O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco/PSC - SE. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ouvintes da Rádio Senado, espectadores da TV Senado, todos que nos acompanham pelas redes sociais.

            Faz pouco mais de um ano, da tribuna desta Casa, denunciei situação difícil pela qual passavam os agricultores sergipanos, principalmente os que lidam com o plantio de milho e feijão.

            Infelizmente, hoje volto a esta tribuna para lhes dizer que a situação não melhorou, a seca do endividamento dos produtores necessita de uma atenção especial.

            É fato que nos últimos dez anos, vislumbrou-se em Sergipe, principalmente na região do sertão, um grande potencial para exploração da cultura do milho em virtude do solo adequado e regime de chuvas compatíveis para o plantio dos cultivares e híbridos de alto padrão produtivo. Tanto que somos o segundo maior produtor de milho do Nordeste.

            E em função de tal potencial, surgiu a necessidade de ser criada infraestrutura compatível, por meio da aquisição de tratores, colheitadeiras, implementos agrícolas e tantas outras necessidades que envolvem a questão do cultivo agrícola. O resultado desse amplo investimento foi o crescimento na área de plantio de milho, uma vez que havia condições favoráveis, capazes de assegurar o uso de tecnologia de ponta e no período entre 2002 e 2010, obtiveram-se elevados índices de produtividade.

            Entretanto, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, nos últimos dois anos, apesar das adversidades climáticas e do fato de o Estado de Sergipe continuar a ser o segundo maior produtor de milho do Nordeste, os agricultores estão em grandes dificuldades financeiras.

            No final do mês de novembro, dezenas de produtores de milho dos municípios de Carira, Frei Paulo, Pinhão, Pedra Mole, Simão Dias, Poço Verde, Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora da Glória, em Sergipe e Pedro Alexandre, Coronel João Sá, Agustina e Paripiranga, do Estado da Bahia reuniram-se no município sergipano de Carira, com o objetivo de fazerem algumas reivindicações junto às instituições financeiras.

            O que esses produtores de milho buscam, Senhor Presidente, é a prorrogação do custeio de 2012, com direito a financiamento do custeio 2013; mudança do prazo de prorrogação do Banco do Nordeste de 1 ano para 5 anos; buscam ainda, que na prorrogação do custeio agrícola, na cobertura do PROAGRO, os valores monetários sejam considerados como primeira parcela, em detrimento da produção obtida.

            Mas há também, a necessidade de prorrogação de financiamento de máquinas e implementos agrícolas, além de que o investimento FNE-ESTIAGEM -- linha de crédito exclusivamente operacionalizada pelo Banco do Nordeste -- possa ser contratada e liberada em tempo hábil.

            Sabemos que algumas medidas já foram implementadas, mas é importante que os produtores rurais dos municípios que se encontram em situação de emergência, em razão da seca na região, recebam um atendimento diferenciado, com medidas urgentes em prol do agronegócio, visto que a linha de crédito FNE-ESTIAGEM, principalmente, está sub aplicada de modo a prejudicar grande número de produtores rurais, aptos a serem contemplados, observados os trâmites do processo de concessão do crédito adotados pelo Banco, de acordo com a disponibilidade de recursos financeiros.

            Srªs Senadoras e Srs. Senadores, a situação é grave e caso as reivindicações não sejam atendidas, esses produtores rurais ficaram impossibilitados de formar novas áreas de plantio de milho, executar novos investimentos destinados a minimizar os efeitos da seca, além de não poderem honrar os compromissos bancários assumidos posteriormente,

            Daqui, gostaria de pedir encarecidamente, que o Banco do Nordeste e o Banco do Brasil, instituições financeiras envolvidas e comprometidas com o desenvolvimento do nosso país, atendam às necessidades legítimas deste importante setor, que é o agronegócio, para o nosso Sergipe, o nosso Nordeste e o no Brasil.

            Muito obrigado.