Comunicação inadiável durante a 27ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do lançamento, hoje, pelo Governo Federal, do programa “Mulher: Viver sem Violência”.

Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, PROGRAMA DE GOVERNO, MULHER.:
  • Registro do lançamento, hoje, pelo Governo Federal, do programa “Mulher: Viver sem Violência”.
Publicação
Publicação no DSF de 14/03/2013 - Página 9595
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, PROGRAMA DE GOVERNO, MULHER.
Indexação
  • REGISTRO, FATO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, LANÇAMENTO, PROGRAMA DE GOVERNO, OBJETIVO, COMBATE, VIOLENCIA, VITIMA, MULHER, PROMOÇÃO, IGUALDADE, RELAÇÃO, SEXO.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Sr. Presidente, Senador Eduardo Suplicy. 

            Sr. Presidente, Srs. Senadores e Srªs Senadoras...

            O SR. PRESIDENTE (Eduardo Suplicy. Bloco/PT - SP) - Permita-me, Senadora Vanessa Grazziotin, dar as boas-vindas, pois se encontra na tribuna de honra o Prefeito Municipal Fausto Reis Nogueira, de Monte Carmelo, de Minas Gerais, acompanhado de seus assessores. Seja muito bem-vindo.

            Tem a palavra a Senadora Vanessa Grazziotin.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM) - Muito obrigada, Senador Suplicy.

            Sr. Presidente, Srs. Senadores e Srªs Senadoras, companheiros e companheiras, hoje estivemos, a bancada feminina do Congresso Nacional, Deputadas e Senadoras, em um breve encontro com a Presidenta Dilma antes do início das atividades, no salão do Palácio do Planalto, relativas ao Dia da Mulher, uma atividade denominada Mulher: Viver sem Violência.

            No dia de hoje, Sr. Presidente, a Presidenta Dilma, durante essa atividade, lançou o que eu considero uma das ações mais importantes para o combate à violência sofrida pela mulher, assim como para o combate das desigualdades de gênero, que, infelizmente, marcam o nosso País e grande parte do mundo. Eu aqui me refiro ao programa lançado hoje Mulher: Viver sem Violência.

            Como bem lembrou a Ministra Eleonora Menicucci, ao abrir o evento no Palácio do Planalto, Ministra titular da Secretaria de Políticas para as Mulheres, o Programa Mulher: Viver sem Violência tem como compromisso e reafirma o compromisso do Governo de eliminar as desigualdades de gênero na sua faceta mais cruel, que é a violência.

            A presença maciça, Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, de Ministros, Governadores, Prefeitos, Deputados, Senadores e, em particular, da Bancada Feminina do Congresso Nacional, revelou que essa ação nasce com relevante apoio político.

            O Governo Federal, segundo anunciou-se hoje pela manhã, deverá investir neste próximo ano em torno de R$265 milhões, sendo que pouco mais de R$115 milhões serão destinados à construção das 27 Casas da Mulher Brasileira em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal.

            Essas casas denominadas de Casa da Mulher Brasileira são casas de apoio às mulheres vítimas de violência e às suas famílias; um abrigo temporário, porém seguro, a essas mulheres e suas famílias; um lugar onde as mulheres encontrarão todo tipo de apoio necessário a quem acabou de sofrer uma violência dentro do seu próprio lar, dentro da sua própria casa.

            Em parceria com os Governos estaduais, esse novo programa terá como principal estratégia a melhoria e a rapidez no atendimento às mulheres vítimas de violência.

            Como destacou a Presidenta Dilma durante o evento hoje, a meta é que essas 27 unidades, até o final de 2014, sejam poderosos pontos de referência para as mulheres atingidas pela violência no corpo e na alma - porque a violência não atinge só o corpo da mulher, atinge também a alma dessa pessoa. Nesses locais, as Casas da Mulher Brasileira, as mulheres terão proteção, orientação e formação, sempre com a visão centrada no combate à violência e afirmação da autonomia.

            A Casa da Mulher Brasileira, Sr. Presidente, é um belo espaço projetado, gratuitamente, pelo arquiteto João Figueiras e terá os seguintes serviços disponibilizados: delegacia especializada de atendimento à mulher, juizado e varas também especializadas, defensorias, promotorias, equipe psicossocial (psicólogas, assistentes sociais, sociólogas e educadoras, para identificar perspectivas de vida da mulher e prestar acompanhamento permanente) e equipe para orientação ao emprego e renda. Além disso, as casa também serão equipadas com brinquedotecas e espaços de convivência para as mulheres e para as suas famílias.

            Pelos cálculos da Secretaria de Políticas para as Mulheres, o custo médio de cada unidade deverá ser de aproximadamente R$4,3 milhões, incluindo a construção, aquisição de equipamentos, mobiliário e transporte, e toda a estrutura será feita pelo Governo Federal. A perspectiva é que sejam atendidas mais de 70 mil pessoas por ano.

            O Governo ainda vai investir, além das Casas da Mulher brasileira, R$25 milhões de reais na ampliação, aumento da capacidade técnica e triagem de distribuição da Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180, que passará a ser um disque-denúncia com acionamento imediato das Polícias Militar e Federal e Ministério Público.

            Mais R$19 milhões serão investidos na humanização da atenção à saúde pública, humanizando o atendimento, e no aperfeiçoamento da coleta de provas de crimes sexuais na rede. Serão capacitados mais de 1,1 mil profissionais do Sistema Único de Saúde, e ainda foi tomada a decisão de investir mais de R$4 milhões nos serviços de fronteira do Brasil, principalmente com a Bolívia, Guiana Inglesa, Paraguai e Uruguai, sempre tendo a clara necessidade de proteger as mulheres, principalmente, que são alvos de violência e do tráfico de seres humanos, no caso, tráfico de mulheres.

            São ações como essas, Sr. Presidente, que vão transformando a cada dia a Lei Maria da Penha numa lei real, numa lei efetiva, numa lei que funciona e numa lei que é modelo para o mundo inteiro. E este é o nosso grande desafio: a lei, que é muito boa, tem que se transformar também em realidade.

            O Mapa da Violência, divulgado nos últimos anos - e o Senado, em breve, fará a divulgação de uma importante pesquisa sobre isso -, tem mostrado os percentuais assustadores do crescimento de violência sofrida pelas mulheres no nosso País.

(Soa a campainha.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PcdoB - AM) - E, para concluir, neste minuto que V. Exª me dá, Senador Suplicy, eu quero aqui dizer da minha alegria e da minha emoção.

            Durante o evento, várias mulheres foram premiadas por conta de um projeto que o Governo Federal desenvolveu, um projeto que premiou as comunidades de mulheres que trabalham na produção rural familiar, Sr. Presidente; ou seja, mulheres ajudando na produção sustentável de alimentos no País. Várias mulheres de diversos Estados e representando os vários projetos do Brasil foram premiadas.

            Por fim, a Presidenta Dilma entregou um prêmio, um cheque de R$20 mil, a duas mulheres do meu Estado que vivem em Benjamin Constant: D. Justina e D. Rosa.

            A Dona Rosa é indígena e vive numa comunidade de Benjamin Constant...

(Interrupção do som.)

             A SRA. VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM) - ...uma cidade, Senador Suplicy, muito próxima à fronteira com o Peru e com a Colômbia, uma região deste País muito distante, que poucos brasileiros conhecem. A D. Rosa, com idade bem avançada, levou para lá o seu artesanato. A D. Justina é a coordenadora desse grupo. Ela é técnica agrária indígena. Trata-se de um programa lançado há pouco tempo pela Secretaria de Produção Rural do meu Estado, que tem como Secretário o ex-Deputado Eron Bezerra. É um programa maravilhoso que não apenas ensina a técnica da agricultura para os índios do meu Estado, Senador Taques, mas faz com que a qualidade de vida e de renda aumente muito.

            Então, enorme foi a minha emoção ao ver essas duas mulheres simples do meu Estado receberem...

(Soa a campainha.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PcdoB - AM) - Só para concluir, Sr. Presidente.

            Foi uma emoção, talvez uma das maiores da minha vida, ver gente tão simples e que vive tão longe no Estado do Amazonas receber esse reconhecimento, porque, a cada dia, tem as suas técnicas melhoradas e, portanto, seu trabalho não só mais reconhecido, mas também lhe trazendo melhores condições de vida.

            Muito obrigada, Senador Suplicy.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/03/2013 - Página 9595