Pronunciamento de Eduardo Lopes em 19/03/2013
Comunicação inadiável durante a 32ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Manifestação favorável à decisão liminar da Ministra Cármen Lúcia, do STF, que suspende a aplicação de dispositivos da lei que define a redistribuição dos royalties do petróleo; e outro assunto.
- Autor
- Eduardo Lopes (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
- Nome completo: Eduardo Benedito Lopes
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Comunicação inadiável
- Resumo por assunto
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CALAMIDADE PUBLICA.
POLITICA ENERGETICA.:
- Manifestação favorável à decisão liminar da Ministra Cármen Lúcia, do STF, que suspende a aplicação de dispositivos da lei que define a redistribuição dos royalties do petróleo; e outro assunto.
- Publicação
- Publicação no DSF de 20/03/2013 - Página 11289
- Assunto
- Outros > CALAMIDADE PUBLICA. POLITICA ENERGETICA.
- Indexação
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- REGISTRO, SOLIDARIEDADE, REFERENCIA, POPULAÇÃO, MUNICIPIO, PETROPOLIS (RJ), TERESOPOLIS (RJ), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), MOTIVO, SITUAÇÃO, CALAMIDADE PUBLICA, FATO, AUMENTO, CHUVA.
- REGISTRO, APOIO, DECISÃO, MINISTRO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), REFERENCIA, DISTRIBUIÇÃO, ROYALTIES, PETROLEO, MOTIVO, DEFESA, CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
O SR. EDUARDO LOPES (Bloco/PRB - RJ. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, obrigado.
Eu quero cumprimentar todos que acompanham esta sessão.
Antes de mais nada, eu queria me solidarizar com o povo da cidade de Petrópolis, onde, infelizmente, mais uma vez, tivemos ali uma tragédia devido às chuvas. Infelizmente, por um lado, mas, por outro lado, sempre aqui chamamos a atenção para a prevenção, para a precaução, para que isso não possa acontecer.
Em 2011, a cidade foi palco da maior tragédia brasileira, quando tivemos 916 mortos. Agora, temos notícias de que já chega a 21 o número de mortos dessas últimas chuvas.
Então, solidarizo-me com as famílias. Infelizmente, nada vai trazer os familiares de volta, mas solidarizo-me com as famílias dos mortos da cidade de Teresópolis. Da mesma forma, como fizeram os que me antecederam, solidarizo-me com o Senador Randolfe, com o Senador Capiberibe, quanto à investigação, para que tudo possa ser esclarecido.
Mas, o que me traz aqui, para fazer esta comunicação inadiável, é falar a respeito da decisão que foi tomada pela Ministra Cármen Lúcia, ontem, em relação à distribuição dos royalties.
Quero lembrar que, na fábula A Nova Roupa do Rei, de Hans Christian Andersen, a vaidade do monarca o leva a contratar falso artesão, que lhe promete uma roupa mágica, linda e, sobretudo, cara, que apenas os mais sábios poderiam ver. O máximo que a cobiça por ostentação poderia oferecer. Colocada a vestimenta, por ninguém vista, pois ela não existia, os elogios foram unânimes, uma vez que aos súditos e muito menos ao rei convinha parecerem pouco inteligentes.
Durante o cortejo que se seguiu, a admiração foi total, mas eis que, do meio da multidão, um jovem grita, inadvertidamente: “O rei está nu.” Passado um instante de perplexidade, os ares de erudição são retomados, e a festa prossegue. Ao rei convinha manter a postura de sábio; e aos súditos, colher os frutos disso.
Isso é mais ou menos o que se passa no Congresso Nacional com a imposição de se estender a distribuição dos royalties do petróleo aos Estados não produtores.
Para alento das consciências e para dar manto de virtude a uma atrocidade contra os Estados produtores, montou-se um espetáculo no qual os personagens se revezam na afirmação da legalidade e da justiça da medida.
O grito da minoria, em meio à festiva multidão, é ignorado. Mas eis que agora se levanta um brado vigoroso do outro lado da praça, da sede do Supremo Tribunal Federal, a denunciar: “O rei está nu.”
O rei está nu, Sr. Presidente!
A lona cai e, diferentemente do que se dá na fábula, espero que, em vez de esta Casa prosseguir sua marcha como se nada ocorresse de anormal, a maioria ceda à necessidade de uma postura política, democrática e sensata, que cubra a nudez constrangida da ganância indisfarçada. Que de agora em diante reine a humildade necessária à admissão do erro, a inteligência e a sabedoria, indispensáveis para encontrarmos, juntos, uma solução reparadora.
Quero também dizer - e faço isto como comunicação inadiável - que, logo após a Ordem do Dia, voltarei aqui, aprofundando mais a respeito desse assunto tão importante, que várias vezes temos defendido na tribuna. Aqui continuaremos sempre na defesa do Estado do Rio de Janeiro e também em favor, é claro, do Estado do Espírito Santo.
Era o que tinha a dizer.
Obrigado, Sr. Presidente.