Discurso durante a 235ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração dos quarenta anos da Rede Amazônica de Rádio e Televisão.

Autor
Vanessa Grazziotin (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração dos quarenta anos da Rede Amazônica de Rádio e Televisão.
Publicação
Publicação no DSF de 18/12/2012 - Página 72465
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, REDE DE TELECOMUNICAÇÕES, EMISSORA, RADIO, TELEVISÃO, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, INTEGRAÇÃO, DESENVOLVIMENTO, REGIÃO AMAZONICA.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Exmo Presidente José Sarney, Presidente do Senado Federal, que, até o último domingo, esteve no exercício da Presidência da República, após 22 anos, cumprimento V. Exª.

            Cumprimento o Ilmo Dr. Phelippe Daou, Presidente da Rede Amazônica de Televisão, e o Dr. Raimundo Moreira, Diretor da sucursal em Brasília, que não apenas é uma pessoa extremamente competente e profissional, mas que também, na Capital Federal, colhe uma legião de amigos por onde quer que passe, sempre levando as nossas tradições, as tradições amazônicas.

            Quero cumprimentar o Senador Eduardo Braga, Líder do Governo da Presidenta Dilma, através de quem cumprimento todos os demais Senadores que aqui estão.

            Cumprimento a Deputada Marinha Raupp, através de quem cumprimento todos os Deputados e Deputadas que aqui estão.

            Cumprimento todos os familiares do Dr. Phelippe Daou, Diretor-Presidente da Rede Amazônica. Cumprimento não apenas a sua família biológica, pois sua família é muito maior do que essa. Todos aqueles que trabalham, no dia a dia, na Rede Amazônica de Rádio e Televisão sabem o porquê do sucesso dessa empresa e o porquê de tantos avanços: porque lá existe, efetivamente, uma família. Cumprimento todos, cumprimentando a Cláudia.

            Normalmente, quando fazemos uma sessão solene, começamos a falar exatamente o que é a empresa e qual a razão da homenagem à empresa. Dr. Phelippe Daou, tive a alegria de compartilhar com o senhor o aniversário de 40 anos da Rede Amazônica, em Manaus. Quando o senhor fez seu breve pronunciamento, o senhor falou muito de Brasil, o senhor falou muito de Amazônia, o senhor falou de uma luta que é nossa e também sua, a luta do meio de comunicação tão importante que o senhor dirige. Assim, entendi que eu deveria começar da mesma forma, Dr. Phelippe, porque sei que o senhor tem um objetivo muito claro na vida e faz com que a empresa que o senhor dirige com tanta competência também tenha esse objetivo muito claro.

            Por diversas vezes, eu, como Parlamentar, venho a esta tribuna para defender a necessidade de investimentos na nossa região, e assim o senhor começou falando na comemoração dos 40 anos na capital do Amazonas. Falamos da necessidade desses investimentos, levando em consideração sempre a responsabilidade ambiental, porque falamos de uma região que é de fundamental importância para o Brasil e para o mundo não apenas no que diz respeito ao equilíbrio climático, mas também no que diz respeito ao alcance do desenvolvimento da sociedade, com geração de novas tecnologias, utilizando sempre as riquezas naturais.

            Essa visão estratégica de desenvolvimento sustentável na região, que muitos levantam como bandeira, já havia sido assimilada, há décadas, por esse grande nacionalista chamado Dr. Phelippe Daou, que, junto com o Dr. Milton de Magalhães Cordeiro e Joaquim Margarido, fundou, em 1º de setembro de 1972, a Rede Amazônica de Rádio e Televisão, para a qual o Senado hoje, Dr. Phelippe, senhoras e senhores, presta uma justa homenagem.

            Eu digo isso, porque sei do seu compromisso, do compromisso do Dr. Phelippe, desse importante grupo de comunicação com a maior Região do País, que é a Amazônica; com a Região mais importante e estratégica do mundo, que é a Amazônica. Um compromisso com o desenvolvimento.

            Desenvolvimento hoje é sinônimo de conhecimento, que é sinônimo de informação. Portanto, Dr. Phelippe, a cada dia que passa, o seu papel, o papel de todos aqueles que dirigem tão importante meio de comunicação, sem dúvida nenhuma, transforma-se em algo muito mais importante.

            Eu sempre me lembro, quando o vejo, das muitas lutas que o senhor trava em defesa da Zona Franca. Mas uma dessas lutas me marcou muito, que foi a sua luta, o seu engajamento na defesa da construção do Gasoduto Coari-Manaus. Sabendo que esse seria um passo importante não apenas para levar energia -- e hoje temos algo em torno de 40% da nossa energia gerada através do gás natural --, o que isso poderia trazer de possibilidades para o nosso Estado e de investimentos daquela que é a maior empresa do País, que é a Petrobras?

            Então, o senhor não foi apenas um mero expectador. Por muitas vezes, quando governantes chegavam à nossa terra, o senhor fazia questão de falar a respeito dessa luta e da importância de levar esse empreendimento para todos nós.

            Portanto, tem sido visível a luta cotidiana da Rede Amazônica em prol do desenvolvimento da Região, sempre calçada, repito, na sustentabilidade.

            Nesse sentido, quero parabenizar o senhor e todos os seus colaboradores, funcionários, servidores do grupo, que, a exemplo da sua direção, estão sintonizados com essa política.

            Eu cumprimento -- e faço isso novamente, destacando a figura do Dr. Moreira, não porque esteja conosco, aqui, em Brasília, mas porque, daqui de Brasília, além da Rede Amazônica de Televisão, ele tem uma outra tarefa, que é se dedicar muito à Amazon Sat.

            Poderia o senhor, na tranquilidade, manter apenas a Rede Amazônica, mas mantém um canal de satélite. Fizemos já várias atividades acerca dessa empresa importante, coligada à Rede Amazônica, que, sem dúvida nenhuma, é a que melhores, mais corretas e maiores notícias leva sobre a Amazônia para o mundo inteiro.

            Então, quero cumprimentá-lo por todo o sucesso desses 40 anos. Além de cumprimentar a sua pessoa, Dr. Phelippe, cumprimentar todos os servidores através do nosso competente Dr. Moreira.

            Portanto, vejo que a Rede Amazônica tem sido um forte sustentáculo na defesa da soberania e do desenvolvimento econômico e social da nossa Região. Falando assim, pode parecer pouco, mas não é pouco, Dr. Phelippe, ter um meio de comunicação tão importante como esse, que levanta, que empunha com muita força a bandeira do desenvolvimento sustentável e soberano. De nossa parte, isso merece aplausos, Dr. Phelippe.

            Então, quero cumprimentar muitíssimo V. Sª. E isso ocorre não só por meio da transmissão de informações para uma região isolada geograficamente dos grandes centros urbanos ou pelo grande esforço em apresentar e divulgar, com muita competência, a Amazônia para o restante do País ou até mesmo para outras nações, mas também, e principalmente, pelo compromisso, pelo engajamento concreto nas grandes lutas da região.

            Com seu sinal aberto no dia 5 de setembro de 1972, o caboclo e a cabocla da Amazônia passavam a ter acesso, naquele momento, ao que de mais moderno havia em transmissão de sinal televisivo. Sua projeção em cores era um diferencial em relação às demais redes, que ainda operavam com imagens em preto e branco.

            Sob o signo da modernidade, abriam-se as portas de um novo mundo para os habitantes da Amazônia. Nele, já podiam ficar sintonizados com tudo o que acontecia no Brasil e no resto do Planeta, sem perder as suas raízes e as características particulares que moldavam e moldam o seu viver.

            Paulatinamente, nesse sentido, iam sendo criadas as condições para o salto de desenvolvimento que viria a seguir, com o surto industrial e as novas oportunidades de investimento advindas com a Zona Franca e sua expansão econômica. Em todos esses eventos, sempre esteve presente a Rede Amazônica, apoiando e transmitindo para o Brasil e para o mundo as potencialidades gigantescas da nossa Região. Em todos os Estados, porque à exceção do Pará, em todos os demais Estados está a Rede Amazônica de Televisão a comandar o bom noticiário; e digo, repito, não só o bom noticiário, mas a participar da boa luta que é a luta em defesa de nosso País e da nossa Região.

            A partir da década de 80, ao crescer e se unificar com diversas outras emissoras regionais, a Rede Amazônica ganha força e se consolida como o principal grupo de comunicação da Região.

            O compromisso da Rede em alcançar o telespectador onde ele estiver é traduzido pelos investimentos que realiza em sistemas digitais, possibilitando levar informações e entretenimento a toda a população amazônica. E aí, novamente, vem a inovação: uma das primeiras emissoras a adquirir todo o equipamento digital para entrar nessa nova fase e nessa nova era da informação.

            Hoje, estamos falando do maior grupo de comunicação do Norte do País. A Rede possui no seu grupo as tevês Amazonas, Rondônia, Acre, Roraima e Amapá, todas afiliadas à Rede Globo. Ainda fazem parte do grupo empresas como Amazon Sat, Portal Amazônia, a Rádio Acre FM 98.1, a Rádio Amapá 93.3 -- o Estado do nosso querido Presidente José Sarney --, a Rádio Amazonas FM 101.5, a Rádio Princesa do Solimões AM 82.0, o Studio 5, que é um grande centro de convenções, palco, inclusive, de muitas feiras internacionais da Amazônia e de outros grandes eventos da região, além de outras empresas também ligadas ao grupo.

            Também é formado o grupo pela Fundação Rede Amazônica, uma Instituição sem fins lucrativos que atua na área social e educacional, principalmente preparando profissionais para a área de comunicação e para o mercado como um todo, mas, principalmente, para a área de comunicação.

            Apostando sempre no talento local e na imensa força do povo amazônico, suas afiliadas nunca deixaram de lado o compromisso de apoiar e de incentivar as manifestações culturais regionais, dando-lhes suporte de divulgação e contribuindo, de maneira decisiva, para a afirmação da identidade de nossa gente.

            Por meio de suas imagens e reportagens, o Brasil passou a conhecer e a acompanhar a musicalidade da região, suas danças e seus folclores. Aliás, fez questão, o Dr. Phelippe, de ouvirmos o Hino Nacional ao som do grupo Raízes Caboclas, que é um grupo que vem lá do Estado do Amazonas, da tríplice fronteira, entre o Brasil -- Amazonas --, Peru e Colômbia. Então, esse é um grupo importante, e isso é o que sempre nos chamou a atenção na Rede, Presidente Sarney, a valorização, a nossa riqueza, os nossos talentos e a nossa cultura.

            Os Estados da Amazônia e sua gente, dessa forma, viram-se, de forma quase inédita, verdadeiramente integrados e conectados ao resto do Brasil, que se sentia ainda mais brasileiro ao ver e ouvir o que tinha a dizer o povo da floresta.

            Diante da atual revolução digital, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores convidados, em que as informações são transmitidas quase que simultaneamente e que o padrão de qualidade das imagens é altíssimo, a Rede Amazônica tem o desafio de acompanhar o desenvolvimento tecnológico e prover a gente da Região com o que há de mais moderno com o conteúdo de mídia eletrônica. Estamos certos de que seu corpo de dirigentes e funcionários, cuja alta qualificação é digna dos maiores elogios, está à altura do desafio e continuará a exercer, com a competência e o rigor contumazes, a elevada função pública de comunicar e bem informar o povo da nossa Região e o povo do nosso País.

            Aqui abro um parêntese, antes de finalizar, para dizer que, talvez, os brasileiros, as brasileiras que estejam nos ouvindo neste momento não saibam a dificuldade que é fazer comunicação na nossa Região. A programação que passa, por exemplo, em todos os Estados brasileiros, é em tempo e hora diferente da programação que recebemos em nossa Região, por conta, principalmente, do fuso horário e, agora, pelo horário de verão. Então, é comum ouvir pessoas de fora dizerem: “Aqui o Jornal Nacional passa às seis horas da tarde; a novela das 9h é que passa às 5h”. Essas pessoas não têm ideia, não imaginam o trabalho que tem todo um conjunto de servidores para fazer cumprir a legislação brasileira e para fazer com que todos nós possamos ter a melhor informação e a informação em tempo real. Então, o trabalho que todos os senhores e as senhoras realizam é, sem dúvida nenhuma, um trabalho de muita competência.

            E, para finalizar, eu gostaria apenas de reiterar os meus votos de sucesso e congratulação pela passagem do 40º aniversário da Rede Amazônica de Rádio e Televisão, sublinhando os inestimáveis serviços prestados por essa organização e por toda a população da Amazônia brasileira.

            Eu, aqui, também quero agradecer muitíssimo ao Senador Eduardo Braga, ao Senador Requião, ao Senador Randolfe -- ao nosso Presidente, não há o que agradecer, o coordenador maior desta justa sessão comemorativa --, ao Senador Raupp e a todos os Senadores que permitiram que esta sessão fosse realizada no dia de hoje.

             Completar 40 anos não é algo que ocorre todo dia. Uma empresa de tanta responsabilidade, uma empresa tão importante como essa completar 40 anos e só receber abraços, só receber cumprimentos, só receber elogios, merece, de fato, que as comemorações se concluam apenas quando concluir o ano.

            Então, Dr. Phelippe, que o senhor continue abençoando o nosso Estado, que o senhor continue abençoando a nossa Região com a sua lucidez, que permite que, repito, um canal tão importante de comunicação esteja sempre a serviço do que é justo, a serviço do que é bom e, o que é mais importante: a serviço daquilo que é necessário para o nosso País e para a nossa querida Região Amazônica, a mais bela, mas aquela que ainda mais precisa da atenção do Poder Público e do mundo inteiro.

            Parabéns! Viva os 40 anos da Rede Amazônica!

            Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/12/2012 - Página 72465