O SR. VALDIR RAUPP (Bloco/PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Paulo Paim, Srªs e Srs. Senadores, 185 milhões de toneladas! Este é um número realmente impressionante. É quase uma tonelada por habitante deste nosso País, de que tanto nos sentimos orgulhosos.

            Cento e oitenta e cinco milhões de toneladas de grãos, Sr. Presidente, é a estimativa da safra 2012/2013, conforme divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) há algumas semanas. Mais um recorde de produção, já que superaremos em 11,3% a safra passada.

            Frente a notícias econômicas nem sempre tão favoráveis, visto que a crise internacional continua a surtir seus efeitos, apesar dos esforços da equipe econômica, o desempenho no campo é um alento para todos nós.

            Entre os produtos agrícolas, cumpre destacar a soja, que teve aumento de mais de 25% em relação à última safra; e o milho, que terá a maior safra jamais colhida no País.

            Estamos, a cada ano, aumentando a nossa produção de grãos, Sr. Presidente. O Brasil tem alta tecnologia agrícola e, ano após ano, o Governo vem melhorando as políticas públicas que aumentam o crédito, disponibilizam maiores recursos financeiros, reduzem as taxas de juros ao produtor, estimulam a pesquisa e oferecem assistência técnica de qualidade. O Brasil, hoje, oferece assistência técnica para outros países, inclusive para a África. Os países africanos estão buscando na Embrapa, no Governo brasileiro o auxílio para estimular a agricultura e a pecuária naquele continente.

            É esse conjunto de medidas públicas, associado ao esforço, à dedicação e à competência do agricultor brasileiro, que faz com que o Brasil seja uma potência agrícola mundial, superando recorde após recorde.

            Não é à toa, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que a FAO, essa organização para a defesa do alimento em todo o mundo, para estimular a produção para alimentar a humanidade, tem dito que o mundo precisa dobrar a produção de alimentos até 2050. Sabe o que é dobrar tudo aquilo que produzimos hoje até 2050? E o Brasil terá que ser responsável por 50% desse aumento. O Brasil teria que produzir, daqui até 2050, 50% do que o mundo produz hoje. Então, a responsabilidade do Brasil é muito grande, mas vamos conseguir, porque o Brasil é um país de dimensões continentais, que tem uma ótima tecnologia e que tem terras agricultáveis em todo o País. E nós podemos triplicar nossa produção sem desmatar um palmo de floresta a mais.

            Outro dado impressionante que o Brasil possui é que temos quase 200 milhões de habitantes, quase 200 milhões de toneladas de grãos e temos 200 milhões de cabeças de gado. Esse é um dado realmente impressionante.

            A produção agrícola contribui de forma decisiva para o aumento do nosso PIB, gera muitos empregos diretos e indiretos, produz desenvolvimento econômico, social e também - por que não? - político, e ainda colabora fundamentalmente na produção de alimentos, o que é fundamental e decisivo para a soberania de qualquer país.

            Ocorre que, como já ressaltado por diversos colegas nesta Casa, o investimento em infraestrutura não tem acompanhado o aumento da produção de grãos, gerando dificuldades no escoamento da safra e aumento do preço do frete. Temos discutido muito que existem alguns gargalos na área de transporte, tanto na área de rodovias, de ferrovias, quanto de portos e aeroportos. Mas a Presidente Dilma tem dado demonstração clara de que vai investir pesado - já lançou diversos programas - nessa área para corrigir esses problemas de falta de infraestrutura em nosso País.

            Queria aqui também, Sr. Presidente, parabenizar o nosso Ministro, que é do meu partido, um ministro gaúcho, o Deputado Mendes Ribeiro Filho, o Ministro da Agricultura. Apesar das dificuldades que ele tem enfrentado, luta e resiste bravamente, como todo gaúcho resiste, na trincheira, habituado ao rigor da luta no Rio Grande do Sul. Assim, ele está vencendo a doença e vencendo também os desafios para que o Brasil possa produzir a maior safra agrícola da sua história. Então. Então, parabéns...

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) - Pela informação que temos, V. Exª tem razão. Ao contrário do que alguns dizem, e para alegria de todos nós e do povo brasileiro, ele está se recuperando muito bem.

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco/PMDB - RO) - Está se recuperando, está firme e forte, saudável; está se recuperando muito bem.

            Dessa forma, Sr. Presidente, faço um apelo ao Governo Federal para que continue reunindo os esforços necessários no sentido de melhorar a infraestrutura de todos os modais de transportes do País. De que adianta sermos um dos maiores produtores de grãos do mundo se não temos como transportá-los? Como vamos nos manter como um dos maiores produtores de grãos do mundo se não temos como transportá-los? Por isso, precisamos urgentemente desses modais de transporte.

            Nesse contexto, é imprescindível que o Governo olhe com atenção para o meu Estado de Rondônia, que tem uma das principais vias de escoamento da produção de grãos do País, principalmente do oeste do Mato Grosso, e precisa urgentemente de investimentos e melhorias.

            Rondônia já está produzindo muitos grãos, milhares e milhares de toneladas de grãos, mas aquela região do Mato Grosso, além da restauração da BR-364, da construção de um novo porto, da dragagem da hidrovia, das pontes de integração, precisa também de uma ferrovia. Estou trabalhando com a Valec e com a EPL para, desenvolvendo o projeto e os estudos, em breve, se Deus quiser no ano que vem, soltarmos o leilão, a licitação da ferrovia ou parte da Ferrovia Transcontinental mais esse trecho do Mato Grosso até Porto Velho, a capital do meu Estado, que já é viável hoje. Se existisse a ferrovia, estaria transportando hoje mais de cinco milhões de toneladas de grãos, podendo chegar a 2015 com 10 milhões, a 2020 com 20 milhões, a 2030 com 25 ou 30 milhões de toneladas de grãos.

            Por tudo isso, Sr, Presidente, não poderia deixar de fazer o registro de nossa completa satisfação em relação às políticas públicas adotadas pelo Governo, ao esforço e competência técnica dos órgãos de pesquisa agrícola e à dedicação do produtor rural brasileiro e, ao mesmo tempo, de registrar a nossa preocupação com a infraestrutura do nosso Pais.

            Era o que tinha, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.