O SR. ALVARO DIAS (Bloco/PSDB - PR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, eu pedi a palavra para comemorar uma conquista do meu Estado, o Paraná, que recebeu, no último dia 22 de fevereiro, a primeira parcela, de um R$1,9 milhão, em royalties decorrentes da exploração de petróleo e de gás de xisto betuminoso em São Mateus do Sul. Esse valor é uma contrapartida pela retirada do xisto da cidade para a produção de petróleo e de gás. Os recursos equivalem a 5% do valor do óleo em estado bruto retirado apenas no mês de janeiro. A celebração, no início do ano, de um acordo entre o Governo do Paraná e a Agência Nacional de Petróleo formalizou essa questão.

            Eu quero registrar o fato e rememorar: a Petrobras, quando tive a honra de governar o Paraná, anunciou o fim do projeto de exploração de xisto betuminoso em São Mateus do Sul, uma região pobre do Paraná. A Petrobras alegava que o projeto era inviável economicamente e, portanto, estava extinto de forma irreversível. Não me conformei com a notícia e, como Governador, fui ao Rio de Janeiro, à sede da Petrobras. Discutimos com a direção da empresa, que manteve a posição: disse que era irreversível, que o projeto era inviável economicamente.

            Não nos conformamos e viemos a Brasília. À noite ainda, fomos ao Palácio da Alvorada. O Presidente José Sarney nos recebeu com a cordialidade de um grande anfitrião. À noite, fora do expediente, na sua residência, o Presidente Sarney nos recebeu e discutimos essa questão. É evidente que, de início, o Presidente disse que era impossível rever uma decisão técnica da Petrobras. Usou o telefone, conversou com os diretores da empresa e com o Presidente da Petrobras, e disse que era impossível reverter aquela situação. Argumentamos que, no nosso entendimento, o projeto se tornaria viável em médio prazo. O Presidente Sarney acabou cedendo e disse que não poderia negar isso ao Paraná. Imediatamente, pedi a ele que determinasse a viagem do Ministro Fialho até o Estado. E, no dia seguinte, na companhia do Ministro Fialho, fomos ao Paraná. Chegamos a São Mateus do Sul. Fomos recebidos pela população em praça pública, com faixas que anunciavam: “Essa luz não pode se apagar”. E a luz não se apagou. O projeto foi retomado, tornou-se realidade, uma conquista fruto dessa luta travada pelo Paraná e da inteligência do atendimento da parte do Presidente da Replan.

            Com isso, pudemos assistir à revitalização da região sul do Paraná, que alavancou o seu processo de industrialização e que continua gerando frutos e benefícios, como o aumento da receita pública dos Municípios da região e o desenvolvimento industrial. A primeira grande empresa que se instalou foi a Incepa, e outras vieram na sequência.

            Portanto, hoje, nós estamos aqui, nesta tribuna, registrando esse feito, uma conquista do Paraná no tempo em que eu o governava.

            Quero registrar também o agradecimento ao Presidente da época, o Presidente José Sarney, que, certamente, teve a inspiração de atender àquele pleito, contra a vontade dos técnicos da Petrobras. E realizaram um grande projeto, que se tornou exitoso e que passa a oferecer ao Paraná, inclusive, agora, benefícios na forma de royalties. O empreendimento se viabilizou economicamente e transformou uma região do Estado. Isso demonstra a importância de determinadas decisões políticas de quem tem visão de futuro.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.