Discurso durante a 22ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Referente ao RQS n. 120/2013.

Autor
Randolfe Rodrigues (PSOL - Partido Socialismo e Liberdade/AP)
Nome completo: Randolph Frederich Rodrigues Alves
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Outros:
  • Referente ao RQS n. 120/2013.
Publicação
Publicação no DSF de 07/03/2013 - Página 7770

            O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PSOL - AP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, respeito a posição do Líder do PSDB, nobre Senador Aloysio Nunes, embora divirja frontalmente dela.

            Na verdade, apresentei o requerimento de voto de pesar pela morte de um líder, que é o mínimo, em um Estado de direito, que nações amigas devem fornecer quando um chefe de Estado de uma nação amiga vem a falecer.

            Então, nestes termos, em primeiro lugar...

            O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco/PSDB - SP) - Pois é, mas eu não sou amigo de ditadores, meu querido amigo. V. Exª também não é.

            Se me permite, só para esclarecer o meu pensamento. Evidentemente, a morte de um homem é sempre algo pesaroso para mim. Mas um voto de pesar do Senado Federal tem uma relevância política, significa homenagem ao político Hugo Chávez. E a esta homenagem eu não me associo.

            Muito obrigado.

            O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PSOL - AP. Sem revisão do orador.) - E, assim, divirjo politicamente de diferentes homenagens póstumas que este Senado já fez, mas não deixo de aprová-las. Principalmente quando se trata de um chefe de Estado de uma nação amiga do Brasil. De uma nação com a qual o Brasil estabeleceu profícuas relações. De uma nação sul-americana, latino-americana como o Brasil, com a qual o Brasil tem uma relação comercial superavitária. A balança comercial brasileira é superavitária em relação à Venezuela.

            Parece-me, com todo o respeito e carinho que tenho pelo nobre Senador Aloysio Nunes, Líder do PSDB, um pouco excesso de intolerância rejeitar um voto de pesar. Porque o voto de pesar não significa que nós vamos concordar com o fúnebre, que nós vamos concordar com o morto, que nós vamos concordar com o defunto. Um voto de pesar significa um ato de solidariedade ao morto e a um povo que é amigo nosso, a um povo que estabeleceu e estabelece relações de solidariedade com o povo brasileiro e com o Governo brasileiro.

            Além do mais, a comparação à suástica nazista talvez caiba mais a outros. Talvez a suástica nazista caiba mais a quem desaloja sem-terras, a quem desaloja sem-tetos, a quem pratica atos de arbitrariedade, a quem tem posições deste tipo. Talvez a esses caiba mais a suástica nazista. Não me parece que a suástica caiba - assim como a carapuça não cabe - nessa situação concreta da figura de Hugo Chávez Frias na experiência do governo da Venezuela.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/03/2013 - Página 7770