Pela Liderança durante a 31ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem à memória intelectual e à carreira política de Ronaldo Cunha Lima, falecido em 7 de julho de 2012.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à memória intelectual e à carreira política de Ronaldo Cunha Lima, falecido em 7 de julho de 2012.
Publicação
Publicação no DSF de 19/03/2013 - Página 10842
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, RONALDO CUNHA LIMA, EX SENADOR, ESTADO DA PARAIBA (PB), COMENTARIO, RELAÇÃO, ORADOR, EX-CONGRESSISTA, ELOGIO, VIDA PUBLICA.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pela liderança. Sem revisão do orador.) - Prezado Presidente, Senador Cícero Lucena; Exmº Sr. Senador Cássio Cunha Lima, filho do homenageado; signatário da presente sessão, Senador Vital do Rêgo; Senador Ivandro Cunha Lima, no período de 77 a 83, irmão do homenageado; Vice-Governador da Paraíba e representante do Governador Ricardo Vieira Coutinho, Sr. Rômulo José Gouveia; Prefeito do Município de Campina Grande, Sr. Romero Rodrigues; Srª Glória e familiares de Ronaldo Cunha Lima, avaliei como importante que também aqui estivesse me pronunciando, em nome do Partido dos Trabalhadores e em meu próprio, prestando esta homenagem ao Senador Ronaldo Cunha Lima, com quem tive uma excelente convivência; muitas vezes agimos juntos da forma mais construtiva. Inclusive, algumas vezes tivemos contribuições mútuas para diversos episódios.

            Cada Senador aqui lembrou um episódio de sua vida. Eu vou lembrar um pequeno episódio, mas significativo.

            Eu morava no mesmo edifício, na 309, e muitas vezes o via andar a pé e caminhávamos juntos em certas ocasiões. Mas, houve um determinado momento, no Governo Fernando Henrique Cardoso, em que aconteceu uma greve na Empresa de Correios e Telégrafos. Os trabalhadores queriam propor à direção da empresa um entendimento, segundo o qual, pelos dias parados, eles dariam uma contribuição extraordinária, para daí se chegar a um entendimento.

            Entretanto, a Direção da Empresa de Correios e Telégrafos não queria saber de recebê-los. E os servidores da Empresa de Correios e Telégrafos foram à casa do Ministro Sérgio Motta, em São Paulo, e procuraram cercá-lo. Eu fui chamado para ir até lá e sugeri a eles que deixassem de realizar aquela manifestação, que estava preocupando a família do Ministro Sérgio Motta, e eles deixaram.

            Daí, eu e o Senador Ronaldo Cunha Lima, a pedido dos funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos, fomos até a Direção da ECT, aqui em Brasília, mas não fomos recebidos. Então, resolvemos ir ao gabinete do Ministro Sérgio Motta, mas eis que o Ministro Sérgio Motta não nos recebeu. E eu sempre tive um bom relacionamento com ele, desde os meus tempos de estudante. Afinal de contas, de 1963 para 64, eu era presidente do Centro Acadêmico Administração de Empresa da GV, e ele era presidente do Diretório da FEI, e ele disse: “Olha, lá na GV, há um bom estudante que poderia ser o vice-presidente da UEE”. Isso, depois que foram proibidas a UNE, a UEE, pela Lei Suplicy de Lacerda. E nós formamos a primeira direção da UEE-SP, União de Estudantes do Estado de São Paulo, mas não prevista, não aprovada por lei. E quem organizou tudo aquilo foi o Sérgio Motta.

            Então, desde aquela época, eu já convivia com ele e tínhamos uma ótima relação. Mas, naquele dia, ele ficou bravo comigo e com o Senador Ronaldo Cunha Lima. Nós fomos até lá e, na hora em que tentamos falar com ele, ele fechou a porta do elevador e nem nos deu com a mão, para cumprimentar dois Senadores que queriam dialogar.

            Viemos aqui, conversamos com o Presidente Antônio Carlos Magalhães, que procurou dizer ao Ministro Sérgio Motta que era adequado e respeitoso receber dois Senadores como Cunha Lima e eu. Depois, ele deu algumas explicações. Não foram das mais satisfatórias. E até disse que quem tinha fechado a porta tinha sido o ascensorista. Naquele estilo do Sérgio Motta.

            Mas, desde pequenas ações como essa com o seu pai, eu sempre tive uma interação de respeito e de construção.

            E quero aqui também dizer que, ainda ontem, estava em um edifício e fui levar um sanduíche para o zelador do prédio, que me disse: “Puxa vida, sou lá da Paraíba e.o senhor sabe que lá nós lembramos sempre daquele Governador, Senador Ronaldo Cunha Lima. Na hora em que ele falava nos comícios, todos paravam. Ele tinha uma capacidade de dizer as coisas, com canções e com poemas, que todos paravam para ouvi-lo”.

            Então, queria transmitir essa lembrança de um paraibano que trabalha em São Paulo já há anos, mas que tem em seu pai uma memória tão viva quanto essa.

            Minha homenagem ao Senador Ronaldo Cunha Lima.

            Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/03/2013 - Página 10842