Pela Liderança durante a 23ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com as estradas do Estado de Mato Grosso. (como Líder)

Autor
Jayme Campos (DEM - Democratas/MT)
Nome completo: Jayme Veríssimo de Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Preocupação com as estradas do Estado de Mato Grosso. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 08/03/2013 - Página 8123
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • REGISTRO, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, RODOVIA, ESTADO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), COMENTARIO, AUMENTO, CUSTO, TRANSPORTE, ESCOAMENTO, PRODUÇÃO AGRICOLA, PREJUIZO, COMPETITIVIDADE, FREQUENCIA, ACIDENTE DE TRANSITO, REGIÃO, ANALISE, IMPORTANCIA, ACESSO RODOVIARIO, LOCAL, DEFESA, ORADOR, FEDERALIZAÇÃO, VIA TERRESTRE, OBJETIVO, MELHORIA, MANUTENÇÃO.

            O SR. JAYME CAMPOS (Bloco/DEM - MT. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Anibal Diniz, Srªs e Srs. Senadores, vou falar novamente, nesta tribuna, no dia de hoje - pode até se tornar repetitivo, mas é muito importante, para o meu Estado e, sobretudo, para a nossa Região Centro-Oeste do Brasil -, sobre as estradas em nosso Estado.

             Na década de 1920, Sr. Presidente, Washington Luiz ensinou que governar era construir estradas. De fato, toda interligação econômica do País, ao longo do século, se deu por meio da implantação de rodovias. Este vasto território chamado Brasil é uma nação rodoviária. Desses caminhos nasceram povoados, cidades e grandes metrópoles.

            Mas, se como disse Washington Luiz, construir estradas significa avançar no desenvolvimento, o contrário, ou seja, permitir que elas se deteriorem e se acabem representa, consequentemente, atrasar o relógio do progresso. Portanto, seria intuir que abandonar as rodovias é uma forma de desgoverno.

            Pois bem, Srªs e Srs. Senadores, faço este desabafo no sentido de denunciar a situação caótica das rodovias mato-grossenses. A maioria delas está intransitável e compromete todo esforço produtivo de nossos agricultores, pois, sem estradas confiáveis, o custo do transporte se eleva e nossas commodities tendem a perder competitividade no mercado internacional.

            Reportagem exibida no Jornal Nacional, da TV Globo, nesta segunda-feira, Senadora Ana Amélia, relata muito bem as dificuldades para o escoamento da soja produzida em nossa região. Segundo levantamento do Sindicato dos Transportadores de carga, só com a manutenção dos veículos, os gastos aumentaram em torno de 30%, ou seja, os caminhões quebram e o prejuízo é certo.

            Muito além dos aspectos econômicos está a própria questão humanitária. Muitos caminhoneiros e pais de famílias morrem ou ficam mutilados nessas estradas, que são hoje verdadeiras trilhas do risco e do medo. Quem sai para trabalhar nessas vias não sabe se volta para casa. É um drama que se repete cotidianamente na vida de profissionais do transporte e dos próprios habitantes que vivem à beira destas rodovias.

            Mas, Srªs e Srs. Senadores; gostaria de destacar, em especial, a Rodovia dos Imigrantes, que corta os Municípios de Cuiabá e Várzea Grande, cidade onde moro, fazendo a ligação entre o tronco sul das BRs 163, 070, 364, que correm no mesmo leito entre Rondonópolis e Cuiabá, até o ramal norte, no Trevo do Lagarto, onde essa via tem uma bifurcação, seguindo a 364 para o Oeste, até Porto Velho; a 070, até a fronteira com a Bolívia; e a 163, ao Norte, indo para Santarém, no Pará.

            Portanto, não é exagero dizer que a Rodovia dos Imigrantes une o Sul às porções Oeste e Norte do País. É uma estrada curta, de apenas 27km, mas sua posição é estratégica, sobretudo para o escoamento da safra de grãos do médio norte mato-grossense. Trata-se de uma rodovia estadual, que está completamente abandonada - volto a repetir, completamente abandonada -, ao ponto de não se saber mais se a estrada tem buracos ou se o próprio buraco é a estrada, Senador Anibal Diniz.

            Em média, Senador Raupp, nesse percurso, um caminhoneiro chega a perder até 4 horas de viagem, num trecho que poderia ser percorrido em, no máximo, 20 minutos, sem contar que, logicamente, há os riscos de acidentes e avarias dos automotores. Segundo as estatísticas do próprio Estado, trafegam por este trecho cerca de 17 mil caminhões por dia, sendo que, no momento mais agudo do escoamento da safra de grãos, esse número chega a dobrar.

            Essa rodovia também foi mostrada na reportagem do Jornal Nacional, na segunda-feira, pelo Jornalista Jonas Campos, como um retrato do caos que se instalou na malha viária mato-grossense. Lamentavelmente, o Governo do Estado de Mato Grosso, responsável pela conservação dessa via, deu as costas para a comunidade. Sem manutenção ou fiscalização adequada, ela se transformou no pesadelo dos transportadores.

(Soa a campainha.)

            O SR. JAYME CAMPOS (Bloco/DEM - MT) - Outro aspecto importante, Sr. Presidente, é que a Rodovia dos Imigrantes corta praticamente Várzea Grande ao meio, isolando bairros e distritos que não conseguem mais transpô-la, devido aos congestionamentos gigantescos que se formam durante todo o dia - é como se uma barreira de caminhões dividisse a cidade em duas partes. No final de semana, 200 empresários daquela localidade fizeram um protesto, ameaçando fechar parte dos 4 mil postos de trabalho gerados na região, pelas dificuldades impostas devido à queda de movimento e, consequentemente, de faturamento em suas empresas. Eles alegam que o isolamento da comunidade traz prejuízos econômicos e sociais.

            Srªs e Srs. Senadores, nesse sentido, proponho a federalização da Rodovia dos Imigrantes, posto que se trata de uma ligação entre três BRs.

(Soa a campainha.)

            É, portanto, estratégico que o Governo Federal assuma a gestão desta via, recuperando sua malha asfáltica e planejando sua imediata duplicação. Se o Governo estadual se mostra ineficiente para administrar esta estrutura, cabe ao poder central assumi-la como um fator de integração nacional.

            Nesta terça-feira, o Diário Oficial do Estado circulou com um decreto do Governador declarando situação de emergência na Rodovia dos Imigrantes, com vistas à obtenção de recursos federais para a sua reforma.

            A meu ver, Sr.Presidente, trata-se de mais uma atitude protelatória, que tem como objetivo criar justificativas junto à comunidade. O correto seria a administração estadual iniciar de imediato o programa de recuperação desta estrada. Por isso, Srªs e Srs. Senadores, insisto que a maneira mais adequada de manter esta rodovia em pleno funcionamento durante o ano todo seria a sua federalização.

(Soa a campainha.)

            O SR. JAYME CAMPOS (Bloco/DEM - MT) - Pois, não serão 27 quilômetros que determinarão o atraso econômico para toda uma geração de mato-grossenses.

            Concluindo, Sr. Presidente, requeiro, então, a federalização deste trecho, como uma espécie de reparação do País em relação ao esforço que nossa gente empreendeu pelo desenvolvimento nacional. Somos campeões, Presidente Anibal, na produção, mas, tristemente...

(Soa a campainha.)

            O SR. JAYME CAMPOS (Bloco/DEM - MT) - ... lanterninhas na infraestrutura rodoviária.

            Srªs e Srs. Senadores, hoje, recuperar estradas é mais do que governar, como pontificou o presidente Washington Luiz; significa, isto sim, restabelecer os compromissos éticos do País com seus pioneiros, que souberam alargar as fronteiras agrícolas do Brasil, produzindo, no campo, a expectativa de uma Nação cada vez mais rica e soberana.

            Era o que tinha a dizer.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/03/2013 - Página 8123