Pronunciamento de Eduardo Lopes em 20/03/2013
Comunicação inadiável durante a 33ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Lamento pela recente tragédia ocasionada pelas chuvas em Petrópolis-RJ.
- Autor
- Eduardo Lopes (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
- Nome completo: Eduardo Benedito Lopes
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Comunicação inadiável
- Resumo por assunto
-
Outros:
- Lamento pela recente tragédia ocasionada pelas chuvas em Petrópolis-RJ.
- Publicação
- Publicação no DSF de 21/03/2013 - Página 11543
- Assunto
- Outros
O SR. EDUARDO LOPES (Bloco/PRB - RJ. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente.
Neste momento, eu quero, já com a emoção à flor da pele - todos aqui já citaram ou já ouviram a respeito da situação de Petrópolis, no Estado de Rio de Janeiro -, de forma emocionada, trazer à memória verdadeiros heróis dessa tragédia.
Se, de um lado, temos a seca, como disse o Senador, nós temos, de outro lado, muito chuva, ou seja, tanto falta de água como muita água trazendo tragédias.
E, na questão de Petrópolis, eu acredito no seguinte: quando se pensa na perda de um filho, qual é o pai, qual é a mãe que sente a dor e quer passar por isso? Assim também é comigo. Não é diferente.
Mas, na cidade de Petrópolis, na nossa região serrana, aconteceu, mais uma vez, essa tragédia. Já estamos beirando 30 mortos e a previsão de chuva para todo o mês de março deste ano, em Petrópolis, era de 270 milímetros - a previsão para todo o mês de março na cidade de Petrópolis era de 270 milímetros. Em algumas áreas, como no bairro Quitandinha, entre o domingo e a segunda-feira, dia 18, foi registrado um acúmulo de 390 milímetros. Quer dizer, em praticamente 24 horas. Em apenas dois dias, choveu mais que o esperado para todo o mês.
Todas são vidas preciosas, mas enterrar um filho, ao meu sentir, transgride a ordem natural da existência humana e, também por isso, causa agravo quase insuportável ao sofrimento pela morte de um familiar.
É a frustração de sonhos, da perpetuação de nossa passagem pelo mundo e a interrupção permanente, violenta e inesperada de uma doce convivência.
Em 2011, em Petrópolis e em outras seis cidades da região serrana, abateu-se a mesma tragédia, quando 916 pessoas morreram.
Antes mesmo de os petropolitanos se recuperarem do que ocorreu naquele tenebroso janeiro, outra vez a chuva provoca estragos na Cidade Imperial. Mesmo assim, Petrópolis contabiliza quase 1.500 desalojados e desabrigados.
Por isso, quero apenas que seja consignado aqui o meu voto de solidariedade a todos os petropolitanos. Mas também quero deixar registrado, nos Anais do Senado Federal, o nome de verdadeiros herois que sucumbiram nesta tragédia.
O primeiro: Paulo Roberto Alves Freitas.
Em meio à tempestade que se abateu sobre a cidade, Paulo Roberto, um ambulante de 42 anos, se armou de uma enxada e partiu em socorro dos vizinhos.
Foi a última vez em que foi visto com vida!
Ele foi soterrado por um desmoronamento que carregou quatro casas no bairro da Boca do Mato. Deixou a viúva Francisca e também quatro filhos.
Como Paulo Roberto, também o jardineiro Nilton Pereira Fonseca deu a sua vida para socorrer outras.
A sua atuação salvadora nos temporais era tão rotineira que ele era chamado, carinhosamente, de “tenente” Fonseca, mas era um simples jardineiro.
Registro ainda, o nome dos dois agentes da Defesa Civil que morreram no cumprimento do dever: Fernando Fernandes Lima e Paulo Roberto Filgueiras.
A esses heróis o nosso reconhecimento e a nossa gratidão.
(Soa a campainha.)
O SR. EDUARDO LOPES (Bloco/PRB - RJ) - Que em meio ao sofrimento imposto às suas famílias pelas prematuras mortes, haja espaço para orgulharem-se da bravura e do amor ao próximo por eles demonstrado.
Que Deus os abençoe e conforte os seus familiares.