O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco/PSB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente da Mesa, Senador Jorge Viana, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, hoje eu vou falar sobre o Amapá, meu Estado, que já governei alguns anos atrás, assim como o Senador Jorge Viana governou o Acre. Os dois Estados disputam entre os menores do País, com a menor população, os menores PIBs, junto com Roraima.

            Mas o Amapá, depois de oito anos de desmando, está vivendo um momento importante, graças à austeridade implantada pelo Governador Camilo Capiberibe a partir de sua posse, em 01/01/2011. E eu tenho certeza de que o Senador Jorge Viana, quando assumiu o governo, em 1988, também teve que…

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco/PT - AC) - Noventa e oito.

            O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco/PSB - AP) - Em 89, não é? Noventa e oito?

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco/PT - AC) - Noventa e nove.

            O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco/PSB - AP) - Em 1999. Teve que ter pulso para poder controlar e colocar as finanças em ordem.

            Durante os anos de 2011 e 2012, o Governador do Amapá preparou o terreno das finanças, para colher bons resultados este ano.

            Nesse período, foi administrada uma dívida de mais de R$1 bilhão, além de várias inadimplências que impediam o Amapá de firmar convénios com o Governo Federal.

            Com empenho, foi possível ao Amapá retomar obras que estavam paradas e dar contrapartidas necessárias para que antigos convénios com o Governo Federal fossem recuperados. Em dois anos, o Estado recuperou a credibilidade que havia perdido em oito anos de um governo cujo objetivo era se locupletar dos recursos públicos.

            O exemplo mais candente da retomada da credibilidade e da política conservacionista foi o prêmio internacional Herói da Conservação Global, entregue ao Governador Camilo Capiberibe pela Conservação Internacional, uma organização preocupada com o meio ambiente, que aproveitou para fazer o lançamento do Centro de Sustentabilidade das Américas, em São Paulo.

            Camilo juntamente com o Senador amazonense Eduardo Braga, colega nosso desta Casa, a quem aproveito para parabenizar, são os dois primeiros políticos brasileiros a receberem a honraria. Em edições anteriores, o prémio foi concedido ao Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e ao produtor de cinema Jeffrey Katzenberg, dos estúdios DreamWorks.

            Como exemplo de resgate de ações levadas a termo por administrações anteriores do Partido Socialista Brasileiro, o Governo do Estado reativou o programa Visão para Todos, uma das iniciativas mais exitosas entre tantas que adotei em meus mandatos de governador. Infelizmente, o programa foi interrompido em 2003 pelo Governador Waldez Góes, que não enxergou que o Visão para Todos era um programa de Estado e não um programa de governo. O programa Visão para Todos foi relançado depois do carnaval pelo Governador do Amapá e vai atender cerca de 3.000 portadores de catarata até o fim do ano.

            Nesta primeira etapa do mutirão de cirurgias de catarata, encerrada em 1º de março, foram realizadas 260 cirurgias em pacientes previamente cadastrados no Visão para Todos, que passaram por triagem médica. A ação marca a retomada definitiva do programa, que ficou desativado por quase uma década. As cirurgias, ocorridas no Hospital Estadual de Clínicas Alberto Lima, foram realizadas por uma equipe de 11 profissionais da Universidade Federal de Goiás, instituição parceira do governo do Estado na retomada do programa. Quando eu era Governador, a nossa parceria era com a Escola Paulista de Medicina, cujo diretor, Rubens Belfort, trabalhou ombro a ombro conosco para erradicar a cegueira por catarata em nosso Estado.

            Uma segunda etapa de cirurgias ocorrerá a partir do dia 22 deste mês, com a previsão de mais 300 novas cirurgias de catarata.

            Como se vê, novos ventos sopram no Amapá.

            O Amapá resgatou a credibilidade. O Governo semeou, plantou e colheu obras e ações, mas ainda tem muito trabalho para garantir os benefícios de que a população precisa. Há muito o que fazer para garantir a retomada de todos os projetos que foram paralisados ao longo dos oito anos de mandato dos governantes anteriores. O que importa é que em dois anos o Governo está conseguindo recuperar os oito anos perdidos.

            Portanto, Sr. Presidente, eu queria parabenizar o Governador e dizer que para equilibrar as finanças é preciso pagar um preço alto. Um desgaste enorme nos dois primeiros anos de mandato. Foi assim comigo, em 1995 e 1996, foi assim com o Governador Jorge Viana, em 1999 e 2000, foi assim com o Raupp, foi assim com todos nós. Mas é preciso equilibrar as finanças, é preciso também fazer aquilo que o povo espera da gente.

            Muito obrigado.