Pela Liderança durante a 42ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao Governo Federal pela criação da Hidrobrás.

Autor
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SP)
Nome completo: Aloysio Nunes Ferreira Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Críticas ao Governo Federal pela criação da Hidrobrás.
Publicação
Publicação no DSF de 05/04/2013 - Página 15599
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • CRITICA, CRIAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, EMPRESA ESTATAL, OBJETIVO, ADMINISTRAÇÃO, PORTOS, HIDROVIA, ECLUSA, DEFESA, ORADOR, AUSENCIA, NECESSIDADE, FUNDAÇÃO, MOTIVO, EXISTENCIA, ORGÃO PUBLICO, ATIVAÇÃO, SETOR, MINISTERIO DOS TRANSPORTES (MTR), AGENCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIARIOS (ANTAQ), DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DOS TRANSPORTES (DNIT), DESAPROVAÇÃO, EXCESSO, EMPRESA, GOVERNO, LIDERANÇA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

            O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco/PSDB - SP. Como Líder. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, os jornais hoje anunciam que será criada mais uma estatal pela gestão petista. Aleluia! A empresa, que se chamará Hidrobrás, terá por finalidade cuidar dos nossos portos fluviais, hidrovias e eclusas.

            Sr. Presidente, talvez seja mau trocadilho, mas criar uma nova empresa estatal para cuidar de hidrovias é chover no molhado. Por quê? Porque já existem órgãos públicos federais que tratam desse assunto ou deveriam tratar desse assunto. É o Ministério dos Transportes, para começar; é a Antaq, a agência reguladora de transportes aquaviários; e o Dnit, que é autarquia. Já temos, portanto, três órgãos para cuidar de hidrovias, portos e eclusas.

            Desse modo, não é por falta de estruturas administrativas que nós temos, ainda hoje, no Brasil, a marca acabrunhante de apenas 10% do total da movimentação de cargas ser feita pela via mais barata, mais amigável em relação ao meio ambiente, que é a hidrovia; ficando 60% das nossas cargas entregues aos caminhões.

            Então, não é por falta de órgãos administrativos que as hidrovias não saem do papel.

            Não é também por falta de dinheiro. Nos últimos dois anos, Sr. Presidente, o Orçamento-Geral da União, votado pelo Congresso Nacional, destinou R$837 milhões para hidrovias e portos. Sabe V. Exª quanto desses recursos foi efetivamente aplicado? Cerca de 40% - menos da metade dos recursos colocados à disposição desses três órgãos do Governo, para fazer as obras necessárias à utilização dessas hidrovias.

            E tampouco, Presidente, as coisas não acontecem por falta de prioridade. Todos sabem a importância que teria a conclusão da hidrovia Teles Pires-Tapajós, por exemplo, ou da famosa Araguaia-Tocantins, ou da Eclusa do Lajeado, no Rio Tocantins. Nenhuma das duas primeiras recebeu sequer um centavo do Governo Federal, do Governo Dilma, dos recursos destinados pelos Orçamentos de 2011 e de 2012. Já a eclusa do Lajeado, no Tocantins, não viu sequer a cor dos R$100 milhões reservados para o Dnit no ano passado.

            E, no entanto, agora, cria-se empresa pública para cuidar de hidrovias - mais uma empresa estatal. É uma mania, é obsessão do PT a criação de empresas estatais.

            Nós, no Brasil, vamos caminhar para 130 empresas estatais, que consomem uma fábula em dinheiro, algumas com bons resultados, outras com resultados absolutamente lamentáveis.

(Soa a campainha)

            O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco/PSDB - SP) - Permita-me, Sr. Presidente.

            É o caso das estatais criadas na gestão do PT. Foram criadas doze estatais. Todas elas, com exceção de uma, vivem dos recursos do Tesouro; são dependentes do Tesouro. A única exceção a essa regra é a Hemobrás, Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia. Esta consegue gerar alguma receita para cobrir os seus custos; as demais, zero de receita. Não geram nenhum tostão por meio de suas atividades.

            Entre outras, temos: Empresa de Pesquisa Energética; Empresa Brasileira de Comunicações; Empresa Pré-Sal Petróleo; Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares; Agência Brasileira Gestora de Fundos e Garantias; Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada; Amazônia Azul Tecnologia de Defesa.

            Há ainda outra, para a qual quero chamar atenção, que é comovente: a empresa criada para cuidar do legado esportivo, a Empresa Brasileira de Legado Esportivo, que foi criada pelo governo Lula para elaborar estudos relativos aos investimentos necessários para a realização das Olimpíadas. Essa empresa foi criada, gastou-se dinheiro para a sua instalação, foram pagos funcionários, e, agora, ela já foi colocada na lista das empresas a serem extintas. Assim como foi extinta, poucos meses depois de criada, a empresa para cuidar do trem bala.

            Aliás, ela foi aprovada aqui no Plenário do Senado por medida provisória. A Senadora Marta Suplicy fez discurso extraordinariamente vibrante, defendendo a criação dessa empresa, e, poucos meses depois, essa empresa desaparece para dar lugar á Empresa Brasileira de Logística, que foi criada para acomodar o Sr. Bernardo Figueiredo, cujo nome havia sido rejeitado pelo Senado para compor a diretoria da agência reguladora dos transportes.

            Enfim, esse é o panorama do Brasil, que um dos conselheiros da Presidenta da República - não meu conselheiro, mas dela -, o Sr. Gerdau, caracterizou como excesso de burrice, como delírio burocrático.

            E é isso o que está acontecendo. Criam-se empresas e mais empresas para desempenhar funções que deveriam estar sendo desempenhadas por órgãos já existentes, tendo como único resultado a criação de empregos para acomodar apaniguados e amigos do PT e de seus aliados.

            Para o povo brasileiro, nada! Só prejuízos!

            E, agora, virá a Hidrobrás. Tenho certeza de que será aprovada, aqui no plenário do Senado, pela maioria governista, que, com a docilidade bovina de sempre, vai aprovar a criação de mais uma empresa, talvez na esperança de ter alguns lugarzinhos a serem preenchidos pelos seus amigos.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/04/2013 - Página 15599