Discurso durante a 22ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Referente ao RQS n. 120/2013.

Autor
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SP)
Nome completo: Aloysio Nunes Ferreira Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Outros:
  • Referente ao RQS n. 120/2013.
Publicação
Publicação no DSF de 07/03/2013 - Página 7770

            O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco/PSDB - SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, eu, evidentemente, não posso deixar de me associar às condolências enviadas à família de um homem que faleceu, um Presidente da República, um cidadão venezuelano, um homem que faleceu depois de um longo sofrimento. Agora, eu não posso me associar ao pesar pela morte de alguém que, no campo político, representa tudo aquilo que eu abomino. O Sr. Hugo Chávez é um liberticida, foi um liberticida: atacou as liberdades democráticas na Venezuela; sufocou a oposição; castrou a liberdade de imprensa e jogou o país numa profunda crise. Por isso, Sr. Presidente, eu quero separar as coisas. Uma coisa são as condolências enviadas à família de um homem e outra coisa é lamentar a morte de alguém que usurpou - usurpou! - o nome de Simón Bolívar. Porque Simón Bolívar foi um democrata. Simón Bolívar foi um liberal. Um herdeiro dos ideais da Revolução Francesa. E Hugo Chávez foi um liberticida - repito -, alguém que agrediu as instituições democráticas da Venezuela.

            Por isso, não me associo a este requerimento de pesar. É a minha posição, Sr. Presidente, com todo o respeito ao autor do requerimento.

            O Senador Suplicy, conversando comigo, dizia o seguinte: “Mas ele foi eleito!” Ora, Hitler também foi eleito. Adolf Hitler foi eleito Presidente, Primeiro-Ministro, ou, não me lembro que nome tinha isso, a essa função de chefe do Governo da Alemanha, por procedimentos democráticos. Hugo Chávez foi eleito também depois de ter tentado dar um golpe militar. Foi eleito, mas, já ao jurar a Constituição, ele mesmo disse que jurava uma Constituição moribunda, e ele acabou de matar a Constituição da Venezuela.

            Por isso, Sr. Presidente, é que este voto de pesar não conta com a minha solidariedade.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/03/2013 - Página 7770