O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, primeiro os meus agradecimentos por V. Exª cumprir o Regimento Interno da Casa.

            Segundo, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, no momento em que anunciam a todo o povo brasileiro que o Genoíno, Senador Pedro Taques, que o Genoíno, condenado, ladrão, safado vai voltar ao Congresso Nacional; no momento em que se veem Parlamentares condenados dentro do Congresso Nacional, minha nobre Senadora; no momento em que se veem Senadores que respondem por mais de 40 processos; no momento em que se veem Deputados que respondem por mais de dezena de processos, o que se deve fazer? O que se deve fazer no momento em que o Supremo dá uma resposta a uma Casa como o Congresso Nacional?

            É dizer ao Supremo - leio a minha fala de ontem: “Aproveitem a oportunidade para limpar o Senado Federal! Aproveitem a oportunidade para limpar a Câmara Federal! Julguem, Srs. Ministros! Julguem com urgência aqueles processos que estão aí de Senadores e de Deputados!”

            Pedro Taques, isso é coerência de um Senador que quer limpar esta Casa. Não me permito mais, Senador, conviver com pessoas aqui que sei que a desigualdade financeira é muito grande em relação a outros Senadores, probos, de caráter, de formação, que respeitam suas famílias e que vivem com dificuldade, como eu, Senador, com empréstimos bancários, com dívidas bancárias para sobreviver. Isso é desigual, Senador. Isso é desigual, Senador.

            Dizer nome nem precisa, Senador. Dizer nome nem precisa, Senador! Eu não citei nome pela coerência do Regimento Interno, não pela minha covardia. Porque, se o Regimento Interno permitir, eu direi o nome. Eu direi o nome e mostrarei os processos. E direi por que chamei de ladrão!

            Se quiserem me cassar, me cassem! Me cassem! Mas esta voz não vai parar!! Eu não tenho medo de ser cassado!! Mas esta voz não vai calar.

            Senadora, leia o meu pronunciamento, veja o teor. Inclusive fiz pausa aqui para elogiar todos os Senadores que estavam presentes. Só um não fiz porque não sabia o nome dele, é um Senador novato, mas todos os que estavam aqui me conheciam, e elogiei todos.

            Este é o grande momento, Senadores e Senadoras. Se nós não pedirmos isso... Estou aqui com um ofício agora ao Supremo Tribunal. Irei lá amanhã, vou bater de porta em porta dos ministros, pedindo ação da análise dos processos que estão lá engavetados há anos e anos, que V. Exª inclusive condenou, que V. Exª inclusive julgou, que V. Exª, na sua profissão, demonstrou a sua moral, demonstrou a sua formação, aplaudido naquela época por mim de pé, Senador! De pé!

            Esta Pátria precisa mudar. Se for para mudar, condenando a mim, colocando a mim o sofrimento, me condenem, façam-me sofrer (fora do microfone), mas eu não vou parar de acusar. Me condenem! Se for pela Pátria, façam isso, façam isso já!

            A SRª PRESIDENTE (Vanessa Grazziotin. Bloco/PCdoB - AM) - Senador, seu tempo se encerrou, e a Mesa lhe concede mais um minuto para concluir.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Ou é agora ou nunca mais. Ou agora se faz, ou esse montão de processos que estão nas gavetas no Supremo Tribunal Federal vão apodrecer, e as baratas das gavetas do Supremo Tribunal Federal vão roer folha por folha, Senadores.