Comunicação inadiável durante a 225ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com o avanço do uso de substâncias entorpecentes no País, em especial com o aumento do consumo de crack.

Autor
Eduardo Lopes (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
Nome completo: Eduardo Benedito Lopes
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
DROGA.:
  • Preocupação com o avanço do uso de substâncias entorpecentes no País, em especial com o aumento do consumo de crack.
Publicação
Publicação no DSF de 05/12/2012 - Página 66092
Assunto
Outros > DROGA.
Indexação
  • COMENTARIO, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, CONSUMO, DROGA, DERIVADOS, COCAINA, PREJUIZO, SAUDE, ENFASE, ESTADO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), REFERENCIA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, COMBATE, UTILIZAÇÃO, PRODUTO, REGISTRO, NECESSIDADE, AMPLIAÇÃO, ATENÇÃO, POPULAÇÃO, ASSUNTO.

            O SR. EDUARDO LOPES (Bloco/PRB - RJ. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - O.k. Obrigado, Sr. Presidente.

            Cumprimento a todos que acompanham agora esta sessão, seja pela Rádio Senado, pela TV Senado, pela Internet, e os presentes. E eu quero, nesta tarde, nesta comunicação inadiável, falar a respeito de algo que nos tem preocupado muito, e creio que não só o Estado do Rio de Janeiro, não só a cidade do Rio de Janeiro, mas todo o Brasil.

            Eu quero trazer aqui alguns pontos tratando especialmente da cidade do Rio de Janeiro e do Estado do Rio de Janeiro.

            Sabemos que, desde tempos imemoriais, o uso de substâncias entorpecentes, que causam dependência e comprometem o discernimento de homens, mulheres e crianças, tem sido uma constante, infelizmente.

            Além da devastação psicológica, física, moral e econômica individual e da dependência incondicional que impõe a seus usuários, a droga está associada ao crime em escala crescente, bem como à deterioração dos costumes e à erosão de famílias e também de comunidades.

            O Brasil não está imune a essa verdadeira chaga que atravessa os tempos e que, em nossa época, alcançou patamar inédito, fruto das tribulações da vida contemporânea e de recorrentes ondas de estúpida glamourização, capazes de capturar novos e ingênuos usuários, especialmente os jovens e a população mais sofrida.

            Nos últimos 50 anos, cocaína, maconha e até a inocente - entre aspas - “cola de sapateiro”, ao lado de medicamentos de uso controlado, passaram a integrar o repertório cotidiano de milhões de brasileiros, observando a sempre implacável estratificação social.

            O uso e a dependência condenam diariamente milhões de brasileiros a uma existência degradante e degradada, apartando-os da cidadania e do convívio familiar e social.

            Ao longo das últimas duas décadas a situação das drogas se viu agravada pelo surgimento do crack, derivado da pasta de cocaína, de fácil processamento e com baixíssimo custo.

            Surgido na década de 1980 nos Estados Unidos, o crack, cujo nome deriva do som produzido durante sua manufatura e consumo, começou a ser difundido em comunidades pobres de Nova York, Los Angeles e Miami. Em menos de 10 anos, ganhou escala continental e, logo, global. E agora, vejo que o crack no Estado do Rio de Janeiro já avança para as cidades do interior.

            Recente e dolorosa experiência é vivenciada, por exemplo, pelo Município de Itaperuna, no noroeste fluminense, onde a sua distribuição ganha capilaridade e cada vez vai se expandindo mais.

            Tradicional polo de produção leiteira, centro universitário e com 100 mil habitantes, a cidade viu o crack disseminar-se em seu território.

            O crack já alcançou a quase totalidade dos Municípios do Rio de Janeiro. Relatório da Secretaria Estadual de Segurança confirma essa situação alarmante.

            Levantamento do Instituto de Segurança Pública mostra que as apreensões da droga no Estado do Rio tiveram aumento de 620% em apenas seis anos. Passaram de 326 casos, em 2006, para 2.345, este ano.

            No mesmo período, ainda segundo o Instituto, as apreensões de cocaína e maconha se estabilizaram.

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO LOPES (Bloco/PRB - RJ) - No caso da maconha, houve até discreta queda, enquanto em relação à cocaína houve um aumento inferior a 20%, passando de 4.564 para 5.651 apreensões no Estado.

            O problema do crack no Brasil ultrapassa o âmbito oficial e não se limita mais aos grandes centros urbanos, na estrita órbita dos Governos federal, estaduais e municipais.

            Esse problema diz respeito a toda a sociedade: família, escola, organizações religiosas, associações de classe, sindicatos e também empresas.

            Contudo, é responsabilidade do Governo liderar campanhas e ações integradas para minimizar uma questão que assume proporções drásticas, como se verifica pelas estatísticas oficiais.

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO LOPES (Bloco/PRB - RJ) - Sr. Presidente, vamos concluir.

            Nesse sentido, a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, órgão do Ministério da Justiça, desenvolve o programa de prevenção e superação do uso do crack denominado "Crack, é possível vencer", iniciativa que reflete a preocupação e o compromisso do Governo da Presidente Dilma Rousseff com esse seriíssimo problema.

            Em dezembro de 2011, a Presidenta da República, atenta à questão das drogas, lançou o "Plano de enfrentamento ao uso do crack e outras drogas".

            Cerca de R$4 bilhões vêm sendo investidos nesse plano, mas o problema insiste em remanescer e se expandir.

            Por isso, é necessário que a sociedade de uma forma geral venha se colocar nessa luta, nesse embate contra essa droga maldita, todas elas, mas muito especialmente o craque, que tem se mostrado a pior de todas. Eu concluo ...

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO LOPES (Bloco/PRB - RJ) - ...com a sua paciência, sua tolerância, Presidente.

            O SR. PRESIDENTE (Mário Couto. Bloco/PSDB - PA) - Fique à vontade, fique à vontade.

            O SR. EDUARDO LOPES (Bloco/PRB - RJ) - Dizendo, então, que toda a sociedade - e eu vejo aqui o nosso querido Senador Mozarildo, doutor, médico, conhece muito bem esse assunto, já trocamos aqui discursos a respeito do álcool, e agora eu trago aqui a droga, o crack, em especial.

            Quando passo, Senador Mozarildo, ali no Jacarezinho - sempre cito isso -, eu vejo ali a degradação humana por causa do crack. E, com a ocupação do Jacarezinho, esta semana eu passei perto do aeroporto do Galeão, vi que muitos dali se mudaram para lá. Hoje a “cracolândia” está ali em Bom Sucesso, perto ali do trecho que liga a Linha Vermelha à Avenida Brasil. É a degradação humana. Então, temos que nos unir e combater essa droga maldita, que é o crack.

            Obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância, pela paciência. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/12/2012 - Página 66092