A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco/PSB - BA. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vou fazer aqui dois rápidos registros. O primeiro, Sr. Presidente, é o da nossa alegria em confraternizar com os monges do Mosteiro de São Bento, na Bahia, e toda a Arquidiocese baiana em homenagem a este sergipano de origem que viveu durante 30 anos na Bahia e que, ontem, com apenas 44 anos, assumiu a Diocese de Petrópolis.

            Dom Gregório Paixão é um monge beneditino; foi prior do Mosteiro de São Bento; há dois anos, foi nomeado Bispo Auxiliar da Arquidiocese Primaz do Brasil, que é a Arquidiocese de São Salvador; foi responsável pela reativação do coral do mosteiro, um coral belíssimo, com a incorporação dos monges beneditinos a esse coral, que se apresenta com os cânticos gregorianos, oferecendo àqueles que frequentam o nosso Mosteiro de São Bento um espetáculo maravilhoso. Foi também responsável pela recuperação da biblioteca do Mosteiro de São Bento, tombada pela Unesco como uma das mais importantes bibliotecas do mundo. O nosso Mosteiro de São Bento, em Salvador, é o mais antigo da América Latina, é um mosteiro do século XVI.

            Assim, registro a passagem de Dom Gregório pelo priorado do Mosteiro de São Bento, jovem de apenas 44 anos que, ainda quando fui Prefeita de Salvador, tinha em torno de 30 anos, um dos discípulos do maravilhoso Dom Timóteo Amoroso.

            Para nós, baianos, a sua saída é motivo de tristeza, mas, ao mesmo tempo, é uma alegria vê-lo assumir, cada vez mais, funções importantes na Igreja, à qual dedica sua vida.

            Portanto, quero deixar, em nome dos baianos, o meu abraço, a minha satisfação de registrar neste plenário a nossa honra, a nossa alegria com a passagem pela Bahia desse jovem beneditino que contribuiu em muito com o nosso Estado.

            Tive a oportunidade, quando Prefeita, de conviver com Dom Gregório, com sua intermediação, com sua doçura no trato das coisas, juntamente, como disse antes, com Dom Timóteo Amoroso. Num momento de grande dificuldade que enfrentei na Prefeitura de Salvador, com todo o cerco que era realizado contra nós pelo Governo do Estado à época, a voz de Dom Timóteo e a voz de D. Gregório eram sempre de concórdia, de ajuda e de alegria.

            Portanto, quero dar os meus parabéns a Dom Timóteo e a todos os beneditinos do Estado da Bahia.

            Gostaria também, Sr. Presidente, de registrar aqui que, em 5 de dezembro passado, completaram-se 70 anos da morte do baiano José Joaquim Seabra.

            Morto em 5 de dezembro de 1942, então com 87 anos, Seabra foi um importante político e jurista brasileiro. Governou o nosso Estado por duas vezes, foi Ministro da Justiça e Negócios Interiores entre 1902 e 1906. interinamente ocupou o Ministério das Relações Exteriores; foi também Ministro da Viação e Obras Públicas entre 1910 e 1912, além de ter sido um dos dois únicos políticos a figurar nas duas primeiras Constituintes da República. Foi um dos mais eminentes tribunos contra o regime instaurado por Vargas no País.

            Com sua morte, calou-se uma voz que lutou com admirável destemor e sinceridade contra o Governo Vargas.

            A Bahia o homenageou de diversas formas, entre elas dando seu nome a uma de nossas mais importantes cidades, no meio do nosso território, na Chapada Diamantina, Seabra.

            Gostaria de solicitar que, nesse período de comemorações pelo aniversário de 70 anos de Joaquim Seabra, fosse registrado integralmente nos Anais da Casa o artigo publicado pela Profª Adélia Maria Marelin, titular da Faculdade de Direito da Universidade Católica de Salvador, onde destaca toda a vida e a obra de Seabra em nosso Estado.

            Muito obrigada.

DOCUMENTO A QUE SE REFERE A SRª. SENADORA LÍDICE DA MATA EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e §2º, do Regimento Interno.)

Matéria referida:

- Artigo da Profª Adélia Maria Marelin.