Pronunciamento de Aécio Neves em 31/10/2012
Pela ordem durante a 201ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Agradecimento aos Srs. Senadores pelo apoio à aprovação de um empréstimo para o Governo do Estado de Minas Gerais; e outros assuntos.
- Autor
- Aécio Neves (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
- Nome completo: Aécio Neves da Cunha
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Pela ordem
- Resumo por assunto
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ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), GOVERNO ESTADUAL.
HOMENAGEM.:
- Agradecimento aos Srs. Senadores pelo apoio à aprovação de um empréstimo para o Governo do Estado de Minas Gerais; e outros assuntos.
- Aparteantes
- Eduardo Suplicy.
- Publicação
- Publicação no DSF de 01/11/2012 - Página 58021
- Assunto
- Outros > ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), GOVERNO ESTADUAL. HOMENAGEM.
- Indexação
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- AGRADECIMENTO, SENADO, APROVAÇÃO, EMPRESTIMO, BENEFICIO, GOVERNO, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), OBJETIVO, RESOLUÇÃO, PENDENCIA, EMPRESA ESTATAL, SETOR, ELETRICIDADE, REGIÃO.
- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, POETA, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG).
O SR. AÉCIO NEVES (Bloco/PSDB - MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Agradeço a V. Exª, ilustre Senador Benedito de Lira. Começo por agradecer as menções, a manifestação do ilustre Senador Inácio Arruda. Tivemos oportunidade, sim, de apoiar o candidato do PCdoB na Cidade de Contagem. Desejamos ao prefeito agora eleito, Carlin, todo o sucesso. Ele contará com as parcerias necessárias com o Governo do Estado para fazer com que o Município de Contagem tenha as suas demandas efetivamente atendidas.
Uma segunda razão, Sr. Presidente, pela qual venho a esta tribuna é para agradecer a V. Exª e aos Srs. Senadores pelo apoio à aprovação de um empréstimo para o Governo do Estado de Minas Gerais, através da Cemig, extremamente importante para resolver a pendência da estatal mineira com o Governo do Estado. Portanto, fica aqui, de público, o nosso agradecimento, reiterando que, na semana que vem, teremos outro projeto na mesma direção, que será submetido a esta Casa.
Peço a V. Exª um minuto da atenção desta Casa, para dizer que, hoje, Sr. Presidente, nós, mineiros, somos muito ciosos dos nossos valores e, especialmente, daqueles que temos o privilégio de, ao longo da história, exportar para o Brasil. R Carlos Drummond de Andrade é um desses. Exatamente hoje - acho que o Senado da República não poderia ficar sem esse registro -, neste 31 de outubro, celebramos os 110 anos de nascimento desse grande poeta mineiro e brasileiro.
O Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro, Sr. Presidente, capitaneia a ideia de que, em todos os dias 31 de outubro, comemoremos o Dia D, Dia de Drummond, e propõe essa homenagem como uma clara contraposição a outro conhecido Dia D, para apagar a guerra e saudar a liberdade, a imaginação e a aliança entre homens de boa palavra.
Desde 2011, o acervo de Drummond encontra-se sob a guarda do Instituto Moreira Salles, e a iniciativa do Dia D, que anuncio hoje, aqui deste Plenário, conta, neste ano, com a parceria de bibliotecas, de importantes editoras e de livrarias brasileiras, espalhadas por todas as regiões, da Prefeitura de São Paulo, e de outros parceiros, que valorizam a poesia e a cultura nacional. Tudo isso foi traduzido em uma série de eventos que vêm ocorrendo no Rio de Janeiro, em especial, e em outras localidades.
Drummond, Sr. Presidente, em muito sintetiza o que é o Brasil. Poeta mineiro, criou uma poesia universal, que extrapolou os limites e as fronteiras das Gerais. Em 1934, mudou-se para cidade do Rio de Janeiro, para trabalhar com o Ministro da Educação e Saúde Gustavo Capanema, outro notável mineiro, nascido em Pitangui.
Viveu o Modernismo, e o Modernismo exerceu grande influência na sua formação. Autor de poemas, como No Meio do Caminho e Poema de Sete Faces, Drummond produziu uma obra que era facilmente entendida e captada pelo grande público, o que o tornou um poeta extremamente popular, mas nem por isso produziu uma obra que pudesse ser classificada como superficial. Foi, também, tradutor de autores como Balzac, Lorca, Molière, e foi jornalista, cronista, ensaísta e ficcionista.
Portanto, Sr. Presidente, Drummond, acima de tudo, foi um farol de inteligência e cultura, no Brasil do século XX, que continuará a nos iluminar, no presente e no futuro. Por isso, a iniciativa de comemorarmos, a cada ano, o Dia D, Dia de Drummond. É importante que seja lembrado e celebrado.
O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Eu gostaria, Senador Aécio Neves, de associar-me à homenagem que tão merecidamente V. Exª presta aos 110 anos de Carlos Drummond de Andrade, que, conforme salientou V. Exª, era um homem que pregava a paz, a solidariedade entre os homens. Quando vemos, ainda, nosso mundo tão conturbado, o nosso País, ainda, por vezes, caracterizado por ações de criminalidade, de violência; quando vemos o que acontece na Síria, ou, às vezes, as ameaças entre Israel e Irã, então sempre nos lembramos das recomendações de Carlos Drummond de Andrade. Se me permite então complementar o que V. Exª disse, eu acho tão belo este poema:
A bomba
é uma flor de pânico apavorando os floricultores
A bomba
é o produto quintessente de um laboratório falido.
A bomba
é estúpida é ferotriste é cheia de rocamboles.
A bomba
é grotesca de tão metuenda e coça a perna.
A bomba
dorme no domingo até que os morcegos esvoacem
A bomba
não tem preço não tem lugar não tem domicílio.
A bomba
amanhã promete ser melhorzinha mas esquece (...)
E assim vai adiante até que ele chega ao final:
A bomba
é vigiada por sentinelas pávidas em torreões de cartolina
A bomba
com ser uma besta confusa dá tempo ao homem para que se salve
A bomba
não destruirá a vida.
O homem
(tenho esperança) liquidará a bomba.
Que coisa mais bela que justamente nos conduz a ter forças para a realização de justiça, que nos garantirá um dia a paz entre toda a humanidade.
Meus cumprimentos a V. Exª.