Pela Liderança durante a 21ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de audiência de S. Exª com o Presidente do STF agendada para amanhã; e outros assuntos.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR. JUDICIARIO. CORRUPÇÃO.:
  • Registro de audiência de S. Exª com o Presidente do STF agendada para amanhã; e outros assuntos.
Publicação
Publicação no DSF de 06/03/2013 - Página 7474
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR. JUDICIARIO. CORRUPÇÃO.
Indexação
  • ANUNCIO, PARTICIPAÇÃO, AUDIENCIA, MINISTRO, JOAQUIM BARBOSA, PRESIDENTE, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), OBJETIVO, MANIFESTAÇÃO, APOIO, JUDICIARIO, RELAÇÃO, ATUAÇÃO, COMBATE, CORRUPÇÃO, ENFASE, HIPOTESE, AÇÃO PENAL, PAGAMENTO, MESADA, CONGRESSISTA, REPUDIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, DIARIO DO PARA, ESTADO DO PARA (PA), MOTIVO, PUBLICAÇÃO, MATERIA, FALSIDADE, ACUSAÇÃO, ORADOR, AUSENCIA, CUMPRIMENTO, PENA, MULTA.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, depois de esperar, pacientemente, desde as 2 horas da tarde, vou fazer o meu pronunciamento à Nação brasileira, especialmente à minha terra, o Estado do Pará, de Nossa Senhora de Nazaré, a minha mãe querida e protetora.

            Sr. Presidente, com a ajuda de vários Senadores, a quem agradeço - Senador Cyro Miranda, Senador Alvaro Dias, Senador Aloysio, enfim, vários Senadores da oposição -, conseguimos então marcar a audiência com o Presidente do Supremo Tribunal Federal para esta quinta-feira, às 13h45min.

            Vamos lá, Sr. Presidente. Vamos lá à presença do grande Ministro. Vamos lá à frente de um dos maiores brasileiros da história moderna, chamado Joaquim Barbosa, o homem que combate a corrupção brasileira.

            É minha a atribuição, Sr. Presidente. Nesta Casa, pela terceira vez, tive a honra de ter sido escolhido, por unanimidade, Líder da oposição deste Senado Federal. É minha a obrigação fazer com que este País seja moralizado. É minha obrigação combater a corrupção, especialmente aquela corrupção que está visível, que está à frente de todos nós, que está identificada, que tem comprovações. Deveriam estar essas pessoas na cadeia, e essas pessoas ainda estão aqui.

            Meus senhores e minhas senhoras, Senadoras e Senadores, o Pará, o meu Estado, precisa ter uma resposta àqueles que ficaram ricos à custa das pessoas pobres do meu Estado do Pará.

            Quero agradecer aos Senadores que compõem a comissão para ir até Joaquim Barbosa. Lá, nós vamos mostrar os processos, principalmente dos Senadores, ou Senador do Estado do Pará que há muitos anos usou do dinheiro público para enriquecer; usou do dinheiro público para fazer um patrimônio acima de R$100 milhões.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Senador Mário Couto, V. Exª me permite um aparte?

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - O seu filho, o seu filho é o dono do jornal. Ele está muito preocupado. Jader Filho. Jader Filho, você está muito preocupado. Preocupado por quê? Preocupado porque o patrimônio que você dirige não é seu. Preocupado porque o patrimônio que você dirige é do povo do Estado do Pará, meu caro amigo.

            Eu não estou nervoso com nada, mesmo você falando de mim no seu jornal. Eu não tenho crime. Eu não respondo a nenhum processo criminal. O que você colocou no seu jornal não condiz com a realidade. Aliás, Sr. Presidente, isso já é comum nessa família. Isto é uma coisa muito comum: a mentira. Esse jornal - aliás, não se pode chamar de jornal -, esse jornaleco, e eu quero mostrá-lo à TV Senado, vem aqui, no domingo, dizendo que eu sou um estelionatário, vem dizendo que eu não paguei a Santa Casa.

            Sr. Presidente, o senhor sabe: eu tive uma multa na campanha passada, numa cidade distante, a mais de 20 horas de barco, e eu transformei, paraenses, essa multa em dar remédios e cestas básicas à Santa Casa de Misericórdia do Pará. Eu quitei a dívida, está aqui o comprovante, jornaleco, de que eu quitei a minha dívida.

            Vocês têm muito que procurar sobre a minha vida. Eu vim da pobreza. Eu não enriquei com dinheiro público. A pobreza me acompanha até hoje. Eu tenho uma vida limitada. Eu não tenho avião, eu não tenho televisão, eu não tenho jornal, mas não tenho medo de encarar aqueles que os têm, principalmente vocês que fizeram o seu patrimônio à custa do dinheiro do povo.

            Olhem de onde eu vim. Olha, Pará, olha de onde eu vim. Olha os meus irmãos, na cidade de Salvaterra, no Marajó, numa casa de barro com uma porta e uma janela. Essa é a minha origem. A origem sua, Jaderzinho, é esta aqui, olha. Esta é a sua origem. Se eu tivesse essa origem, eu não teria a coragem de sair da minha casa. Se eu tivesse tido um pai que tivesse saído na capa da Veja, eu não teria coragem, Jaderzinho, de sair de dentro da minha casa! Eu teria vergonha. O povo do Pará tem vergonha de olhar para isso. Infelizmente, tive que mostrar, na tarde de hoje, porque o povo do Pará não merece isso.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - V. Exª me permite um aparte, Senador Mário Couto, para uma informação importante?

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Santa Casa de Misericórdia, assim entendendo ter cumprido integralmente a transação, requer a juntada dos comprovantes da entrega do medicamento junto à Fundação mencionada, devendo, por conseguinte, ser dada como fielmente cumprido o ajuste, arquivando-se a questão.

            E aí vocês dizem que eu não paguei a Santa Casa. Vocês não merecem a credibilidade. No Pará, só há um jornal que merece credibilidade, que foi feito com honra. Honra não se compra em mercearia. Honra não se compra em farmácia. Honra se adquire!

            Eu tenho honra. Se eu não tivesse honra, senhores e senhoras que estão me ouvindo nessa galeria, Srªs e Srs. Senadores, se eu não tivesse honra, eu não estaria aqui, nesta tribuna, e não falaria o que falo.

            Sabem por quê? Porque eu tenho honra e moral para vir a esta tribuna falar, meu caro Senador Malta. Quem não tem honra, quem não tem moral, minha nobre Senadora, não sobe nesta tribuna para denunciar e fazer o que eu faço. A minha honra foi conquistada dentro da minha família, Senadora. Os meus pais foram honrados, Senadora. A minha mãe, pobre, no interior do Marajó, ensinou-me a construir a minha vida certa.

            Quem nasceu errado é porque copiou do pai os erros de família, Pedro Simon. Quem nasceu errado é porque seguiu o pai, seguiu a mãe, seguiu o que a família exemplificou a ele, meus nobres Senadores.

            A conduta e a moral vêm de berço, sabe, Jaderzinho? Você lembra, meu caro amigo, na época em que você ia à Assembleia Legislativa do Estado do Pará? Sabe, Jader, essa tua convivência com a tua família, principalmente com o teu pai, fez com que - coitado de ti! - sentisses a normalidade de praticar um ato anormal. Aqueles bandidos que convivem dentro de uma mesma casa, aqueles bandidos que convivem em família não ficam mais sabendo o que é certo. Eles só aprendem o errado.

            Tu te lembras, Jaderzinho, que tu estivestes no meu gabinete, na Assembleia Legislativa? Lembra? Talvez agora tu não te lembres mais. Talvez agora, Jader Filho, tu possas dizer que eu não estou falando a verdade. Eu tenho testemunhas. Eu tenho os documentos na minha mão.

            Vai! Vai! Eu estou te mandando. Eu estou te pedindo: vai a um tribunal. Vai, reclama contra mim! Exige que eu prove o que eu estou falando!

            Tu fostes à Assembleia me extorquir, meu filho! Tu fostes à Assembleia me extorquir, meu filho, quando eu era Presidente da Assembleia! Vai! Vai à Justiça me cobrar para provar isso!

            Senador Jayme Campos, a vida nos ensina muita coisa. Os seus filhos, Senador, devem se honrar de V. Exª. Não há coisa igual, não há coisa comparável, não há; à educação de uma família.

            Meu nobre Senador, se você educa os seus filhos num padrão de seriedade, eles se criam sérios.

            Meu nobre Senador Suplicy, eu estou vendo você pedir aparte, mas ainda não pude lhe dar.

            Mas se você convive num ambiente de corrupção, os seus filhos nem sentem que são corruptos. Nem sentem! Porque aprenderam aquilo com o pai, conviveram com o pai, sabem da sabedoria do pai.

            Olha aqui, Senador, olha a sapiência do pai, a esconder as algemas com o livro. Tudo isso o filho aprende; tudo isso o filho sente. Essa é a grande realidade. Isso aqui não é novidade, Senador. Isso aqui não é novidade. Isso aqui saiu em todos os jornais do Brasil. Todos os jornais brasileiros e paraenses publicaram essa foto.

            Jader Filho, tu tens televisão, tu tens jornal, tu tens avião, tu tens fazenda. Tu não provas; tu não tens como provar que um homem público que nunca exerceu outra função... Nunca! Ele só foi político na vida dele.

            Quanto custa uma televisão, meu nobre Presidente? Uns US$15 milhões. Quanto custa um jornal, meu nobre Presidente? A mesma coisa. Quanto custa duas ou três rádios? Quanto custa uma fazenda com 50 mil cabeças de gado? Como é que um homem que viveu só da política pode ter um patrimônio desse tamanho, meu caro Senador Lobão, que me assiste e me olha? Não tem como provar, meu caro Senador.

            O filho tem ódio de mim. Ódio! Desde o dia em que ele foi à Assembleia, e eu disse: “Não. Eu não te dou. Eu não quero, porque sou sério”. E quem fala aqui é um homem sério e honrado. Fala o que tu quiseres de mim no teu jornal. Ninguém acredita no teu jornal, Jader Filho. O teu jornal não é teu. É do povo. Todo o Estado do Pará sabe que o teu jornal foi adquirido com dinheiro do Estado do Pará.

            Que condições vocês ainda querem para concorrer com um grupo que teve um pai e uma mãe honrados como os Maioranas, que lutam, mas lutam pelo que é de direito, que aprenderam a lição com os pais, que seguiram o caminho correto dos pais? Tu, não, Jader Filho. Tu não seguiste o caminho correto do pai, porque ele não te deu correção. Essa é a grande verdade.

            E a Nação cobra, e a Nação quer. A Nação quer a continuação das prisões, meu querido Senador Petecão. Não sou eu. Não estou perseguindo ninguém. Estou exercendo o meu direito, Senador Petecão. Sou um Senador que desde, que chegou aqui, luta contra a corrupção. Luto contra esse PT que institucionalizou a corrupção neste País. Não posso cruzar meus braços, Senador Petecão, diante do que os meus olhos veem. O povo paraense deve estar pedindo a mim: “Senador Mário Couto, essas pessoas tem que ir para a cadeia. Senador Mário Couto, essas pessoas não podem ficar imunes, sem nenhuma punição”.

            E eu sei, Senador, que quem tem jornal pode fazer o que fez no domingo: falar mentiras de mim. Mas, sabe, Senador, três vezes Líder da Oposição neste Senado. A Bancada de Oposição é religiosa, Senador. Ela pesquisa a vida de cada Senador, discute em conjunto, para escolher um Senador sério. Três vezes, Senador. Três vezes!

            O meu nome foi envolvido, no ano passado, na Assembleia Legislativa do meu Estado, que presidi e da qual me honro muito. Os promotores públicos passaram o ano pesquisando a minha vida. Um ano, Senador! E não encontraram nada, absolutamente nada.

            Presidente, estou encerrando. Eu tenho que fazer isso. É minha obrigação. Pode V. Exª perguntar, como Presidente desta Casa: por que V. Exª...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - ...tentativa de extorsão do Jader Dias, dono do jornaleco Diário do Pará. Aí eu vou dizer a V. Exª: “Eu ainda tenho muito o que falar, eu ainda tenho muito o que mostrar nesta tribuna, eu ainda tenho muito o que questionar nesta tribuna”. Mas eu ofereço meu suor à minha terra, à minha terra querida que me mandou para cá com 1,5 milhão de votos.

            Eu lutarei, Senador Petecão. Eu lutarei com todas as minhas forças, Senador Petecão, para ver esses cabras na cadeia. Aí eu vou feliz, Senador Petecão.

            Não tem que só ser mensaleiros, não. Não tem que ser só mensaleiros, não, Senador Petecão. Eu vou dizer ao Joaquim Barbosa...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) ...continua a guerra, Joaquim Barbosa.

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco/PT - AC) - Senador, solicito que termine, porque a sessão do Congresso está dependendo exclusivamente do encerramento desta sessão.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Continua a guerra, Joaquim Barbosa. Continua! Não é só petista que tem que ir para a cadeia, não. Tem muita gente que tem que ir para a cadeia. Aquelas cabras de Belém, aqueles cabras safados! Põe tudo na cadeia, Joaquim Barbosa! É isso que vou pedir a ele, meu povo querido do Estado do Pará.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/03/2013 - Página 7474