e lá na elite, onde investiu em segurança. No seu primeiro ano, a violência foi reduzida em 84%. E, infelizmente, a população decidiu pelo Deputado Rodney Miranda.

            Nós desejamos boa sorte a ele. Que cumpra o que disse, que leve para lá um modo novo de governar. E que não seja o modo novo que vimos na Secretaria de Segurança Pública, com 17 mil homicídios, os contêineres onde cidadãos, seres humanos, eram colocados, fritados debaixo do sol.

            Aliás, haverá um congresso lá, promovido pelo Tribunal de Justiça. Irá a Comissão de Direitos Humanos, que certamente vai tocar no assunto lá, Senadora Ana Rita, das masmorras do Espírito Santo.

            Eu me transporto para Vitória. Sou eleitor de Vila Velha. Sou Senador da República. Não fui candidato a prefeito. Votei em Vila Velha. Voto no Colégio Batista, na Praia da Costa. V. Exª deve votar em Cobilândia.

            Mas, 90 dias antes do pleito eleitoral, recebi no meu escritório o candidato do PSDB, Luiz Paulo Vellozo Lucas. Ele já havia me procurado no pleito para governador, falando cobras e lagartos do ex-Governador, do mesmo grupo, líder político deles. Procuram-me ele e a ex-Deputada Federal Rita Camata, que era candidata a Senadora. Precisavam do meu apoio. Precisavam do apoio daquele bloco que havia se juntado: PR, PSC, PDT e PP. Esse bloco que, durante o tempo inteiro, deu sustentação à candidatura de governador do então Vice-Governador, que depois eles viriam tirar. E eu, o tempo inteiro, resisti. O tempo inteiro resisti. O ex-Governador dizia que depois que todos os partidos reunidos declarassem o apoio ao Vice-Governador, ele declararia o dele. E eu disse: “Se o dono da candidatura não declara apoio, não sou eu que vou declarar”.

            Recebi lá o Luiz Paulo, chamando de amigo, sorrindo, tirando foto.

            Aliás, em 2009, Senadora Ana Rita - eu não trouxe hoje, mas vou trazer -, a Rede Gazeta fez um amigo oculto com aqueles que disputariam a eleição majoritária: Brice Bragato, Guerino Balestrassi, eu, Luiz Paulo, o ex-Vice-Governador, então Senador Ricardo Ferraço, e Renato Casagrande. Nesse amigo oculto, adivinha quem me tirou? Luiz Paulo Velozzo Lucas. E me deu um livro. Eu quero ler a dedicatória do livro aqui.

            Ele foi candidato a governador, e se tivesse coragem de falar publicamente o que fala nas costas do ex-Governador, quem sabe o governador fosse ele? Sempre tivemos uma boa relação, sempre o respeitei, uma relação respeitosa. Sempre respeitei o presidente do PSDB, o Deputado César Colnago. Até brinco muito com ele, brincava, dizendo: “Vamos montar uma banda de rock, ‘Inimigos do rei’”. Sempre o respeitei, sempre o recebi bem no meu gabinete.

            O pleito para prefeito chegou. O PMDB ensaia a candidatura do Deputado Lelo Coimbra. Foi ao meu gabinete conversar comigo, Senadora Ana Rita. “Você está firme na candidatura?”, eu perguntei. Ele disse: “Estou”. Eu disse: “O ex-governador vai com você? O Paulo Hartung vai apoiá-lo?” Ele disse: “Vai, mas você sabe que ele não está numa situação muito boa agora, está numa situação constrangedora”. Essa situação constrangedora eu vou falar o que é. Foi para lá, eu, de bom coração, abri as portas da rádio A Cor da Vida para ele. Ele foi lá, deu entrevista, e simplesmente, depois, desapareceu. Sem problema. Aparece o Luiz Paulo me procurando, querendo conversar. Segunda vez, Senadora. E eu o recebi.

            Agora, recebi com o Deputado Vandinho, com o Deputado Gilson Lopes. Eu o recebi com o Prefeito Neucimar, com o Secretário Ledir Porto, e ele veio acompanhado do Deputado César Colnago, Presidente do seu Partido.

            Entraram no meu escritório. Ficaram lá fora esperando um pouco, porque havia muita gente para falar. Ele entrou, abraçou, sorriu, chamou de amigo, falou do meu potencial, do respeito da sociedade às minhas lutas, às minhas bandeiras e nos convidou para uma coligação, porque a eleição estaria decidida.

            Engraçado que eu falei isso nos jornais, e o Presidente do PSDB foi ouvido e disse: “Realmente, nós estivemos lá, mas não fomos buscar o apoio deles, não. Fomos buscar o apoio do Zé Esmeraldo”. Ele deveria ter marcado uma audiência com o Zé Esmeraldo, no gabinete do Zé Esmeraldo, e não no meu, não é, Senador Paim? Mas foi no meu, que sou Presidente da sigla. Mas, até aí, nada demais, buscar apoio, pedir apoio. Uma eleição majoritária, não é, Senadora Ana Rita? Até aí, nada demais, mas nós éramos amigos.

            No dia das mães, agora, eu liguei para ele. Peguei o telefone da mãe dele. Sempre o respeitei. O processo eleitoral de Vitória começa. O Partido, então, foi apoiar Luciano Rezende, eleito agora, domingo, Prefeito de Vitória. Fizemos uma aliança com o Luciano, não sei quais os outros Partidos, e o PP, que eles defenestraram como o partido do diabo, do esgoto, de satanás... Eu não tenho nenhuma procuração para defender o ex-Deputado Nilton Baiano, mas sei que o Partido dele serviu ao Governo Paulo Hartung por oito anos. E o filho dele, Marcelinho, foi Secretário ou Subsecretário no Governo por oito anos. Para servi-los, eles não eram podres, mas, se não se alinhou, ou se se aliou, viraram podres, porque, lá, a prática é esta: quem não beija a mão é bandido.

            E, aí, em vez de disputar a eleição com o Luciano, ele resolveu disputar comigo. Não sei se por orientação de marqueteiro, não sei se por pesquisa, qualquer coisa, ele começou a me atacar. A princípio, eu achei uma coisa engraçada, hilária, mas começou a passar do limite. Ele me atacava de manhã, de tarde e de noite, a ponto, Senador Paim, de fazer adesivos para colocar em carros com os dizeres: “Magno Malta, não!” Até hoje, eu só vi no Brasil dizerem isso para mim traficante e pedófilo, porque eu não tenho outra luta na minha vida.

            Há 32 anos que eu tiro drogado da rua. Há 32 anos que recupero gente dentro de casa. Eu posso encher este plenário, essa galeria, onde o senhor quiser, de milhares de jovens, de adultos, de adolescentes, tirados das ruas, dos guetos; recebidos das mãos do Ministério Público, da polícia, do juiz, de ONGs, de igrejas, gente recolhida por nós para devolver-lhes a vida.

            Eu aprendi, ao longo de 32 anos, Senadora Ana Rita, a enxugar lágrimas de mãe que chora pelo filho drogado; de pai que se angustia, na madrugada, com o filho desaparecido por causa das drogas. Eu aprendi a abraçar viciados em craque, a tirá-los das ruas e a dar a eles esperança.

            Eu comecei a me perguntar que crime eu cometi para esse rapaz estar me atacando dessa forma. Qual crime que eu cometi? E ele começou a tentar me vender para a sociedade questionando o candidato Luciano, porque ele tinha o meu apoio. Tentava vender para Vitória que ele tinha um apoio sujo, podre, como se eu fosse uma escória da sociedade brasileira.

            Eu liguei para o então Presidente do PSDB, Senadora Ana Rita, César Colnago. Ele não me atendeu. Eu mandei para ele um torpedo. De repente, ele me ligou de volta. Ele até me disse que não foi pelo torpedo, porque ele não o havia lido. Foi porque ele viu a ligação. Eu atendi e disse: “César, eu sempre respeitei vocês e eu não estou entendendo esses ataques fortuitos, gratuitos à minha pessoa. Eu não sou bandido, não sou assassino, não sou ladrão, não sou vagabundo. Por que vocês estão fazendo isso?” Ele disse: “É porque chegou ao nosso conhecimento a informação de que você foi à igreja do Padre João Brito, a IEBV, uma igreja grande, bem postada - Padre João Brito é um homem de Deus -, e, lá, você disse que Luiz Paulo é viciado em droga”. Eu disse: “Se você tivesse me ligado antes, se tivesse tido o cuidado, eu teria lhe dito que faz quatro anos que não vou a essa igreja e faz quase dois anos que eu não falo com o Pastor João Brito”. Desligamos o telefone. Eu ligo para o Pastor João de Brito, que havia chegado de viagem. O Pastor João Brito disse: “Isso é uma irresponsabilidade. Eles me conhecem também - porque, aliás, eles visitam a igreja do Pastor Brito, penso que em época de eleição. Deveriam ter me procurado, porque isso nunca aconteceu”.

            Mas eles fizeram isso. Imaginem se fui eu quem disseminou, em Vitória, que Luiz Paulo é viciado! Imaginem se fui quem foi à cidade disseminar isso!

            Primeiro, eu não sou covarde. Segundo, jamais usaria um expediente desse. Não há nenhuma necessidade. Primeiro, porque eu não estava na campanha de Luciano. Meu Partido foi. Nem conheço esse moço. Fui apresentado pelas mãos do Deputado Vandinho. As informações que tenho é do Claudio Vereza, um quadro importante do PT do meu Estado, um homem de bem, que é seu sogro. O Vereza é um cadeirante que luta a luta dos portadores de deficiência do País, um sujeito moral do nosso Estado. É o sogro dele, e eu acompanho esse rapaz pela mídia: bom vereador, bom secretário, campeão mundial de remo, um desportista, médico. Eu o apoiei, mas não fui para a campanha dele, não gravei nada para ele, não falei nos programas dele, até porque ele fez uma campanha bonita. Trouxe um marqueteiro nordestino com um jingle lindo e praticamente ganhou a eleição fazendo assim. O povo na rua fazia assim: o povo quer mudança, o povo quer mudança.

            Ele, em vez de focar o Luciano, veio para cima de mim. E eu fiquei me perguntando, Senador Paim: “Que crime eu cometi, que mal eu fiz?” Foi para as redes sociais e criou um monte de fakes, de pessoas para poder me atacar. Nós tomamos conhecimento disso tudo, porque aí eu passei a querer entender e saber. E fomos descobrindo.

            Ora, a minha luta neste País é combater drogas, é combater o tráfico. Minha luta neste País é combater pedofilia. V. Exª é testemunha, o Brasil é testemunha: abuso de crianças. Fui trabalhar para que nós tivéssemos uma legislação para manter na cadeia esses desgraçados, abusadores de crianças neste País. Nada menos do que isso. Cruzei este País, revelei um crime bárbaro, maior que o tráfico de drogas: o abuso de crianças. Aqui nós criamos uma legislação. V. Exª fez parte dessa CPI comigo, porque é um homem dos direitos humanos.

            Qual é a minha grande luta? Combater aborto? A legalização do aborto? Qual é a minha grande luta? Ser um dos patrocinadores do debate da redução da maioridade penal? Sou e assumo, porque um homem de 17 anos, de 15, de 14, de 16, que estupra, que mata, que sequestra, que queima um ser humano dentro de um pneu, que incendeia um ônibus e que mata crianças queimadas dentro de um ônibus e depois, quando a polícia põe a mão, diz: “Tira a mão de mim porque sou menor; eu conheço os meus direitos”...

            Ora, em que mundo estamos vivendo? Nós não estamos no país de Alice. Esse é o meu crime? Qual é o meu crime? De ser contrário à Marcha da Maconha? E estão lá, nas redes sociais, os defensores da Marcha da Maconha me atacando ferozmente, incitados por esse debate que ele promoveu.

            Acharam pouco. Promoveram um ato público na praia de Camburi: “Magno Malta, não”! Eu sempre pensei que, se um ato desses pudesse ser contra mim, “Magno Malta, não”, tinha que ser uma coisa promovida por traficante. Eu até entenderia aqueles que querem a legalização da droga no Brasil fazer um ato contra mim; quem é a favor de aborto, de legalização de droga, quem é a favor de pedofilia fazer um ato desses contra mim.

            Entrei na Justiça. A juíza notificou a Polícia Militar e a guarda, para que fosse lá manter a ordem. Mas não havia 20 pessoas. E duas madames abordadas - duas madames, que pode ser gente que nem conhece a minha história e que nem quer tomar conhecimento da história das pessoas que eu defendo, que são os menores - disseram: “Nós estamos aqui para protestar contra esse Magno Malta, porque esse sujeito não pode ser governador”. Numa eleição de prefeito. Eu não voto na cidade, eu não sou eleitor da cidade e não sou candidato a prefeito.

            Fiquei me perguntando que crime eu cometi, que mal eu fiz. O de levantar essas bandeiras? De ser um sujeito contrário à intolerância com qualquer pessoa? Sou radicalmente contra o PL nº 122? Sou; o projeto da homofobia, V. Exª sabe, mas o texto da intolerância, que é o nosso... Nós temos que se tolerantes com as pessoas e respeitá-las.

            É por isso que sou a favor que se discipline. Não que se criminalize, mas o bullying precisa ser disciplinado, porque muitas vezes começa na escola, com adolescentes, com crianças entrando na adolescência, que já sabem o que fazem, e começam a criar, a oprimir, a descaracterizar, a desmerecer e a praticar o bullying num outro coleguinha, que cresce complexado, desequilibrado. É preciso disciplinar isso, e eu sou a favor dessa disciplina. Que se discipline.

            Qual é o crime que eu cometi? Lutar para não perder os royalties do petróleo? Qual é o crime que eu cometi? Fechar as rodovias do Espírito Santo, a BR-101, parar o trânsito, para chamar a atenção da Presidente, para não perder os royalties do petróleo? Qual é o crime que eu cometi, Senador Paim? Lutar para não perdermos o Fundap, os nossos incentivos fiscais? Qual é o crime que eu cometi?

            Eu sei que esse é o mesmo grupo que se junta todas as vezes em que eu disputo uma eleição. Eles se juntaram. Eles eram inimigos. Na eleição de prefeito, quando João Coser venceu, o líder político deles os abandonou para apoiar o Coser e abandonou a candidatura de César Colnago. Eles ficaram e se dividiram. Mais uma vez fizeram a mesma coisa, mas agora eles se juntaram novamente, como se Vitória fosse um condomínio deles. Eles se juntaram e escolheram o melhor caminho: atacar Magno Malta. “Vamos atacar Magno Malta“.

            Para mim, isso não é novidade. Na minha primeira eleição para Senador, eles não me atacaram, não. Eles me esfaquearam em praça pública. Mas Deus é fiel. Quando Deus escreve, ninguém apaga. A minha eleição foi Deus, quem me levantou foi Deus. Eu sou fruto de um milagre, de uma palavra de Deus à minha mãe, uma mulher que viveu mais de joelhos do que de pé, e eu sabia que seria Senador desde os 13 anos de idade. E não há quem possa impedir o que Deus escreveu.

            Eu não pertenço à elite, eu sou nordestino. A elite tem tudo para me abominar. Eu sou filho de uma negra. Eu sou negro. Eu não tive oportunidade de entrar na faculdade. Eles zombam disso, porque eu não tive essa oportunidade. Eles zombam disso. Eu não sou viciado, eu não bebo, eu não fumo, não cheiro, não faço arruaça nas madrugadas. Eu sou evangélico.

            Infelizmente, ainda somos discriminados neste País por quem reúne tudo o que é adjetivo negativo, por quem se acha melhor do que os outros, por quem nasceu em berço de ouro e nunca pisou o chão.

            Eles se juntaram, Senador Paim, para me atacar. E me atacaram, e me atacaram. E ele questionava os apoiadores do Luciano, como se os apoiadores fossem coisa podre.

            Eu não sei por que, cada qual tem um estilo. Mas o Luciano podia dizer: “Olha, quem está apoiando o senhor hoje saiu do seu partido, era do PSDB com o senhor, Vice-Governador, e saiu atirando no senhor, está nos jornais, chamando-o de preguiçoso, dizendo que o senhor não gosta de trabalhar e dorme até o meio-dia”. Cada qual tem um estilo, mas o rapaz podia dizer: “Olha, seus apoiadores, dos que estão me apoiando, ninguém está sendo investigado e denunciado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, porque não estão envolvidos na lambança da Ferrous, na lambança de Presidente Kennedy, e seus apoiadores estão envolvidos na lambança de Presidente Kennedy”. Está lá o relatório do Tribunal de Justiça. Mas o rapaz, não sei por que, é o estilo de cada um, não os questionou.

            Lá no partido deles, aliás, o ex-Secretário de Fazenda José Teófilo, um dos mais envolvidos nessa denúncia, foi quem preparou os incentivos. Depois, parece que a empresa dele mesmo foi que comprou os terrenos e vendeu-os, ganhando não sei quanto. É do PSDB, do partido dele. E querer questionar os apoiadores?

            Eu não tenho aqui autorização para defender Nilton Baiano, e ele sabe muito bem se defender, mas a minha honra eu tenho. Eu tenho três filhas, que assistiram de camarote a essa indignidade. Aí, as pessoas me diziam: “Não, larga para lá, a eleição acabou; segunda-feira não tem mais nada”. Não tem mais nada uma ova! O cara cospe na minha cara. Eu não tenho horário eleitoral, não tenho como falar, não tenho um espaço. Mas aqui eu tenho, Senador Paim.

            Eu quero dizer que movi três processos contra esse rapaz e estou movendo também contra um indivíduo não sei o quê lá Behring - não sei o primeiro nome dele -, que participou de um programa eleitoral tentando incluir meu nome numa lista de pessoas, segundo ele, nefastas no Estado do Espírito Santo. Certamente essas pessoas também devem tomar suas providências. Contra esse, também, eu tenho uma ação criminal. E quero andar para os tribunais com o senhor Luiz Paulo Vellozo Lucas. Eu quero ir às últimas consequências com ele. Eu quero que, nos tribunais, ele mostre provas das ilações dele contra a minha pessoa.

            Hoje, uma pessoa chegou a mim dizendo: “Olha, o senhor é Senador, faça um ofício ao BNDES para checar as presenças dele, porque ele é funcionário do BNDES. Faça um ofício para ver o índice de comparecimento, de presença dele no trabalho. Eu não vou chegar a isso ainda, não, não vou chegar a isso ainda, não, Senador Paim. Mas estou absolutamente chocado, pelas minhas filhas, entristecido. Mas quero dizer a esse grupo que eu não me acovardei, não me acovardarei! Deus é justo. Quem me justifica é o Senhor, e a Bíblia diz que “toda a arma forjada contra ti tu a condenarás em juízo”. Quero dizer a eles que não tenho medo de cara feia. Medo conheço de ouvi falar, eu nunca fui apresentado. Deus é justo, e o povo sabe as coisas.

            O Luciano venceu as eleições, embora o instituto chamado Futura - é preciso que se tenha uma providência com relação a esse instituto, no Espírito Santo, e é preciso que se estude essa providência - manipula, manipula, manipula. Precisamos urgentemente, Senador Paim, urgentemente tomar providências. E eu estou conversando com os Líderes que concordam comigo, porque não dá para publicar pesquisa de um dia para o outro porque não há boca de urna mais infame do que esta: o sujeito xerocopia os jornais e sai distribuindo. Trouxe um número no último dia, colocando o Luciano abaixo do candidato do PSDB, o Sr. Luiz Paulo Vellozo Lucas, mas, graças a Deus, eles falaram às 19h numa ES-TV, e o Ibope desmentiu no Jornal Nacional. Realmente a Rede Tribuna acertou nos seus números, a Rede Tribuna acertou nos seus números.

            Quero dizer ao povo do Espírito Santo e ao povo do Brasil que eu vou continuar as minhas lutas, as bandeiras, honrando quem me trouxe para cá, fazendo enfrentamento a todas elas, agora que eu estou na Comissão do Código Civil Brasileiro, que traz propostas nefastas de legalização de droga, legalização de aborto, eutanásia e que muda de forma a assustar a mim e a qualquer pai de família ou a quem ama a vida neste País.

            O estupro de vulnerável, por exemplo, Senador Paim, que hoje são 14 anos, é baixo; o sujeito tem relação com uma menina de 14 anos e é estupro de vulnerável.

(Soa a campainha.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES) O novo Código Penal está tentando baixar para 12 anos. É o fim do mundo, mas nós não vamos permitir. Estão querendo legalizar a prostituição, para que vire profissão no Brasil. Ora, quando você cria uma profissão é preciso que se criem as escolas de treinamento. Por que se criou o Senai? Por quê? Quando se legaliza a profissão de bombeiro ou a profissão de frentista, é preciso fazer escola de treinamento. Teremos escolas de prostituição no País!

            Nós vamos lutar até o final contra a proposta nefasta de que o viciado pode plantar maconha para seu uso pessoal, sem que tenha qualquer tipo de vigilância.

            Eu quero aqui aplaudir a revista Veja pela matéria que traz sobre a maconha, definitivamente mostrando os malefícios dessa desgraça para o cidadão, para o ser humano.

            Aqui, Senador Paim, vai a minha indignação contra um grupo que se acha dono do Estado. Quem os abraça e beija, por medo, se torna pessoa de bem. E quem se recusa a beijar a mão deles eles fazem de tudo. Já tentaram comigo mais de uma vez - mais de uma vez! -, mas eu quero reafirmar, como o Apóstolo Paulo, que a mim importa agradar a Deus. A minha cerviz é dura, a minha espinha é muito dura. Eu não vou me curvar nunca para homem nenhum e me recuso a colocar o meu destino em mão de homens. Eu vou sempre me curvar e obedecer ao meu Deus.

            Encerro o meu discurso falando ao povo de Vila Velha, que fez a sua escolha. Orgulha-nos muito o nosso Prefeito Neucimar Fraga, que hoje é um homem que está pronto para ser candidato a Senador em 2014, que está pronto a ser candidato a governador. Eu lhe digo, Neucimar, que, se quiser ser candidato a governador, terá o nosso apoio, e nós vamos cruzar esse Estado inteiro, porque você é um gestor provado e preparado. Poderá muito bem ser candidato a governador. Poderá ser candidato a Senador. É um quadro preparado que orgulha a nós, do Partido da República.

            Em nome das minhas filhas, Magda, Magna Karla e Jaislyne, que tem apenas 12 anos, que assistiram a esses ataques indignos e irresponsáveis contra minha pessoa, eu encerro, dizendo, Senador Paim, que eu não vou arrefecer o meu ânimo, que ninguém vai calar a minha voz e que eu não terei medo de falar e de denunciar a verdade, ainda que tenha de dar nomes, doa em quem doer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/10/2012 - Página 57703