Discurso durante a 224ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Considerações acerca da operação Porto Seguro, da Polícia Federal, e defesa da Presidente Dilma Rousseff.

Autor
João Costa (PPL - Partido Pátria Livre/TO)
Nome completo: João Costa Ribeiro Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Considerações acerca da operação Porto Seguro, da Polícia Federal, e defesa da Presidente Dilma Rousseff.
Publicação
Publicação no DSF de 04/12/2012 - Página 65575
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, REFERENCIA, AUTONOMIA, POLICIA FEDERAL, OPERAÇÃO, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO.

            O SR. JOÃO COSTA (Bloco/PPL - TO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Inácio Arruda, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, bem-aventurados são aqueles que, como eu, têm sede e fome de justiça, porque serão saciados.

            Ter fome e sede de justiça, Sr. Presidente, é respeitar o próximo. É não tirar profeito de circunstâncias. É não criar nem se locupletar de factóides. É ter responsabilidade e coerência com aquilo que pensa, com aquilo que diz e com aquilo que fala. É respeitar a dignidade humana e o ordenamento jurídico.

            Nos últimos dias, Sr. Presidente, com relação à Operação Porto Seguro, tenho ouvido todo tipo de impropérios. Não podemos dar ouvidos a frases levianas e desconectadas, nem falar em "Balcão de Negócios", "Fábrica de Escândalos", e por aí em diante.

            No meio de tantas expressões dissociadas da realidade jurídica e do contexto probatório, visivelmente sinto um único objetivo subliminar e subreptício em tudo: o de ofender a honra da Presidente Dilma Rousseff.

            Não represento Sua Excelência, e dela não recebi qualquer tipo de procuração ou autorização para falar em seu nome. Jamais falamos sobre esses assuntos. Mas sou um cidadão brasileiro, Sr. Presidente, e, neste Senado a minha voz se alia a milhões de outras vozes, a milhões de outros brasileiros.

            Não poderia calar-me, Sr. Presidente, diante da campanha difamatória que tem sido feita contra a Presidente Dilma, nos últimos dias, por parte da oposição. Diante de tantos gritos e desabafos feitos, é preciso que um homem levante a voz em defesa de uma mulher, ainda que essa seja a Presidente da República e que aquele seja um Senador.

            A Operação Porto Seguro, nos termos em que foi feita, é a prova de que a Presidente Dilma deu à Policia Federal total independência e autonomia.

            Essa postura forte e sábia demonstra, mais uma vez, o compromisso da Presidente com o futuro do Brasil, porque a Presidente sabe que uma polícia preparada e independente é mais capaz de combater o crime e de prender os criminosos.

            Atualmente, o Brasil tem uma governante compromissada com a probidade da coisa pública. Vale rememorar que a Presidente exonerou, imediatamente, todos os servidores investigados na Operação, algo que muitos Presidentes antes dela, em situações semelhantes, se recusaram a fazer.

            Em que país, Sr. Presidente, a polícia tem autonomia para investigar, seriamente, até mesmo um Gabinete ligado à própria Presidência da República? Obviamente, só naqueles em que há alguém tão forte e capaz, tão comprometida com a impessoalidade e com a moralidade públicas, como há no Brasil de hoje.

            Ressalte-se que a Presidente e seus Ministros jamais foram sequer mencionados em qualquer parte da investigação. Não há liame de vontades entre a Presidente, seus Ministros e os acusados na Operação. Não há adesão voluntária à conduta tida como criminosa, nem nexo de causalidade entre essa o resultado apontado como criminoso na Operação Porto Seguro. Enfim, não há nada que macule a honra, o decoro e a boa fama da Presidente da República e de seus Ministros.

            Inegável, é que eles estão entre as autoridades públicas merecedoras de apreço e confiança. Todos sabemos que a Presidente tem demonstrado respeito, honestidade, transparência e sinceridade em todos os seus atos da vida pública, seja perante o povo brasileiro, seja perante o Congresso Nacional.

            Ainda assim, querem convocar acusados, ouvir Ministros, testemunhas, instalar CPIs. Estão querendo, na verdade, Sr. Presidente, transformar o Senado Federal em uma delegacia de quinta categoria, das piores que existem no mundo. Não podemos permitir tamanho disparate. Não podemos assistir a tudo em silêncio.

            As exonerações e afastamentos foram feitos. As sindicâncias administrativas foram instauradas. Os mandados de buscas foram deferidos e cumpridos pelas autoridades constituídas. O que pude encontrar, Sr. Presidente, são intrigas da oposição.

            O que querem mais? O que a oposição pretende? Só há uma resposta, Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Sr. Senadores: querem destruir e enfraquecer o Brasil, impedir o seu crescimento e o triunfo dos brasileiros. Esperam ser beneficiados com a instalação do caos que sonham criar, com o adágio "Quanto pior, melhor!". É isso que pretendem.

            Vejo, Senhor Presidente, por trás de tudo isso, uma cortina de revanchismo barato, pequeno e medíocre, de um grupo que ainda não admitiu mais uma derrota eleitoral, de um grupo que esqueceu que eleição se ganha nas ruas, eleição se ganha nas praças, eleição se ganha nos comícios, que eleição se ganha nas urnas.

            Não se ganha eleição fazendo futricas, fuxicos e mexericos. Não se ganha eleição querendo o mal para o Brasil, com manobras que buscam impedir o seu crescimento, o seu progresso e o seu desenvolvimento.

            O que acabo de dizer, Sr. Presidente, pode até não ser aquilo que um grupo pequeno gostaria de ouvir. Mas, não tenho dúvida, é aquilo que muitos gostariam de dizer.

             É isso que penso e não poderia deixar de falar. 

            Agradeço a gentileza e a atenção de todos.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/12/2012 - Página 65575