O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco/PP - PI. Sem apanhamento taquigráfico.) - Srªs Senadoras, Srs. Senadores, neste dia 13 de março, o Piauí celebra os 190 anos da Batalha do Jenipapo, um episódio pouco conhecido da História e das lutas pela independência do Brasil.

            Nesta data, portanto, venho a esta tribuna com o orgulho de ser piauiense, de ser de uma terra que derramou sangue para que o Brasil mantivesse sua independência. Mais do que isso, nas terras de Campo Maior, o sangue derramado assegurou a integridade nacional.

            A Batalha do Jenipapo foi uma luta em que gente do povo foi a campo, sacrificou-se por um país que sequer existia, porque ainda era uma pátria em formação. As tropas portuguesas comandadas por Fidié dispunham de treinamento militar e armamento, enquanto os piauienses dispunham de pouco mais que a coragem para evitar o avanço português.

            Fidié venceu a luta, mas esse episódio retardou suas ações para manter o controle da coroa portuguesa sobre os vastos domínios do Maranhão e do Pará. Isso concorreu para que o Brasil seja hoje o país continental que é.

            Nosso orgulho, senhoras senadoras, senhores senadores, é também o de saber que do sangue derramado em batalha fez brotar um povo cioso de suas obrigações com a pátria.

            Por isso, sem medo de errar, parafraseando versos eternizados na música de Milton Nascimento digo que nós piauienses nada temos a temer se não o correr da luta. Para nós, lutar é parte de nossa vida, de nossa história, de nossa cultura.

            No passado, o sangue foi derramado nos campos de batalha. No presente, a luta se faz com o suor que mais de 3 milhões e 200 mil piauienses derramam na luta diária. Gente trabalhadora, gente simples, gente que olha para o futuro não somente com esperança, mas com vontade e determinação para vencer.

            No passado o sangue dos piauienses serviu para sedimentar a independência e a ingressa territorial do Brasil. No presente, é nosso trabalho que nos move para a construção de um país melhor.

            O Piauí que lutou e derramou sangue pela independência política do Brasil, esforça-se num trabalho diário para tirar da terra o sustento, para fazer crescer a riqueza nas cidades, para extrair do subsolo riquezas minerais.

            Porém, todo esforço e batalha são inúteis se somente os cidadãos trabalham e o governo folga. Ou ainda se os cidadãos suam a camisa, fazem planos e projetos para crescer, e o governo parece estar perdido.

            Vivemos infelizmente um tempo em que enquanto o povo luta diariamente para levar o Estado adiante, o governo historicamente fica na zona de conforto de pouco ou nada fazer. Temos no Piauí um estado onde a marca mais importante da gestão é o improviso.

            Em contraponto a este estado do improviso, queremos ver o Piauí um estado vencedor. O que nos inspira para tanto é a Batalha do Jenipapo. Nessa luta perdemos vidas, mas o nosso espírito vencedor não foi derrotado. É esse espírito que agora nos move: o de vencer, o de trabalhar para que o Piauí avance.

            A batalha do Piauí de agora é para dispor de melhores serviços de saúde e educação; é batalha para que o estado disponha de melhores estradas, de energia e de comunicações - fundamentais para o desenvolvimento. O esforço dos piauienses e, portanto, a minha bandeira, é a do trabalho, do progresso social e econômico.

            Hoje são decorridos quase dois séculos da Batalha do Jenipapo, que nos ensinou a importância de lutar. Se aprendemos a importância de vencer pela luta e pelo trabalho, devemos seguir em frente, sempre buscando construir um Piauí vencedor.

            Viva o Piauí! Vivam os que lutaram na Batalha do Jenipapo! Vivam os que hoje batalham todos os dias para construir o Piauí do presente e preparar o Piauí do futuro, vencedor e consciente de seu papel no Brasil.

            Muito obrigado!