Comunicação inadiável durante a 219ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários acerca da corrupção no Brasil; e outro assunto.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
PREVIDENCIA SOCIAL, CORRUPÇÃO.:
  • Comentários acerca da corrupção no Brasil; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 28/11/2012 - Página 64135
Assunto
Outros > PREVIDENCIA SOCIAL, CORRUPÇÃO.
Indexação
  • REGISTRO, APRESENTAÇÃO, PROJETO DE LEI, OBJETIVO, MELHORIA, SITUAÇÃO, APOSENTADO.
  • COMENTARIO, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, MOTIVO, FREQUENCIA, DENUNCIA, CORRUPÇÃO, ELOGIO, ATUAÇÃO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), JULGAMENTO, AUTORIDADE PUBLICA, IMPORTANCIA, PROCESSO, HISTORIA.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, há vários dias, Presidente, que é minha intenção apresentar um projeto -- um projeto de lei --, e, por vários motivos, não tive a oportunidade.

            Tiro a tarde de hoje para, primeiro, anunciar a V. Exª que vamos retomar -- e eu espero o apoio de V. Exª --, vamos retomar, Senador Paulo Paim -- tenho certeza de que, na quarta-feira à tarde, vamos ter a adesão de vários Senadores --, encampar novamente a luta pró-aposentados neste País. Precisamos disso. Precisamos recomeçar. Precisamos mostrar ao Governo Federal que os aposentados do Brasil não aguentam mais a vida que levam hoje.

            Amanhã falarei mais sobre este assunto, mas quero dedicar a tarde de hoje para falar um pouco da corrupção que se generalizou neste País.

            Minha Nossa Senhora de Nazaré, padroeira dos paraenses, eu que te adoro tanto, querida virgem, até quando nós vamos escutar, neste País, notícias de roubalheira generalizada?

            Nem terminou o mensalão. Quantos Ministros foram demitidos? Agora a corrupção vai para dentro do Governo, vai para os gabinetes do Governo Federal.

            Deus do céu, Presidente! Presidente, este País não vai a lugar nenhum, Presidente, com a corrupção generalizada! Esse dinheiro que está sendo lesado dos cofres públicos é dinheiro da Saúde, Presidente! É dinheiro da Educação, Presidente! É dinheiro das estradas, dos portos, dos aeroportos! Tudo isso por fazer, e a corrupção no Brasil se instituiu de uma vez por todas. A corrupção no Brasil se generalizou, Presidente. Ela não tem fim, Presidente. Ela não tem fim.

            Eu quero aqui, na tarde de hoje, Srªs e Srs. Senadores, Sr. Presidente -- e peço a ajuda de V. Exªs --, dizer que nós temos que deixar algo que marque a história deste País, com a atitude e a decência do Supremo Tribunal Federal. Nós temos que deixar para os nossos filhos e netos a história desse mensalão. Tem que ficar marcado no Brasil o conceito e a moralidade do Supremo Tribunal Federal, para que, mais tarde, aqueles brasileirinhos que nascem hoje possam perceber a coragem, o amor e a dedicação de cada um dos Ministros.

            Por isso, Sr. Presidente, trago um projeto de lei que institui o dia 12 de novembro de 2012 como o Dia do Mensalão, marco de combate à corrupção neste País.

            Precisamos marcar, Presidente! Precisamos marcar, grifar esse dia, para que, nesse dia, todos os brasileiros possam pensar no que aconteceu neste País, possam pensar na atitude do Supremo Tribunal Federal. E que sirva de exemplo para todos os brasileiros que nascem neste País.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Já vou sair, Presidente.

            Certamente, a presente iniciativa é uma forma de guardar na memória da sociedade brasileira o dia em que a mais alta Corte de Justiça do País contemplou o maior anseio popular, de ver penalizado, execrado do cenário político brasileiro aquele representante que, de forma covarde, de forma cínica, de forma descarada, usurpou as suas competências ao desviar verba pública por meio da prática de atos de corrupção, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro (Fora do microfone.), de peculato, entre outros ilícitos que só atingiram as pessoas mais carentes. Sim, diretamente, as pessoas mais carentes deste País, por justamente dependerem, para a sua sobrevivência, única e exclusivamente de recursos. São serviços como a Saúde, o Transporte e a Educação.

            (Fora do microfone.) Em decorrência, neste País, deste ato, outros setores deixaram de receber esse recurso e, por conseguinte, não realizaram melhorias, nem ampliaram, da forma como deviam, o atendimento, em razão do que muitos tiveram sua vida ceifada à porta de hospital, por falta de assistência e de remédio.

            Ao descer desta tribuna, Sr. Presidente, falo à Nação brasileira, falo à minha Pátria, de coração ferido: a corrupção neste Brasil está chegando a quase R$100 bilhões, Srs. brasileiros e brasileiras!

            Como pode, Brasil?

            Como podem viver os aposentados, por exemplo, os aposentados brasileiros, que passam fome (Fora do microfone.), que não têm remédio, que não têm assistência de absolutamente nada?

            E hoje, pelas notícias dos jornais, estão roubando dentro dos gabinetes da Presidência da República! Dentro dos gabinetes, Presidente! Estão roubando dentro dos gabinetes! Não é só o mensalão, Presidente! É a sem-vergonhice geral neste País.

            “Roubem! Podem roubar! Abriram as portas!’

            Será que o Dirceu tira um ano de cadeia, Presidente? Será, Presidente? Tira nada. Tira nada. Eu duvido! Eu aposto! Aposto meu mandato, se for necessário, se o Dirceu vai passar mais de um ano na cadeia. (Fora do microfone.) E ainda vai dizer o seguinte, Presidente, ainda vai escrever um livro assim: “Os meus dias na cadeia”. E vai vender muito livro. E vai ganhar muito dinheiro.

            Esse é o nosso País, Presidente.

            Muito obrigado.

(Soa a campainha.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/11/2012 - Página 64135