Pronunciamento de Ciro Nogueira em 06/03/2013
Discurso durante a 22ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Homenagem às mulheres, pelo transcurso do Dia Internacional da Mulher, em 8 do corrente.
- Autor
- Ciro Nogueira (PP - Progressistas/PI)
- Nome completo: Ciro Nogueira Lima Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.
FEMINISMO.:
- Homenagem às mulheres, pelo transcurso do Dia Internacional da Mulher, em 8 do corrente.
- Publicação
- Publicação no DSF de 07/03/2013 - Página 7975
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM. FEMINISMO.
- Indexação
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- HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, MULHER.
- COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ASSUNTO, ESTUDO, INSERÇÃO, MULHER, MERCADO DE TRABALHO, MELHORIA, RENDA.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco/PP - PI. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, não poderia deixar de vir aqui, nesta tribuna, deixar registrada a minha homenagem às mulheres, em razão do Dia Internacional da Mulher, no próximo dia 8 de março.
E quero, então, apontar indicativos que devem ser comemorados. Nas últimas duas décadas, a vida de grande parte da população feminina brasileira passou por grandes transformações. As mulheres participam mais da economia, estão em maior número na representação política e ocupam mais espaço nos bancos das universidades. O número de mulheres com carteira assinada cresceu 162% em vinte anos. São 11 milhões a mais de brasileiras no mercado de trabalho formal, número que equivale a quase toda a população do estado do Rio Grande do Sul, por exemplo.
Com maior presença no mercado de trabalho nos últimos 10 anos, elas aumentaram sua renda em 83%. Até o final deste ano, elas terão movimentado cerca de R$ 1 trilhão, valor equivalente ao PIB da Suécia ou da Bélgica.
Esses dados, senhor Presidente, fazem parte de um estudo intitulado “Tempo de Mulher”, do Instituto Data Popular, citado por uma reportagem publicada pelo jornal Folha de São Paulo desta terça-feira, que ressalta a importância da participação feminina na economia formal e informal.
Segundo a matéria, para alcançar maior participação no mercado de trabalho, as mulheres estão se preparando mais, seja buscando cursos técnicos de capacitação profissional, seja ocupando vagas nos cursos de nível superior.
O estudo citado ainda mostrou que o número de mulheres que almejam a emancipação profissional não se restringiu às classes mais favorecidas. Nos últimos cinco anos, as mulheres das classes C, D e E ampliaram sua participação no orçamento familiar e, além das atividades do lar, passaram a realizar serviços profissionais como domésticas e atendentes, entre outros. Anualmente, elas movimentam R$ 741 bilhões na economia brasileira.
O estudo considera que a barreira cultural está desmoronando, pois além de mudar a situação econômica e cultural, as mulheres estão conseguindo transformar suas vidas.
Parte dessa transformação, avalia o jornal Folha de S.Paulo, vem da participação feminina no empreendedorismo. Apesar das mulheres das classes mais favorecidas serem responsáveis por 50% dos negócios, o estudo destaca que as mulheres das classes C, D e E se unem para montar cooperativas e passam a oferecer serviços, produtos e mão de obra especializada, embrião do empreendimento.
Nos últimos dez anos, o crescimento da renda das mulheres superou o avanço obtido pelos homens. Os números são reflexos de mudanças que permitiram maior presença da mulher no mercado de trabalho, seja porque ela estudou e buscou oportunidades melhores, seja pela necessidade de complementar a renda familiar.
Houve transformações. Porém, essas transformações ainda não são suficientes para colocar a mulher no mesmo patamar econômico e produtivo que o ocupado pelos homens.
Mas, ainda assim, devem ser comemorados. São números que demonstram a evolução da sociedade brasileira e, principalmente, atestam, mais uma vez, a coragem da mulher que, apesar da discriminação que sofre, tem alcançado cada vez mais conquistas. Em 1955, ou seja, recentemente, a revista Querida - de grande circulação nacional, dizia: “O lugar da mulher é no lar. O trabalho fora de casa masculiniza”.
Hoje, é impossível imaginar o mercado de trabalho sem a presença feminina, importante força que move este País.
Para encerrar, Senhor Presidente, quero lembrar os versos do brilhante compositor Erasmo Carlos:
“Dizem que a mulher é sexo frágil. Mas que mentira absurda... Eu que faço parte da rotina de uma delas, sei que a força está com elas”.
Deixo então registrada a minha sincera admiração pelas mulheres brasileiras, mães, operárias, donas de casa, parlamentares, enfim... deixo aqui a minha homenagem.
Era o que eu tinha a dizer.
Obrigado, Sr. Presidente.