Comunicação inadiável durante a 22ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Pesar pelo falecimento, ontem, do Presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Autor
João Capiberibe (PSB - Partido Socialista Brasileiro/AP)
Nome completo: João Alberto Rodrigues Capiberibe
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Pesar pelo falecimento, ontem, do Presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Publicação
Publicação no DSF de 07/03/2013 - Página 7755
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, PRESIDENTE DE REPUBLICA ESTRANGEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, VENEZUELA, ELOGIO, PERSONAGEM ILUSTRE, GOVERNO ESTRANGEIRO, POLITICA SOCIAL, COMBATE, DESIGUALDADE SOCIAL.

            O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco/PSB - AP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Senadora Ana Amélia, que conduz esta sessão, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, ontem, tivemos uma triste notícia, a do passamento do Presidente Hugo Chávez. A América Latina perdeu um grande líder, e a morte do Presidente Hugo Chávez teve uma repercussão internacional, com manifestação de todas as lideranças de praticamente todos os países do mundo. Uma morte que enche de tristeza todos nós, latino-americanos e centro-americanos.

            As política sociais de Chávez retiraram da pobreza milhões de venezuelanos. Calcula-se que, na sua chegada ao poder, em torno de 40% dos venezuelanos estavam na condição de pobreza extrema, de miséria, o que foi reduzido para um pouco menos de 10%.

            O Presidente Hugo Chávez direcionou os ganhos do petróleo para as políticas sociais. E essa afirmação suscita uma grande polêmica, como ouvi de várias análises hoje. Daí, pergunto: antes de direcionar os ganhos do petróleo para as políticas sociais, em que mãos ia parar esse dinheiro?

            Hugo Chávez multiplicou por cinco o número de professores em seu país e transformou a Venezuela no país com menor índice de desigualdade da América Latina. O sucesso de seu programa é incontestável. O PIB foi multiplicado por três; o desemprego dividido por dois; a pobreza foi reduzida; o analfabetismo foi dividido por dois, sem falar na queda da mortalidade infantil e do aumento da esperança de vida. Podemos afirmar que, antes de Chávez, existia uma Venezuela; e, hoje, há outra muito melhor para a maioria da população. É por isso que o povo venezuelano lamenta a morte de Hugo Chávez, um revolucionário, um visionário.

            A morte do Presidente Hugo Chávez deixa um vazio nos corações dos venezuelanos e de todos aqueles que aprenderam a admirá-lo por suas políticas sociais em benefício dos mais pobres. O Presidente Chávez foi um homem generoso com todos aqueles que neste continente precisaram dele, inclusive o Brasil.

            O intercâmbio comercial com o Brasil ampliou-se. Esta Casa, o Congresso Nacional, resistiu à entrada da Venezuela no Mercosul, ao que, finalmente, aquiesceu, e a Venezuela entrou no Mercosul e se ampliou o intercâmbio, gerando-se milhares e milhares de empregos em função dessa cooperação entre o Brasil e a Venezuela.

            Eu comparo. Eu estava no Chile, há 40 anos, quando um golpe ceifou a vida do Presidente Allende, um homem eleito pelo voto do povo e que governou com profundo respeito pela decisão popular, que respeitou a democracia tal qual Hugo Chávez. É polêmico o Presidente Hugo Chávez? Sim, é polêmico; mas ele teve profundo respeito pela democracia e pela vontade do povo venezuelano.

            Era isso, Srª Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/03/2013 - Página 7755