Discurso durante a 215ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa de acusações feitas contra S.Exa. por uma parte da imprensa no Estado do Pará.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA.:
  • Defesa de acusações feitas contra S.Exa. por uma parte da imprensa no Estado do Pará.
Publicação
Publicação no DSF de 22/11/2012 - Página 62469
Assunto
Outros > IMPRENSA.
Indexação
  • CRITICA, DESTINAÇÃO, JORNAL, DIARIO DO PARA, ESTADO DO PARA (PA), MOTIVO, PUBLICAÇÃO, ARTIGO DE IMPRENSA, REFERENCIA, DECISÃO JUDICIAL, DETERMINAÇÃO, BLOQUEIO, BENS, PROPRIEDADE, ORADOR.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Meu caro Presidente Senador Humberto Costa, Srs. Senadores, Sras Senadoras, trago hoje a esta tribuna, meu nobre Senador Humberto Costa, a preocupação que tenho com a credibilidade de alguns órgãos da imprensa do meu Estado.

            É impressionante, é inacreditável como o jornal Diário do Pará trata de maneira leviana as notícias que divulga para o conhecimento popular. Meu caro Cyro Miranda, V. Exª que me cedeu gentilmente o seu horário na tarde de hoje, aqui externo os meus agradecimentos. Veja, meu nobre Senador, como se faz uma política jornalística mentirosa, uma política jornalística que abala obviamente a credibilidade de um jornal chamado Diário do Pará, que não deveria ser chamado Diário do Pará; deveria ser chamado “Diário do Povo”, porque este jornal foi feito com dinheiro do povo paraense.

            Os ensinamentos de um jornal sério, como o é O Liberal, um jornal premiado pela sua seriedade, um jornal feito com o suor dos Maioranas, com a moralidade dos Maioranas, com a seriedade dos Maioranas, com o ensinamento que os Maioranas receberam de Rômulo Maiorana, um dos homens mais sérios do Estado do Pará, são bem diferentes dos ensinamentos que receberam os dirigentes desse jornal Diário do Pará, ou melhor, “Diário do Povo”.

            Nação brasileira, meus queridos paraenses de Nossa Senhora de Nazaré, TV Senado, eu já disse que, quando venho a esta tribuna, eu trago documentos que provam o que eu falo. Véspera da eleição para prefeito de Belém, O Liberal publica o resultado de dois grandes institutos. Publica, TV Senado, o Ibope 57% para o candidato do PSDB e 43% para o candidato do “Diário do Povo”, o Diário do Pará. O Vox Populi, 60% para o candidato do PSDB e 40% para o candidato do “Diário do Povo”. No “Diário do Povo”, Srs. e Srªs, dois institutos dão diferença de 20% para o candidato do PSDB. Olhem a credibilidade desse jornal, ou melhor, desse jornaleco chamado Diário do Pará!

            Sabem o que diz esse jornaleco, senhoras e senhores? Vejam a inversão que ele faz na véspera de uma eleição, praticando verdadeiro crime, que deveria ter sido comunicado pelo partido ao Ministro das Comunicações, ao Ministro da Justiça. Ele inverte os valores na marra, na coragem, no cinismo. Ele inverte os valores, dando a vitória ao seu candidato, 51 a 46.

            Que credibilidade tem esse jornal, meu Pará querido? Como podemos acreditar na leviandade de um jornal que jamais falou a verdade à população paraense?

            Traz o jornal agora que o juiz bloqueou as minhas contas. Não teve o jornal a preocupação - como se fosse de verdade - de buscar a verdade e de saber a verdade: que os meus bens já tinham sido desbloqueados há muito tempo.

            Eu não respondo por crime nenhum. Quem responde por mais de um crime, por vários crimes são pessoas que nem deviam estar aqui, no Senado Federal. São pessoas que já deveriam ter sido julgadas pela nossa Justiça.

            E vou eu aqui, Pedro Taques, fazer uma vigília, nem que seja sozinho, para que Joaquim Barbosa, o mais respeitado brasileiro da atualidade, julgue os processos criminosos que estão lá no Supremo; os processos que levaram o dinheiro dos brasileiros e dos paraenses. Que julgue imediatamente não só o mensalão, mas também os processos de políticos que estão engavetados há muitos anos. Não é um, nem são dois ou três processos; são dezenas de processos.

            Vou ler agora, como sempre faço, paraenses, o desbloqueio da minha conta, do caso de que fui eu acusado.

            O Ministério Público da minha terra - parabéns, Ministério Público da minha terra! - passou um ano, Pedro Taques, pesquisando a minha vida dentro da Assembleia Legislativa, da qual me honro de ter sido Presidente, e nada encontrou. Disse apenas: o Senador Mário Couto devia ter visto a falsificação na folha de pagamentos. Não viu. Sarney não viu também o que aconteceu na época do seu diretor administrativo; o Lula também não viu; a Dilma também não viu; o ex-Presidente da Assembeia também não viu; o Presidente do Tribunal de Justiça da minha terra, Milton Nobre, também não viu, mas tudo bem!

            Não devo nada e falo aqui, Pedro Taques, batendo no meu peito: não devo nada! Quem quiser vasculhar e pesquisar a minha vida pode vasculhar e pesquisar. Daqui a dois minutos, eu vou abrir a minha conta bancária ao povo do meu Estado. Daqui a dois minutos. Não precisa que juiz requeira a quebra do meu sigilo bancário. Eu vou abrir agora à Nação brasileira as minhas contas.

            (Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Sr. Presidente, dê-me mais dois minutos.

            Diz o Tribunal de Justiça do meu Estado:

Da maneira como foi prolatada, sem a devida motivação capaz de justificar e esclarecer os motivos que conduziram à medida extrema [‘medida extrema’ ,Pedro Taques, diz o Tribunal], estou por reconhecer a relevância dos fundamentos trazidos pelo agravante [o agravante sou eu] e, em juízo de convicção sumária, reconhecer do recurso e conceder-lhe o efeito suspensivo.

            Então, esse jornaleco já sabia ou devia saber que as minhas contas, que a indisponibilidade dos meus bens já havia sido cassada pelo Tribunal de Justiça da minha terra, por reconhecer que a medida era extrema.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Mais ainda, meu caro Presidente - já vou descer da tribuna -, abro minhas contas à Nação brasileira. Abro minhas contas e vou fazer isso sempre. Eu não tenho outro banco. É só o Banco do Brasil. Eu não posso mentir nesta tribuna a peso de ser cassado. Eu só tenho conta no Banco do Brasil.

            No mês de maio, o meu saldo bancário era de R$38.710,00 negativos, Brasil. Eu continuei. No mês de junho, passou para R$52.676 negativos, meu caro Alvaro Dias.

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Sabe o que aconteceu, meu caro Álvaro? Eu perdi o crédito no banco. O banco cortou o meu crédito. (Fora do microfone.)

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Parti para o empréstimo de R$115 mil e pago a mensalidade de R$4 mil por mês. Para acelerar mais, meu nobre Presidente, R$115.238,08 peguei emprestado do banco. Hoje, o meu saldo bancário é de R$12,37. Não é igual, Presidente - já estou descendo -, com certeza, ao dos donos desse jornal, o Diário do Pará, chamado “Diário do Povo”, que enriqueceram às custas do dinheiro dos paraenses, meus caros paraenses.

            Quem me dera eu pudesse ter fazenda, pudesse ter avião! Quem me dera, não. Perdão, meu Cristo e meu Deus! Eu não queria ter assim. Eu não queria ter logrado o povo do meu Estado, que precisa tanto de recursos para a saúde e para a educação.

             Eu não tenho nada na vida. Os meus bens são apenas duas casas, que dei aos meus filhos, e uma caminhonete, há três anos. Eu não tenho avião, eu não tenho fazendas, eu não tenho jornal, eu não tenho rádio, eu não tenho televisão. Não é esse o meu patrimônio. Eu sou sério! Eu respeito o povo do Pará!

            No Pará, só existe um jornal - Presidente, eu já estou descendo, eu lhe prometo -, chamado O Liberal.

            No Pará, só existe um jornal sério.

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - E ratifico: dirigido por homens sérios e competentes, por homens que respeitaram o Estado a vida inteira, por homens ilibados, por homens sérios, por homens que sabem fazer a imprensa, por homens que sabem divulgar as notícias sérias; não por levianos.

            Muito obrigado, meu caro Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/11/2012 - Página 62469