Discurso durante a 31ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem à memória intelectual e à carreira política de Ronaldo Cunha Lima, falecido em 7 de julho de 2012.

Autor
Cícero Lucena (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PB)
Nome completo: Cícero de Lucena Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à memória intelectual e à carreira política de Ronaldo Cunha Lima, falecido em 7 de julho de 2012.
Publicação
Publicação no DSF de 19/03/2013 - Página 10850
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, RONALDO CUNHA LIMA, EX SENADOR, ESTADO DA PARAIBA (PB), COMENTARIO, ELOGIO, VIDA PUBLICA, ENFASE, ATENÇÃO, POPULAÇÃO, REGIÃO NORDESTE, ATUAÇÃO, ESCRITOR.

            O SR. CÍCERO LUCENA (Bloco/PSDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Pedi a todos que fossem breves, para que eu pudesse desobedecer a um dos ensinamentos citados pelo poeta, quando dizia que discurso bom é como vestido de mulher: quanto mais curto melhor.

            Sr. Presidente, Cássio Cunha Lima, Srªs e Srs. Senadores, permitam-me, todos aqui presentes, que nos assistem, cumprimentar todos em seu nome, Glória. Para mim, é motivo de muita alegria e de satisfação estar presente, participando desta belíssima homenagem, justa, ao nosso querido poeta.

            Hoje, o Senado Federal, com muito acerto, promove uma homenagem especial ao ex-Senador Ronaldo Cunha Lima, no exato dia em que ele completaria 77 anos. A coincidência nos remete, inevitavelmente, à constatação de que, se Ronaldo, fisicamente, há oito meses nos deixou, ele está cada vez mais presente pelo exemplo de sua vida e pela força da sua história. Uma história suficientemente densa, para não passar despercebida a quem tenha ao menos o conhecido.

            Esta homenagem é ainda mais expressiva por outra coincidência, que é amarga, a de realizar-se no mesmo dia do relançamento do livro Eu e Outras Poesias, de Augusto dos Anjos. Um poeta com o qual Ronaldo se identificava tão profundamente que a homenagem a um pode ser estendida como homenagem também ao outro.

            Nos anos 70, Ronaldo ganhou prêmio nacional, respondendo sobre Augusto dos Anjos e seu livro, consagrado no programa de J. Silvestre “O céu é o limite”, da extinta TV Tupi.

            Nos anos 80, novo prêmio nacional com o mesmo tema e o mesmo livro, no “Sem Limite”, de Luiz Armando Queiroz, da TV Manchete. O livro, Ronaldo praticamente memorizou por inteiro, e, por consenso, foi reconhecido como o maior especialista em Augusto dos Anjos na literatura brasileira.

            Ronaldo Cunha Lima, ex-integrante da Mesa Diretora do Senado durante todo o seu mandato nesta Casa, ocupou pelas urnas todos os cargos eletivos do Brasil, com a única exceção da Presidência da República: Vereador, duas vezes Prefeito, Deputado Estadual, Deputado Federal, Governador e Senador. Poeta de mais de 15 livros do lirismo mais envolvente.

            Assim foi Ronaldo Cunha Lima, ou simplesmente Ronaldo, como todos o conheciam e como todos o chamavam.

            Ao morrer, em meados do ano passado, Ronaldo, que estava há 18 anos longe de qualquer cargo executivo, sem caneta e sem poder, estava há 13 anos em função da doença, em cadeira de rodas, e há cinco anos sem mandato. O seu velório e sepultamento, no entanto, comoveram um Estado inteiro, provocaram o decreto de luto oficial no Estado e em dezenas de Municípios e paralisaram toda a cidade de Campina Grande, como a proclamar o que hoje é consenso em nosso Estado: Ronaldo foi a maior liderança política da nossa história e uma lição permanente a todos os homens públicos de que ser temido não significa ser amado; impor o medo não significa granjear respeito.

            Mais ainda, aprendemos com a sua vida o que a sua morte ratificou e consagrou: para ser respeitado, ninguém precisa ser distante. No governo ou no Senado, na Prefeitura de Campina Grande, na Câmara dos Deputados, quem dos mais anônimos e mais humildes campinenses chamava o poeta de governador ou de doutor? Era Ronaldo. Apenas Ronaldo.

            O menino pobre que saltara de um trem, vindo de sua Guarabira natal “de mala velha na mão, o futuro lhe esperando, os sonhos no coração”, como registrou em seu poema. Era apenas o Ronaldo dos becos da noite, das esquinas da madrugada, das muitas ruas que lhe serviam de poemas, das encruzilhadas várias que lhe acrescentaram experiência de vida ou que ensinaram novos causos do cotidiano.

            Era apenas o Ronaldo. O Ronaldo dos júris incontáveis, que vencia com o mesmo talento com que proferia em versos discursos inteiros. Simplesmente, Ronaldo. Assim mesmo, sem título, sem adjetivos; assim chamado nos palácios; assim saudado nas ruas, nas feiras, nas vielas, nos botecos, na pompa das grandes solenidades ou no anonimato das noites mais despojadas. Ronaldo.

            Ronaldo jamais precisou de títulos, sequer de sobrenome, pois a seu nome a Paraíba, de há muito, já unira seu coração e sua alma, seu entusiasmo e sua emoção, numa cumplicidade só permitida nas grandes e mais indissolúveis paixões, que sequer a morte desfaz. Foi com essa união indissolúvel de coração e de sentimento que o povo simples da Paraíba foi reencontrar seu líder, já morto, no mais amplo espaço público que a Campina Grande dos grandes eventos conseguiu abrir: a pirâmide do Parque do Povo, idealizado e construído por ele próprio para sediar o que o Brasil veio a conhecer e celebrar como o maior São João do mundo.

            Ofereceram aos familiares para o velório o Palácio Municipal e a Câmara de Vereadores, onde também já estivera pelo voto popular, além da própria pirâmide, principal área de eventos de Campina.

            A família, por algum tempo, até temera a amplidão do Parque do Povo, mas essa era uma exigência dos campinenses, que, conhecendo como poucos a alma de Ronaldo, sabia que junto do seu povo é que ele melhor se sentiria para a última grande passeata em Campina. Não era no Parque do Povo, afinal, que se faziam os grandes comícios de encerramento de suas campanhas? Que maior simbolismo, afinal, prestar a última homenagem, iniciar a última passeata no Parque do Povo, no momento em que ele deixou a vida para virar saudade?

            A pirâmide ainda guardava a decoração festiva do São João do ano passado, mas o que lá se viu e se viveu poucos, raríssimos terão a oportunidade de vivenciar, sequer de testemunhar, tantas as lágrimas, tanta a emoção que transbordava dos corações com a sinceridade mais autêntica e a espontaneidade mais verdadeira.

            Senhoras e Senhores, eu vi, Senador Requião, eu vi sertanejos de pele curtida ao sol, de mãos calejadas na dureza da labuta diária se desmanchar em lágrimas ao acariciar a face de um cadáver. Eu vi. Eu vi líderes populares curtidos em anos em emoções descontrolados em choro convulsivo. Eu vi feirantes e populares testemunharem sem que ele pedisse: “Ele sempre me deu valor, sempre me recebia com um sorriso”. Eu vi funcionários públicos, às vésperas da aposentadoria, relatarem que ele lhes dera o mais importante de suas vidas: o respeito. Eu vi a paciência de figuras já curvadas pelos anos a se agarrarem às grades de proteção com uma força que só o coração lhes emprestava recusando-se a sair antes de tocar o corpo que jazia à sua frente e, ao consegui-lo, se desfazerem em lágrimas como se fosse apenas pranto. Eu vi. Eu vi um cortejo fúnebre chegar a Campina Grande já tarde da noite e debaixo de chuva e, mesmo no escuro e na chuva, eu vi gente à margem da estrada aplaudindo um caixão que passava com um morto que nem era seu, embora fosse de todos. Eu vi a madrugada do Parque do Povo fervilhar de gente, como nos comícios de encerramento de suas campanhas, gente que trazia camisa de antigas disputas, fotos e símbolos de passadas campanhas, com penhores vivos de sua própria saudade. A diferença é que agora eles choravam. Eu vi um cortejo que avançou a pé mais de 2 quilômetros, também debaixo de chuva, até o cemitério. Mas aqui também, como nos seus mais festivos dias de campanha, eram mais de 2 quilômetros de gente e de emoção. Eu vi nesse percurso casas, muitas casas, com longas faixas pretas anunciando luto em grandes letras. As faixas ostentavam fotos antigas de Ronaldo que a eles pertenciam. Eu vi, Cássio, a velhinha quase octogenária que se espremia à porta do cemitério, a rosa branca à mão, esperando você para lhe entregar com a dedicatória: “Esta rosa eu mesma a colhi e é para botar no túmulo de Ronaldo”.

            E por que tanto me estendo no testemunho dessa última passeata de Ronaldo quando poderia falar muito mais sobre sua obra administrativa e seu legado político? Porque aquele foi o mais sincero e desinteressado, o mais verdadeiro e gratuito tributo do seu tempo. Ronaldo colhia em gratidão o que plantara com generosidade, recolhia em respeito o que semeara em bondade. Ali não havia interesses, apenas reconhecimento. Não havia bajuladores, apenas admiradores. Nem pedido, apenas prece. Para tais distinções se conhecem os grandes, os raros e os únicos - como Ronaldo.

            Todos os governadores da Paraíba ainda vivos lá estiveram; todos os ex-prefeitos de Campina Grande ainda vivos também lá estiveram; aliados ou não, adversários ou não, pois o poeta Ronaldo, mais do que nunca, situava-se como referência suprapartidária, a ponto de se transformar em convergência de um Estado às vezes até maniqueísta e quase sempre dividido.

            Não se busque apenas em sua obra a explicação para tanto carinho e reconhecimento, por mais expressivo que seja o seu legado. Foi governador por apenas pouco mais de três anos, mas plantou marcos inesquecíveis na Administração Pública do meu Estado. Ainda nos anos 90 do século passado, garantiu pela primeira vez na Paraíba vaga para todas as crianças na escola, com merenda, material escolar e fardamento. Conquistas que hoje, felizmente, parecem até banais, mas tão remotas quanto o próprio governo de Ronaldo.

            Resgatou seis meses de salários que encontrou atrasados. Reabriu o Banco do Estado. Reconstruiu e saneou financeiramente o Estado, renegociando débitos, pondo fim a uma inadimplência de anos, sem contribuir com um centavo que fosse do empréstimo para a monumental e sufocante dívida consolidada do Estado. Abriu estradas, multiplicou escolas, massificou as creches - creches essas que, ao seu lado, Glória, chamou e transformou verdadeiramente em ninhos de amor e antecipou a educação infantil. Ao assumir o governo, quando lhe perguntaram se demitiria servidores, ensinou, já naquela época, que demitir em época de crise é aumentar a própria crise.

            Sobretudo, Ronaldo exerceu o poder sem perseguir e sem discriminar, sem retalhar e sem constranger adversários de quaisquer matizes. Até o seu motorista, já na Prefeitura, era o mesmo que servira ao prefeito anterior, um dos seus mais ferrenhos opositores, que depois virou seu aliado.

            Assumiu o governo com a humildade de se declarar apenas porta-voz dos anseios de mudança do seu povo, quando era, acima de tudo, estuário de sonhos e esperança de uma geração inteira.

            Ganhara uma eleição que só os poetas e loucos imaginavam possível. E um intelectual de Campina Grande, ao meio do velório, perguntou: “O que seria do mundo sem os poetas e os loucos?”. E ele mesmo afirmou: “E Ronaldo era os dois”.

            Sou testemunha viva e participei dessa proeza, pois foi Ronaldo que me trouxe à vida pública, como candidato a vice-governador de sua chapa. Quantas vezes o carro da nossa campanha parava por falta de combustível. Quantas vezes as próprias equipes da campanha tinham que se cotizar para cobrir a diária de um hotel na beira da estrada, no interior.

            Uma coisa, no entanto, foi admirável. Sem estrutura, sem apoio de governo, sem apoio de prefeituras e lideranças, Ronaldo ganhou em todos os Municípios onde os poucos recursos lhe permitiram ir, e ganhou as multidões com seus discursos em versos, com improviso rimado, com sensibilidade nas palavras, com o coração escancarado, com a alma exposta, com a firmeza da sua crença, com a força do seu sonho e a capacidade inigualável de convencer e emocionar.

            E, como seu vice, eu posso testemunhar, e o faço com orgulho e alegria, por absoluta exigência de justiça e da verdade que poucos, muito poucos, raríssimos vices neste País terão tido tanto respeito pessoal e político como recebi do poeta, do irmão Ronaldo Cunha Lima como governador.

            O especialíssimo tratamento funcional que me dispensou sempre me deixou comovido, pela raridade, e orgulhoso, pela sua intensidade. Mas o que de fato me deixou e me deixa feliz, singularmente feliz, foi ter merecido de Ronaldo a distinção da sua amizade, irmandade e o privilégio de conhecer e perscrutar a sua alma e o seu coração, cujas grandezas dificilmente se encontram iguais. Ronaldo foi, durante a vida inteira, o poeta de memórias inigualáveis e de presença de espírito insuperável, o poeta de sorriso absoluto, franco, pois nele, ao mesmo tempo, sorria o corpo, o coração e a alma.

            Na agonia de meses que antecederam a sua morte, mesmo quando já não conseguia falar, a todos recebia com um sorriso. E quando pôde falar, ensinou à cantora Elba Ramalho, que lhe sugeria parar de fumar: “A vida se mede pela largura e não pelo comprimento”.

            Ronaldo foi largo como a própria generosidade. E foi leal como a própria amizade. Quem mais que ele foi tão leal a princípios e pessoas?

            Na difícil campanha do primeiro turno para o governo em 1990, quando apenas 15 dos 222 prefeitos do Estado o apoiavam - incluindo você, Cássio, como Prefeito de Campina Grande -, um prefeito do brejo resolvera aderir à sua candidatura. Preparou uma festa no limite da disponibilidade da estrutura da campanha para celebrar a primeira adesão de peso que recebera em todo o processo eleitoral, uma adesão da qual se esperava impacto suficiente para provocar outras.

            A festa só durou até a chegada de Ronaldo ao palanque, onde não estava um amigo sem votos, sem nome, sem recursos, mas que estivera com ele desde o primeiro instante. O prefeito e novo aliado vetara a presença do amigo de primeira hora. Contra a opinião da assessoria e de toda a campanha, Ronaldo agradeceu o apoio, mas retirou-se do palanque e foi para a casa do amigo, de onde viu o prefeito mandar rasgar todos os cartazes colados apenas horas antes.

            Na campanha para o Senado de 94, o TSE cassara o Senador e então candidato Humberto Lucena pela confecção de calendários, não faltaram candidatos a procurar Ronaldo para a dobradinha informal. Ronaldo não apenas recusou o acordo como as muitas compensações prometidas, foi para Campina Grande e dirigiu a seu povo a mensagem que, até hoje, quem teve a oportunidade ainda se lembra, abro aspas: “Campinense, se você tiver em sua casa um único voto, eu peço que dê esse voto a Humberto Lucena, que é um orgulho de toda a Paraíba.”

            Humberto reelegeu-se e, íntegro como sempre se manteve, morreu sem esconder de ninguém que devia a recondução ao Senado à solidariedade, à lealdade do poeta Ronaldo Cunha Lima. O poeta, como a Paraíba, o reverenciou; exerceu o poder sem se deixar por ele contaminar ou mudar.

            Depois da acirrada campanha eleitoral de 90, disputada sob o signo da mudança, garantia a um amigo: “A Paraíba vai mudar; eu não”. Passou pelo poder e não mudou. Passou por quase todos os cargos eletivos e não enriqueceu. E num tempo de fortunas que se constroem ou se multiplicam com a velocidade das células, Ronaldo, Vereador, Deputado, Prefeito, Governador, Senador e Deputado Federal, promotor aposentado, morreu como o mesmo homem de classe média, cujo patrimônio eram um apartamento em João Pessoa e uma velha casa em Campina Grande, que foram adquiridos como advogado, durante o período da cassação de seu mandato de Prefeito, na escuridão do AI-5, quando integrou as mais prestigiosas bancas de advocacia do Brasil.

            Quantas rádios ele teve? Quantas emissoras de TV ele controlou? Que jornais ele possuiu? Que empresas constituiu? O patrimônio maior de Ronaldo continuou único e intransferível: a honorabilidade pessoal que até os próprios adversários sempre reconheceram e respeitaram a sensibilidade social, que o fez certamente único. Poucos, na verdade, viraram manchete de jornal depois de tê-las gritado como jornaleiro nas ruas de sua infância. Cumpriu-se a profética antevisão de sua mãe, Dona Nenzinha, que um dia lhe injetara ânimo e infundira sonhos: “Hoje você grita manchetes, meu filho; amanhã, você será manchete”.

            Raros, como Ronaldo, exibem a experiência do garçom que a muitos serviu para, em seguida, chefiar o seu Estado e usar como marca “Governo a seu serviço”.

            Raríssimos, como Ronaldo, pode apresentar-se como o Executivo que permaneceu poeta e sonhador, visionário de sonhos coletivos, na utopia do desejável, mais até do que do possível. Mas a esse poeta e sonhador que Campina saiu às ruas para reverenciar. Ao contrário de outras vezes, dessa desfilava num caixão. Mas a cidade sentia, em sua própria emoção, que os poetas não morrem, como escrevera você, Cássio, ao comunicar o descanso do velho poeta.

            Campina, enfim, mostrava todo o seu orgulho pelo passado de Ronaldo e pela sua história comoventemente, arrebatadora, do menino pobre que, na vida, arquivou a velha mala da chegada à estação, mas não se desfizera dos sonhos que ela continha, muito menos do despojamento que ela simbolizava.

            A toda hora, Campina repetia com lágrimas ou aplausos todo esse reconhecimento. Já na entrada da cidade, fim de noite, quando o cortejo fúnebre parou ante a estátua dos pioneiros de Campina, às margens do açude velho, aplausos, muitos aplausos acordaram a madrugada daquela cidade, como nas tardes festivas das campanhas em que Ronaldo e os campinenses lá estavam para abraçar o emblemático cartão postal campinense: o açude velho.

            Com todas essas manifestações de respeito, gratidão, de cumplicidade e amor, Campina não só respeitou nem respeitará por certo um dos seus últimos desejos expressos na derradeira estrofe que articulou: “Quando eu for para a eternidade, onde apenas Deus me alcança, não penso virar saudade, já me basta ser lembrança.”

            O homem a quem já bastava ser lembrança virou saudade profunda, profunda saudade, que dói como chaga aberta na alma. Mas também virou orgulho. Profundo orgulho, que anima, entusiasma e guia. A quem nunca se poderá dizer adeus, pois os poetas não morrem. Ronaldo foi ser poeta para sempre! Bendito Ronaldo!

            Obrigado. E que Deus proteja a todos. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/03/2013 - Página 10850