Discurso durante a 235ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração dos quarenta anos da Rede Amazônica de Rádio e Televisão.

Autor
Eduardo Braga (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AM)
Nome completo: Carlos Eduardo de Souza Braga
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração dos quarenta anos da Rede Amazônica de Rádio e Televisão.
Publicação
Publicação no DSF de 18/12/2012 - Página 72472
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, REDE DE TELECOMUNICAÇÕES, EMISSORA, RADIO, TELEVISÃO, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, INTEGRAÇÃO, DESENVOLVIMENTO, REGIÃO AMAZONICA.

            O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco/PMDB - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, meu caro Senador José Sarney, a quem rendo as minhas homenagens não apenas como Presidente da República que foi, mas principalmente como um importante representante da Amazônia aqui no Senado da República; meu caro Phelippe Daou, Presidente da Rede Amazônica de Rádio e Televisão, a quem cumprimento de uma forma muito carinhosa, não apenas pela importância que o empresário Phelippe Daou tem para a Amazônia, mas pela figura humana que V. Sª representa para todos nós em nossa região; nossa querida Senadora Vanessa Grazziotin, primeira signatária do requerimento que promoveu esta audiência pública; meu caro Raimundo Moreira, Diretor da Sucursal da Rede Amazônica de Rádio e Televisão aqui em Brasília; figura que se mistura com a própria história da Rede Amazônica.

            Vejo, aqui no plenário, a filha do nosso querido Phelippe Daou, a Cláudia, minha contemporânea, e vendo-a, meu amigo Phelíppe, lembro-me de D. Madalena Daou, uma pessoa que tem uma importância enorme na construção daquilo que o senhor representa para todos nós. D. Madalena deve estar, neste momento, lá em cima, rindo, com aquele jeito muito especial que tinha, por ver o quanto o senhor, os seus companheiros, os seus sócios, a sua família, os seus colaboradores, os seus companheiros de trabalho construíram em favor da Amazônia e em favor do Brasil.

            Vejo, também, Nivelle Daou, e, ao vê-lo, lembro do Phelipinho, que de Phelipinho não tem nada: é um homenzarrão de quase 2 metros de altura. Aqui, Nivelle e, tenho certeza, o nosso querido Phelippe Daou Júnior representam, juntamente com a Cláudia, a nova geração da família Daou a dar continuidade e a assegurar a continuidade desse empreendedorismo extraordinário.

            Integrar e comunicar têm sido o desafio e a tarefa da Rede Amazônica e do nosso querido Phelippe Daou.

            Sr. Presidente, eu havia feito um pronunciamento escrito, mas, depois de ouvir todos os oradores, cheguei à conclusão de que eu seria muito repetitivo, Cláudia, se ficasse apenas nas letras que relatam a história de uma empresa que chega aos 40 anos.

            Ainda há pouco, eu estava ouvindo o pronunciamento do nosso Randolfe, lá do Amapá, e me dei conta, Randolfe, de que você é mais jovem do que a Rede Amazônica, ou seja, nós já estamos diante da realidade de que uma geração de Senadores da República já terá chegado ao salão azul da política brasileira, desde o seu nascedouro, recebendo as informações e a comunicação de uma brasilidade e de um brasileirismo completamente diferentes do que eram, por exemplo, na geração do Presidente Sarney, na geração do meu querido pai, que, se não estivesse hospitalizado, tenho certeza, estaria aqui para aplaudir Phelippe Daou.

            Essa é a grande transformação por que vem passando a Amazônia, e essa transformação não teria sido possível se não fosse o pioneirismo, se não fosse a coragem, a ousadia, já dita aqui, e se não fosse a competência e a dedicação de um grupo de empreendedores que, comandados por Phelippe Daou, acreditaram, há 40 anos atrás, que era possível sonhar, ousar, realizar, integrar e comunicar. Eu me refiro ao meu querido amigo Milton de Magalhães Cordeiro, a Joaquim Margarido e, até mesmo, a Robert Phelippe Daou, que já não está entre nós.

            Foram esses jovens intrépidos, alguns anos atrás, que tiveram a ousadia de pensar grande, de pensar do tamanho da Amazônia e construir a maior rede de comunicação em televisão e rádio. E isso quando o satélite, Brigadeiro, era apenas algo de que a gente ouvia falar, nas fitas de VT, como lembrava ainda há pouco o Jorge Viana, das notícias de que a NASA lançaria um foguete no espaço para colocar em órbita um satélite americano. A gente era garoto, curumim, e dizia: “Isso é coisa de americano, botar satélite lá em cima! Isso acaba caindo na cabeça da gente!”

            Eu me lembro de uma época, Presidente Sarney, em que houve, no imaginário popular do Amazonas, um tal de “chupa-chupa”, um objeto não identificado que, nos idos da década de 80, tomou conta da cidade de Manaus, atemorizando-a. Para muitos, o satélite era mais ou menos como o “chupa-chupa”: uma história, uma lenda que acabou tomando, em plena década de 80, uma cidade de quase um milhão de habitantes, a cidade de Manaus, com um verdadeiro temor de que aquilo pudesse estar ocorrendo, ou seja, o rapto de seres humanos, levados por um objeto não identificado.

            Ora, aí já estamos falando de quase 30 anos que isso se passou. Mas a verdade é que, nesse decorrer, quando a Rede Amazônica começou, tudo era muito diferente do que é hoje. Quem visita a Rede Amazônica vê uma empresa moderna, interligada via satélite em tempo real, com rede de rádio via Internet, com um portal que é um dos mais importantes portais do mundo sobre a floresta tropical, com um canal como o Amazon Sat. Mas, no início, não era nada assim.

            Antes mesmo de conseguir uma cabeça de rede, o grupo, comandado por Phelippe Daou, implantou na sua televisão uma grade de programação que misturava programações compradas da Fundação Padre Anchieta, programações da Record, com filmes comprados no mercado, com áreas de esporte compradas em Miami - e, àquela altura, comprar um filminho de esporte de Miami era um desafio quase inimaginável -, até que, lá nos idos de 1972, começa a transmissão da Rede Amazônica com esses sistemas... E mais: uma televisão que começava colorida, pois, até então, nós tínhamos no Amazonas a TV Ajuricaba, cuja transmissão ainda era em preto e branco. Ou seja, já na sua estreia, a Rede Amazônica vinha com uma marca característica da empresa: a inovação, a ousadia e o protagonismo.

            Logo depois desse período em que, com programas adquiridos da TV Record, da Fundação Padre Anchieta, da TV Cultura do Rio de Janeiro, além de filmes adquiridos da Fox e da Columbia, logo depois disso, já em 1973, a Rede Amazônica, então, era uma afiliada da Rede Bandeirantes. E foi exatamente com a Rede Bandeirantes que Phelippe Daou e seus companheiros consolidaram, lá nos idos da década de 70, a comunicação pela televisão na Amazônia. E, mesmo sem ser cabeça de rede de uma líder de mercado e de audiência, já começavam a ser líderes de mercado e de audiência mesmo com uma rede que não era líder nacional de comunicação.

            Isso tudo se transforma e se modifica a partir de 1986, quando, então, configura-se a Rede Amazônica de Televisão como cabeça de rede da Rede Globo, e, assim, ganha uma dimensão extraordinária do ponto de vista da integração, da comunicação, da ousadia, levando sinais, via satélite, ao interior da Amazônia, muitas vezes até abrindo mão da sua própria programação para não ceifar, não proibir, não deixar o caboclo, a cabocla, o índio e o ribeirinho sem acesso à televisão, deixando aberto o sinal pelas parabólicas.

            E, naquela época, meu Presidente Sarney, V. Exª que conhece tão bem a Amazônia, que singrou aqueles rios durante tantos anos, não apenas como Presidente da República, mas como um representante do povo brasileiro, V. Exª sabe que houve um determinado momento na Amazônia que, quando se passava de avião voando baixo, viam-se mais antenas parabólicas que caixas d’água. E a verdade dos fatos é que aquelas antenas parabólicas representavam para aquelas famílias a saída do isolamento, e, mais uma vez, a Rede Amazônica teve um papel fundamental.

            Mas se, de um lado, a Rede Amazônica representa esse pioneirismo, esse protagonismo, essa ousadia, essa vontade de empreender, é preciso, por outro lado, reconhecer o compromisso amazônico e o compromisso de brasilidade que a Rede Amazônica e Phelippe Daou possuem e têm demarcado e demonstrado ao longo da sua trajetória na nossa região.

            Vejam que, desde sempre, desde a inauguração, a Rede Amazônica, nesses 40 anos, nunca deixou de levar, Sr. Presidente, o Hino Nacional brasileiro a todas essas regiões. Muitas crianças, nesses últimos 40 anos, tiveram contato pela primeira vez com o Hino Nacional do seu País graças à Rede Amazônica. Essa função social da Rede Amazônica, essa função de brasilidade, essa função de integração de um território muitas vezes absolutamente isolado só foram possíveis porque o Brasil detém brasileiros da qualidade e do compromisso de Phelippe Daou.

            E aqui, Sr. Presidente, não são apenas os compromissos com o Hino, mas é o compromisso com o simbolismo que o Hino, a Bandeira brasileira têm para que cada cidadão ame a sua própria Pátria, a sua própria Nação. É a consciência de Pátria, é a consciência de Nação, é a consciência de, em milhares, milhares e milhares de VTs, o povo amazônida e o povo brasileiro poderem ter a compreensão exata do patrimônio e da biodiversidade que a Amazônia representa para nós, amazônidas, brasileiros, e para o mundo.

            E, plagiando um querido amigo do nosso Phelippe Daou, Luiz Inácio Lula da Silva, que nunca foi ao Amazonas sem antes ligar para Phelippe Daou ou para mim e dissesse: “Eduardo, eu quero dar um abraço no meu amigo Phelippe Daou”. E a admiração de Lula - podemos assim chamá-lo neste momento -, ex-Presidente da República, grande brasileiro, advinha exatamente da consciência que Lula tinha e tem de que a nossa Região Amazônica, tão cobiçada, tão desejada por tantos, recebeu de Phelippe Daou a atenção estratégica que muitos brasileiros não davam até então. E Lula sempre diz: “A Amazônia é nossa! A Amazônia é brasileira! Pode até estar a serviço da humanidade, mas ela é do povo brasileiro!”

            E foi exatamente com esse significado e com esse sentimento que Phelippe Daou divulgou, mostrou, reprisou, mostrou novamente, mostrou, tantas vezes quanto foram necessárias, não apenas a questão telúrica, não apenas a questão semântica, não apenas a questão apaixonada sobre a Amazônia, mas a importância do homem, do caboclo, dos seres humanos, os verdadeiros guardiões da Amazônia. Assim tem sido na Rede Amazônica, assim tem sido no Canal 5, assim tem sido no Amazon Sat.

            Por tudo isso, meu caro Presidente da Rede Amazônica, Phelippe Daou, em nome do povo do Amazonas e, tenho certeza, dos amazônidas e, aqui, como Líder do Governo da Presidenta Dilma, em nome do povo brasileiro, queremos duas coisas: primeiro, dizer um muito obrigado pelos 40 anos de compromissos com o Brasil e com a nossa gente; segundo, desejar que Deus abençoe grandiosamente a Rede Amazônica para que possa fazer mais e melhor pelo futuro do nosso País e da nossa região.

            Muito obrigado, Phelippe Daou! O Brasil tem um futuro melhor, por brasileiros como o senhor.

            Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/12/2012 - Página 72472