Pela Liderança durante a 46ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas à Federação Paraense de Futebol.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
CORRUPÇÃO, ESPORTE.:
  • Críticas à Federação Paraense de Futebol.
Publicação
Publicação no DSF de 10/04/2013 - Página 16564
Assunto
Outros > CORRUPÇÃO, ESPORTE.
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, FEDERAÇÃO, AMBITO REGIONAL, ESTADO DO PARA (PA), FUTEBOL, MOTIVO, CONFISSÃO, DIRIGENTE, DESVIO, RECURSOS, CONTRATAÇÃO, EMPRESA, AUSENCIA, LICITAÇÃO, RESULTADO, DEFICIT, RECEITA, TIME.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Srs. Senadores, Srª Senadora Vanessa, inicialmente quero saudar a presença, neste Parlamento, do Prefeito da minha querida cidade de Ourém, no nordeste do Pará, Prefeito Junior, bem como a do nobre Vereador Roberto, que ali se fazem presentes nesta sessão de hoje à tarde.

            É uma cidade próspera. São dois jovens que militam na política já há algum tempo, apesar da juventude.

            Parabéns! Sintam-se à vontade aqui, neste Senado Federal.

            Presidenta, sei - e sempre falo - que alguns devem ficar incomodados com a minha postura neste Senado. Minha postura de combate à corrupção, seja no meu Estado, seja neste País.

            A corrupção hoje nos leva quase R$80 bilhões. Ela se generalizou em todas as esferas, em todos os setores da sociedade brasileira. Ela está na economia, ela está no esporte. E eu, neste momento, combato a corrupção no esporte do meu Estado.

            Sei que o tema é polêmico, mas nós precisamos dar um basta, definitivamente, na corrupção no esporte do Estado do Pará. Basta! Basta de serem lesados, basta de serem roubados os grandes clubes do Pará - Remo, Paysandu e outros grandes clubes também do interior do Estado.

            Vejam, senhores e senhoras: o Pará produz uma das maiores rendas do futebol brasileiro. São milhões e milhões de reais deixados nos estádios, principalmente no clássico Remo versus Paissandu. E os clubes vivem numa miséria dramática para honrar as suas folhas de pagamento! Como é que pode?! Onde foram parar esses milhões? No bolso dos dirigentes da Federação Paraense de Futebol.

            Eu tenho aqui a mais incrível confissão de corrupção que eu já vi na minha história. Senhores e senhoras, brasileiros e brasileiras, pasmem! Pasmem! E quando eu ler isto aqui, tenho certeza de que os cabelos do meu braço vão se arrepiar!

            O dirigente Romano, da Federação Paraense de Futebol, confessa que roubou, Presidenta. A senhora já viu isso, Presidenta? Eu nunca tinha visto em lugar nenhum. Eu fiz uma acusação, Presidenta, referente ao dinheiro público, dizendo que esse senhor, chamado Romano, tirava do dinheiro público com que o Governo ajudava os clubes a comprarem as passagens aéreas. Ele montou uma empresa de passagens aéreas dentro da Federação e, quando o cheque do Governo ia para os clubes, ele descontava as passagens aéreas nos cheques e dava o restante da migalha para os clubes.

            Corrupção do dinheiro público, sem licitação, absolutamente sem nada! E, então, ele vem respondendo o meu pronunciamento da semana passada, confessando o crime. Ele disse assim - permita-me ler, Srª Presidente; é rápido - para o blogueiro que o entrevistou: “Zé, eu já falei; as passagens aéreas começaram a ser tiradas desde o primeiro dia do campeonato” - então, já confessou, dizendo que ele tira as passagens aéreas. E ele continua: “‘Estamos em abril e eu não recebi nenhum centavo”’ - torna a confirmar. “Já está num montante superior a R$300 mil” - tenho certeza de que é mais. “E o Governo ainda não repassou a verba dos contratos de passagens, hospedagens e alimentação”.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Eu não sabia que a corrupção também, além das passagens, atingia hospedagens e alimentação.

            Continua ele: “E, desde janeiro até hoje, não recebi nenhum tostão. E desses 300 mil empregados, não ganho 30 mil”.

            É rico o cara, pois 30 mil para ele e nada são a mesma coisa!

            Está muito cheio o teu bolso de dinheiro, Romano.

            Para ele, 30 mil... Ele está reclamando que só ganha 30 mil, Senadora.

            Já vou descer. Sei que hoje é um dia ruim, Senadora, porque, hoje à tarde, temos vários projetos, por isso, preferi falar logo. Porém, amanhã, vou fazer um amplo comentário.

            Sociedade paraense, esteja atenta, porque, amanhã, farei um amplo comentário em relação a essa confissão.

            “Eu ganho apenas” - e, aí, confessou o percentual da propina - “entre 8% e 10%. Não sou maluco não”.

            Maluco tu não és, mas ladrão tu és!

            As pessoas acham ruim eu chamar de “ladrão”, mas esse negócio de chamar de “corrupto” já está muito banal no País.

            Maluco ele não é, mas é um ladrão confesso.

            “Não sou maluco. Empregar dinheiro desde janeiro até abril para ganhar 30 mil? Zé, os clubes compram comigo...”

            Confessou tudo, senhores e senhoras!

            E continua: “... porque as agências não dão crédito a eles. Ninguém quer vender para os clubes” - ofendeu os clubes.

            Também vocês mataram os clubes, roubaram os clubes, trituraram os clubes. O nosso futebol está muito abaixo do de Fortaleza, de Goiás, de quase todo o Brasil, porque vocês roubaram o que quiseram dos clubes paraenses.

            Torcedores paraenses, torcedores do Remo, do Paysandu, torcedores do Águia, do Cametá, estou fazendo isso pela moralização do nosso futebol! Quero colocar o Sr. Romano na cadeia, torcedor.

            Vamos, agora, com uma comissão de Senadores, pedir ao Ministério Público a prisão do Sr. Romano por confessar os crimes, torcedor.

            Queremos isso: a melhoria e moralidade do futebol do nosso Estado. Qualidade nós temos, mas temos que tirar os ladrões de dentro da Federação.

            Muito obrigado, minha querida Presidenta.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/04/2013 - Página 16564