Pela Liderança durante a 22ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Destaque ao legado do Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, falecido ontem.

Autor
Inácio Arruda (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/CE)
Nome completo: Inácio Francisco de Assis Nunes Arruda
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Destaque ao legado do Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, falecido ontem.
Publicação
Publicação no DSF de 07/03/2013 - Página 7745
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • LEITURA, NOTA, AUTORIA, PRESIDENTE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC DO B), ASSUNTO, HOMENAGEM POSTUMA, PRESIDENTE DE REPUBLICA ESTRANGEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, VENEZUELA.

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, primeiro, quero cumprimentar as mulheres brasileiras, hoje homenageadas com o Prêmio Mulher Berta Lutz, essa grande lutadora brasileira de todos os tempos; as nossas amigas Adélia Moreira Pessoa, Amabília Vilaronga de Pinho Almeida, Telma Dias Ayres, Luzia Santiago, e, sobretudo, Maria do Socorro Jô Moraes, paraibana, radicada em Minas Gerais, fruto deste movimento do período lastimável da ditadura militar, que obrigou muitas pessoas a entrarem na clandestinidade e ressurgirem em outros territórios de nosso País, como foi o caso de própria Presidente da República, Dilma Rousseff, minha cara amiga e Senadora, Presidente Ana Amélia.

            Mas quero fazer um registro muito especial feito pelo meu Partido, o PCdoB, na da do falecimento do Presidente Hugo Chávez.

            Diz o título da nota do nosso Presidente Renato Rabelo:

Chávez: morre o revolucionário, mas seguirá a revoluçao bolivariana!

No início da noite deste dia 5 de março, [data também do nascimento de Patativa do Assaré], em Brasília, com sentida emoção e forte impacto, recebemos a notícia do falecimento do destacado revolucionário da Venezuela e da América Latina, Presidente Hugo Chávez. Acompanhávamos com esperança a última batalha travada por Chávez, desta vez, pela própria vida - luta que empreendeu com força de vontade e altivez, mas, infelizmente, a doença foi mais forte e o levou.

A vitória de Hugo Chávez para Presidente da Venezuela, em 1998, inaugurou um ciclo político progressista na América Latina, em especial na nossa América do Sul. É um ciclo que prossegue vigoroso, propiciando a vários países e povos da região democracia, desenvolvimento de forma soberana, sensível melhora da qualidade de vida dos trabalhadores e, ainda, o avanço da integração solidária entre as Nações. Chávez, além de dedicar o melhor de si pelo desenvolvimento de seu país e pelo bem-estar de seu povo, foi um intrépido entusiasta desse processo de integração, tanto com a Alba (Aliança Bolivariana para as Américas), quanto com o Mercosul (Mercado Comum do Sul). Em julho de 2012, quando se formalizou a entrada da Venezuela neste bloco, ele proclamou: "Nosso norte é o sul".

Chávez, juntamente com o ex-Presidente Lula e outras lideranças da região, travaram a luta vitoriosa que sepultou a Alca, projeto neocolonialista dos Estados Unidos. Por isto, uma grande dimensão de Chávez se revela pelo seu legado patriótico e internacionalista, um adversário ferrenho do imperialismo e defensor da amizade e da cooperação entre os povos.

E, se, internacionalmente, Chávez tem esse significado para as forças políticas avançadas, para o seu país ele representa o líder de um processo revolucionário que, em pouco mais de uma década, libertou a Venezuela da espoliação estrangeira, colocando a grande riqueza do país, o petróleo, a serviço do desenvolvimento da Nação, e também ajudou a retirar centenas de milhares de venezuelanos da miséria.

Outro traço da revolução bolivariana liderada por Chávez é a democracia, nunca houve tantas eleições, nunca houve tanta efetiva participação do povo nos destinos da Venezuela como nesta última década. Grande expressão dessa democracia é a Constituição Bolivariana, elaborada por uma Assembleia Constituinte livremente eleita. É uma constituição democrática e avançada que, inclusive, indica os rumos da construção do socialismo naquele país - Socialismo do Século XXI, como assim proclamava Chávez.

Externarmos nossos sentimentos à Pátria de Simon Bolívar pela perda desta grande liderança patriótica, democrática e socialista. Mas, ao mesmo tempo, temos a convicção de que morreu o revolucionário, porém, a sua grande obra, a Revolução Bolivariana, terá continuidade. Seguirá conduzida pelas lideranças leais ao legado do Presidente Chávez, apoiada no povo e nas forças políticas avançadas do País, e contará com a efetiva solidariedade das forças progressistas das Américas, entre as quais o Partido Comunista do Brasil, que sempre apoiou Chávez e o povo venezuelano em sua épica jornada libertária.

            Essa é a nota, Srª Presidente, destacada ontem pelo nosso Presidente Renato Rabelo, Presidente do Partido Comunista do Brasil.

            Aqui acrescento: esse foi o legado extraordinário de Chávez. Imagine que hoje a Venezuela é membro do Mercosul; hoje, temos constituída uma Alba; temos uma Unasul; temos uma Celac, instituições que foram se conformando, fruto desse momento mais avançado, mais progressista, que inclui o Brasil, com Lula, com Dilma nesta grande saga.

            E destaco, ao final, um legado que considero muito importante, porque é um contraponto à contrainformação, que foi a constituição da Telesul. Eu tive oportunidade, caros Senadores e Srª Presidente, de acompanhar ontem, durante todo o período, desde o anúncio do falecimento de Chávez até a madrugada, as manifestações populares e, sobretudo, as intervenções dos líderes da região, da nossa Presidente Dilma, que, muito emocionada, na Contag, fez referência ao falecimento de Hugo Chávez, por meio da Telesul, aqui em Brasília.

            Então, eu acho que é muito importante que tenhamos outra forma de apresentar a informação que não apenas a daqueles poderosos do mundo, que dão a sua opinião como última verdade.

            Por isso, Sr.ª Presidente, agradeço essa oportunidade de manifestar o nosso voto de pesar ao povo da Venezuela e à família do Presidente Hugo Chávez, o que fizemos por meio de requerimento votado há poucos instantes.

            Agradeço a V. Exª.

            Muito obrigado pela atenção de todos os colegas.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/03/2013 - Página 7745