Pronunciamento de Eduardo Suplicy em 31/10/2012
Pela ordem durante a 201ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
- Autor
- Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
- Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Pela ordem
- Publicação
- Publicação no DSF de 01/11/2012 - Página 58000
O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero, primeiro, homenagear o General Lúcio Mário de Barros Góes, que, com tanta qualidade, respondeu às questões, hoje, na Comissão de Constituição e Justiça; honra as Forças Armadas e o Exército Brasileiro. Quero também me solidarizar com a população de Manaus, tendo em conta as palavras do Líder Eduardo Braga.
Encaminhei à Mesa, juntamente com os Senadores por São Paulo, Aloysio Nunes e também Antonio Carlos Rodrigues, um requerimento de congratulações ao Estado de São Paulo pela trajetória brilhante desenvolvida pelo Jornal da Tarde, um marco na história do jornalismo brasileiro, considerada revolucionária à época da sua criação, em 4 de janeiro de 1966.
Se me permite brevemente justificar, Sr. Presidente, hoje, 31 de outubro de 2012, circulou a última edição do Jornal da Tarde, 46 anos após a sua criação.
O SR. PRESIDENTE (José Sarney. Bloco/PMDB - AP) - Peço ao Plenário um pouco de silêncio, a fim de que possamos ouvir o orador que se encontra na tribuna.
O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - A meta do Grupo Estado, ao fechar o Jornal da Tarde, leva em conta o objetivo de investir na marca Estadão como estratégia multiplataforma integrada. É mais uma medida revolucionária do Grupo Estado, integrando os diversos tipos de mídia, para levar maior volume de conteúdo a mais leitores, sem barreiras de distâncias e custos de distribuição, como o justificado em nota publicada no site de O Estado de S. Paulo. A nota, assinada por Francisco Mesquita Neto, diz ainda que o JT deixará de existir, mas suas principais contribuições permanecem no seu irmão mais velho, o Estadão.
Ao falar do fechamento do Jornal da Tarde, não posso deixar de mencionar o jornalista Mino Carta, um dos idealizadores do Jornal. Ele e Murilo Felisberto foram incumbidos pela família Mesquita, nos anos 60, de criar um novo modelo de jornal, mais ousado, diferente do tradicional e inspirado nas mudanças culturais e de comportamento daquela década.
É com orgulho que Mino Carta recorda os anos dourados do Jornal: “Tivemos várias edições que, como se diz agora, bombaram”, destacando a cassação de Ademar de Barros, em 1966; a Guerra dos Seis Dias, no Oriente Médio, em 1967; a morte de Che Guevara e tantas outras, que conferiram vários prémios à publicação.
Em O Estado de S. Paulo de hoje o editorial denominado "O JT sai de cena", a trajetória do Jornal da Tarde é reverenciada como:
o mais importante insumo da revolução estética, de comunicação e jornalística [...]. Foi o tempo de processamento, luxo, que pouquíssimos jornalistas da presente geração alguma vez puderam desfrutar no exercício da profissão.
O mesmo editorial reforça as mudanças que se fazem necessárias nessa nova etapa que o jornalismo e a imprensa vivem no início do século XXI. "Enquanto reformava o passado, o JT pôs também um pé no futuro ao reinterpretar a essência do jornalismo”...
O SR. PRESIDENTE (José Sarney. Bloco/PMDB - AP. Fazendo soar a campainha.) - Peço às pessoas presentes no plenário que se mantenham em silêncio, a fim de que possamos ouvir os senhores oradores.
O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - E assim concluo, Sr. Presidente, e peço que... “... ao reinterpretar a essência do jornalismo, que é a função de captar os pleitos difusos da sociedade, interpretá-los, dar-lhes forma legível".
Apresento meus cumprimentos ao Grupo Estado pela profícua e combativa trajetória do Jornal da Tarde, ao Sr. Ruy Mesquita, que, infelizmente, deixa hoje de circular, não para simplesmente morrer, mas para continuar vivo, com o mesmo espírito e essência que marcaram esse capítulo, nos novos projetos que estão por vir no Grupo Estado.
Assinamos Antonio Carlos Rodrigues, Aloysio Nunes Ferreira, além de mim próprio, Sr. Presidente.
Muito obrigado.