Comunicação inadiável durante a 11ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa de ações de prevenção contra o uso de drogas.

Autor
Ana Amélia (PP - Progressistas/RS)
Nome completo: Ana Amélia de Lemos
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
POLITICA SOCIAL, DROGA.:
  • Defesa de ações de prevenção contra o uso de drogas.
Publicação
Publicação no DSF de 21/02/2013 - Página 4777
Assunto
Outros > POLITICA SOCIAL, DROGA.
Indexação
  • COMENTARIO, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, TRAFICO, DROGA, PAIS, REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, RELATOR, PROJETO DE LEI, ASSUNTO, INTERNAMENTO, PESSOAS, DEPENDENCIA QUIMICA, REFERENCIA, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, MEIOS DE COMUNICAÇÃO, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, OBJETIVO, CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO, INICIO, UTILIZAÇÃO, ENTORPECENTE.

            A SRa ANA AMÉLIA (Bloco/PP - RS. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Eu queria dizer que eu faço uma comunicação inadiável, e agradecer muito ao Senador Casildo Maldaner. É uma comunicação rápida. Muito obrigada, Senador, pela aquiescência.

            A SRa PRESIDENTE (Vanessa Grazziotin. Bloco/PCdoB - AM) - Comunicação inadiável, então, Senadora?

            A SRa ANA AMÉLIA (Bloco/PP - RS) - Inadiável. É, por favor.

            A SRa PRESIDENTE (Vanessa Grazziotin. Bloco/PCdoB - AM) - Perfeito.

            A SRa ANA AMÉLIA (Bloco/PP - RS) - Eu estava inscrita, fui a primeira e cedi ao Senador Anibal Diniz.

            Mas o que eu queria falar, Presidente, é que todos nós ficamos chocados, diariamente, cada vez que vemos aquelas cenas dramáticas, como foi a retirada dos viciados em crack da cracolândia do Rio de Janeiro, no coração da capital, da Cidade Maravilhosa. Isso não é nada maravilhoso. É uma tragédia diária, uma verdadeira epidemia, não mais um problema de segurança, mas um problema verdadeiramente de saúde pública, um problema social muito grave. A questão está relacionada à vulnerabilidade, envolve inclusive crianças, jovens, adolescentes, e também, claro, adultos. Isso é preocupante. É um desafio que a sociedade brasileira tem para resolver, Senador Casildo Maldaner, nossos telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, Senadora Vanessa Grazziotin, demais Senadores e Senadoras. É uma tragédia diária. Nós estamos vendo pais acorrentando filhos para ficar livres dos traficantes, como acontece no meu Estado.

            Aqui, nesta Casa, nós estamos apresentando... Eu sou relatora do PLS nº 111, de 2010, que trata da internação involuntária de dependentes químicos. Da mesma forma, há um projeto que também está em grande discussão nacional, de autoria do Deputado Osmar Terra, que trata do mesmo tema.

            Prefeituras de muitas cidades também passaram a olhar com atenção para esse grave problema, como eu disse, não só de segurança, mas, sobretudo, de saúde pública, pela epidemia da droga.

            O Governo Federal está atento a essa questão. O Ministério da Justiça e o da Educação firmaram uma parceria com empresas privadas para aumentar as informações e a prevenção quanto ao uso das drogas. Penso que prevenção e informação são grandes remédios. Que ha diálogo dentro de casa entre pais e filhos, entre os jovens também, sobre os riscos da dependência química para a destruição dos sonhos de muitos jovens brasileiros.

            Nesta semana, eu recebi a Secretária Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, Drª Paulina Duarte, uma especialista que, há trinta anos, trata dessa matéria. Ela me entregou as revistas produzidas pela Editora Maurício de Sousa, que farão parte da campanha permanente de educação e prevenção às drogas nas escolas - inicialmente para as escolas públicas -, que será lançada em abril.

            Nas histórias das revistas em quadrinhos, os famosos personagens da Turma da Mônica dão dicas importantes para evitar a trágica armadilha montada pelo crime organizado na área das drogas. Eu tenho aqui alguns exemplos das sugestões preparadas, de forma personalizada. Para o público infantil, há as menores revistas, claro, o gibizinho para as crianças, que vai certamente chamar a atenção. Para os jovens adolescentes, usam a figura do mangá, do desenho japonês. Isso vai ser também de utilidade para a criança de mais idade. E há um livro importante para o educador, para os professores, e um livro indispensável para os pais nessa campanha, que vai causar certamente um grande efeito e um grande impacto, e assim nós esperamos.

            Nas histórias, temos esses personagens mostrando exatamente os perigos e os riscos das drogas. Os pais dos alunos e professores também terão manuais de orientação, contendo as melhores formas de abordar o tema drogas, que é uma triste realidade presente na vida de muitas famílias não só do meu Estado do Rio Grande do Sul, mas, certamente, dos demais Estados brasileiros.

            Aliás, há um observatório da Confederação Nacional dos Municípios, mostrando, Senador Casildo Maldaner, que, em 80% ou 90% dos Municípios, há o registro do consumo de drogas, especialmente do crack.

            Na campanha, mais de 72 mil educadores, Senadora Vanessa Grazziotin, já estão sendo capacitados pela UnB, a Universidade de Brasília, para trabalhar com as publicações em 42 mil escolas públicas, em primeiro lugar, depois vai se estender também para outras instituições. As escolas que priorizam as ações públicas contra o crack serão as primeiras a colocarem a campanha em prática. Na próxima semana, o Ministério da Justiça vai promover um seminário relacionado à Lei 11.343, de 2006, sobre área das drogas. Será uma oportunidade de chegarmos a um consenso sobre a internação compulsória, tema que está sendo polemizado, mas temos que enfrentá-lo de maneira absolutamente racional, observando os critérios médicos e não ideologizando um tema que é de gravidade e urgência inadiável.

            Portanto, faço aqui um apelo para que possamos evitar as cenas degradantes que vimos ontem na cidade do Rio de Janeiro, na Avenida Brasil, daqueles dependentes químicos, verdadeiros farrapos humanos, inconscientes, com depressão profunda, causada pelas drogas. A informação, a conscientização e, sobretudo, a prevenção são os mais importantes aliados da sociedade e do Poder Público nessa luta colaborativa. Essa não é uma luta desse ou daquele governo, é uma luta da sociedade brasileira, e se não nos dermos as mãos para enfrentá-lo, seremos, por esse problema, vencidos. Toda a sociedade tem a responsabilidade de se engajar na luta contra o consumo e sobretudo o tráfico de drogas

            Muito obrigada, Srª Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/02/2013 - Página 4777