Discurso durante a 225ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao jornal Diário do Pará.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA, EXPLICAÇÃO PESSOAL.:
  • Críticas ao jornal Diário do Pará.
Publicação
Publicação no DSF de 05/12/2012 - Página 66097
Assunto
Outros > IMPRENSA, EXPLICAÇÃO PESSOAL.
Indexação
  • CRITICA, ATIVIDADE, JORNAL, DIARIO DO PARA, ESTADO DO PARA (PA), MOTIVO, DESAPROVAÇÃO, DIVULGAÇÃO, INFORMAÇÕES, ASSUNTO, ORADOR, DENUNCIA, PARTICIPAÇÃO, EMPRESARIO, CORRUPÇÃO, PUBLICAÇÃO.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Presidente.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho, na tarde de hoje, mostrar ao meu querido Estado do Pará, de que tanto me orgulho por ser filho, como tanto me orgulho por ser devoto de Nossa Senhora de Nazaré... Paraenses, brasileiros, na semana passada, mostrei, aqui desta tribuna, um jornal do Estado do Pará, feito com o dinheiro do povo, que se chama Diário do Pará, jornal que não fala a verdade. Mostrei, naquela tarde, quantas inverdades existiam naquele jornal, se assim se pode chamá-lo.

            Quando um jornal perde a moralidade, quando um jornal perde a crença da população, nós não o devemos chamar de jornal, e sim de jornaleco.

            Encontraram em mim um Senador bem diferente de muitos. Encontraram em mim um Senador destemido, bem diferente do que são vocês, do caráter de vocês.

            Um jornal que dá apoio a bandido não pode ser chamado de jornal; tem que ser chamado de jornaleco. Um jornal que é feito com o dinheiro do povo, tirado do povo!

            Como? Como eu, Presidente, um Senador da República... E ainda vivi tendo algumas empresas. Mas como é, senhores e senhoras que me ouvem pela Rádio Senado e que me acompanham na TV Senado e nas galerias desta Casa, que eu posso, como Senador da República, ter rádio, televisão, jornal, que hoje podem ser avaliados em R$50 milhões? Como, Brasil? Como, Brasil?!

            E aí nada acontece, Brasil!

            O jornal vem dizendo: “Mário Couto é desmentido por advogado”. Esse advogado é aquele mesmo que o jornal publicou que tentou me extorquir em R$400 mil. Eu não sou covarde. Eu não tenho processos no Supremo Tribunal Federal. Bandido, senhores donos desse jornal, Sr. Jader Filho, que um dia esteve no meu gabinete, na Assembleia Legislativa do Estado do Pará, pedindo benefícios para esse mesmo jornal, o que foi negado por mim, porque eu tenho caráter, porque eu tenho moral, porque eu não sou bandido, porque a minha vida política é limpa...! Bandido é para ser denunciado. Bandido é para ser algemado. Bandido é para ser preso.

            Nação, eu vou arregaçar as mangas do meu paletó, vou tirar até o meu relógio, Nação brasileira e paraenses. Vou guardá-lo no meu bolso, para mostrar... Olhem TV Senado, foquem bem de perto. Olhem, Brasil e Pará. Vejam se nesses pulsos tem marca de algema. Vejam, Nação brasileira, se aqui nesses pulsos já passou alguma algema e se este nariz já cheirou a poeira de uma cadeia.

            Estes pulsos, que eu acabo de mostrar, irão para a minha cova limpos, como a honra do meu pai e da minha mãe me ensinaram! Limpos, com os ensinamentos do meu pai e da minha mãe.

            O jornal apoia um bandido. O jornal, Sr. Presidente Mozarildo, V. Exª que conhece o meu Estado, diz que eu estava - o advogado - diz que eu estava bêbado quando gravei a fita. Todos sabem, Senador, inclusive V. Exª, que eu não bebo álcool. A própria fita mostra isso, que não tenho voz de embriagado. Todos que me conhecem sabem que este Senador não ingere bebida alcoólica, nem fuma.

            E o jornal, acreditando num bandido, acostumado a lidar com bandidos...

            E não adianta, Jaderzinho, você dizer que não foi à Assembleia não, porque eu tenho provas. E eu não estava bêbado não. Eu estava bom naquele dia e nesse dia em que gravei o advogado. Não adianta pular, meu filho! Vocês querem me igualar a vocês. Vocês não têm condição de me igualar a vocês.

            Eu puxei hoje, na Internet, os meus crimes e não encontrei nenhum - nenhum. O Supremo Tribunal Federal diz, Senador Mozarildo, que há duas multas contra mim por causa de uma inscrição na época de campanha numa cidade do Estado do Pará, um Estado de 143 Municípios, que não dá para controlar.

            Agora, eu puxei, Jaderzinho, eu puxei. Olhe aqui, olhe quantos processos pesam nas costas de vocês - olhem, Pará: processos de tudo quanto é tipo e tamanho, que envergonham aqueles paraenses que puxam na Internet, porque isso está posto em todo o Brasil. O nosso Estado não merece isso. O nosso Estado é um Estado honrado.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Mas, como sou muito cauteloso, Presidente, eu quero pedir desculpas à imprensa da minha terra. Quero mostrar apenas este CD a esse jornaleco mentiroso e irresponsável, que tem um diretor que me procurou na Assembleia Legislativa, quando eu era presidente, para pedir benefícios próprios. Não encontrou em mim a canalhice que lhe é peculiar. Não encontrou em mim a marca da deslealdade aos paraenses. Não encontrou em mim a guarida da corrupção a que estão acostumados...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Por isso falam ou tentam falar de mim nesse jornaleco. Eu sou precavido (Fora do microfone.) ...contra a corrupção e contra os corruptos. Não deixarei de falar, não deixarei de combater aqueles que ficam com o dinheiro da saúde, aqueles que ficam com o dinheiro da educação, aqueles que ficam com o dinheiro dos pobres - safados! -, aqueles que viram milionários à custa dos pobres coitados.

            Esses são enterrados com a marca da sem-vergonhice, com o cheiro de prisão, com a marca das algemas, com o pecado da corrupção.

            Eis aqui, Presidente. Estou entregando ao Senado nacional e à Polícia Federal. Só não vou fazer isso à imprensa, porque já fui aconselhado a não fazê-lo, em função das investigações que estão sendo feitas - algumas delas, Presidente, já com a resposta de que a Polícia Federal e a Polícia Civil já estão investigando o caso.

            E vou mostrar a esse jornaleco que eles defendem bandidos, a quem se igualam. Eis, paraenses, a minha honra.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Está aqui, Presidente, a segunda fita que eu próprio gravei dentro da minha residência. Esse advogado levou proposta de um juiz paraense, Dr. Elder Lisboa, juiz da 1ª Vara.

            Esta é a segunda fita. Eu soltei para a imprensa a primeira, para que esse advogado tentasse se defender, mas é burro. Chegou ao Ministério Público e disse que fez aquela proposta porque ele e eu estávamos alcoolizados. Está aqui a segunda. Ele vai ter que dizer de novo, ele vai ter que falar de novo a mentira.

            E esse jornal - vai lá, advogado! -, com certeza, te apoia, porque tu és bandido.

            Aqui está a segunda fita, revelando mais detalhes, comprovando relações, recheada, para a Polícia Federal colocar os bandidos na cadeia.

            Já vou descer, Presidente.

            Essa é a minha tarefa. Esse é o meu dever.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Cerca de 1,5 milhão de paraenses acreditaram em mim.

            Eu não vou esconder na gaveta da minha casa a corrupção. Eu não vou esconder na gaveta da minha casa a extorsão, parta de quem partir, de juiz ou de quem for!

            Só quero aqui resguardar o nobre Tribunal de Justiça do meu Estado, dirigido pela nobre Desembargadora Raimundinha. É preciso respeitar os desembargadores daquela Casa, respeitar os juízes daquela Casa, que, com muita nobreza, atuam em processos criminais.

            Respondam pelos seus atos aqueles que pecaram.

            Ao terminar, Sr. Presidente, permita-me só ler o que eu puxei da Internet. Srª Senadora, permita-me só um minuto.

            Olhe só o que há na Internet, o que cabe àqueles que tentam se aproximar da moralidade, da moral e do conceito do Senador Mário Couto.

            A diferença é muito grande.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - A diferença é tão substancial que este Senador da República tem 25 anos de mandatos consecutivos sem sequer ter uma condenação. Nada, absolutamente nada, Presidente.

            Mas olhe aqui, Presidente, ação penal: uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze e por aí vai, Nação brasileira. Puxem na Internet o site do Supremo Tribunal Federal.

            Joaquim Barbosa, meu querido Joaquim Barbosa, vou ler aqui o que penso de você. Você, que hoje é um dos homens que honra a maior Corte da Justiça do Brasil, que honra os brasileiros, Joaquim Barbosa! Homem destemido, Joaquim Barbosa! Homem guerreiro, homem com sede de justiça, Joaquim Barbosa!

            O quanto eu te admiro, o quanto sou teu fã, Joaquim Barbosa! Julga estes processos, Joaquim Barbosa! São muitos! Julga, Joaquim!

            Hoje, o Estadão mostra que temos, na Corte Suprema, 500 processos de políticos.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Julga, Joaquim Barbosa! É a hora que o povo brasileiro te adora, te encanta. É a hora que o povo brasileiro percebe que tu és o homem que engrandeceu a nossa Pátria, que moralizou a nossa Pátria. Moraliza mais, Joaquim Barbosa!

            Olhe o quanto o povo foi enganado. Põe, Diário do Pará. Põe, Diário do Povo. Põe na primeira página do teu caderno todos esses crimes! Põe! Eu quero ver tu colocares!

            Ação Penal nº 549, Joaquim Barbosa, crime praticado por funcionário público contra a Administração Geral, emprego regular de verbas, rendas públicas. Origem: Tocantins.

            Já vou descer.

            Ação Penal no 498, peculato, Amazonas. Ação penal, réu, crime contra a fé pública, falsidade ideológica, crime contra a paz, quadrilha, bando.

            Ação penal no 339, crime contra o Sistema Financeiro Nacional.

            Ação penal no 336: emprego irregular de verbas públicas.

            E vai embora, Senadores. E vai embora! É muito crime.

            Põe, Diário! Põe na primeira página. Amanhece amanhã pedindo a prisão para quem cometeu todos esses crimes que estão na Internet. Não adianta dizer que é mentira. Estão na Internet.

            Julga, Joaquim! Julga, Joaquim Barbosa! Eu vou te pedir todos os dias, porque eu sei que tu és um homem honrado. Eu sei que a Nação hoje te admira. Eu sei que a Nação hoje te respeita, Joaquim! Julga. Julga os processos e põe na cadeia os corruptos do Brasil.

            Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/12/2012 - Página 66097