Comunicação inadiável durante a 46ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do recebimento do título Doutor honoris causa, na Inglaterra, pelo ex-Presidente Lula, pelo desenvolvimento de programas sociais em seu mandato; e outro assunto.

Autor
Inácio Arruda (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/CE)
Nome completo: Inácio Francisco de Assis Nunes Arruda
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO, POLITICA SOCIAL, CONCESSÃO HONORIFICA.:
  • Registro do recebimento do título Doutor honoris causa, na Inglaterra, pelo ex-Presidente Lula, pelo desenvolvimento de programas sociais em seu mandato; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 10/04/2013 - Página 16586
Assunto
Outros > PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO, POLITICA SOCIAL, CONCESSÃO HONORIFICA.
Indexação
  • REGISTRO, FATO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, BRASIL, RECEBIMENTO, CONCESSÃO HONORIFICA, LOCAL, PAIS ESTRANGEIRO, GRÃ-BRETANHA, MOTIVO, IMPLEMENTAÇÃO, POLITICAS PUBLICAS, OBJETIVO, REDUÇÃO, MISERIA, PAIS.

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva está na Inglaterra, onde recebe mais um título de doutor honoris causa, muito significativo pelo papel que o ex-Presidente desenvolveu com programas sociais capazes de tirar milhões de brasileiros da miséria.

            Por essa razão, os acadêmicos, os economistas mais renomados da Inglaterra houveram por bem destinar a Lula esse título tão importante, tão significativo.

            Lula foi recepcionado também pelo vocalista de uma das mais importantes bandas de roque do mundo, o irlandês Bono Vox, que pediu ao Presidente: “Presidente Lula, precisamos transformar os programas sociais que foram implantados no Brasil em programas mundiais”.

            Só assim temos condições de liquidar com a miséria que ainda vigora em importantes nações do continente africano, em grande parte da Ásia; que ainda vigora na América Latina e que atinge as periferias urbanas dos chamados países desenvolvidos, como a própria Inglaterra, Espanha, Itália, Portugal, esse mundo colonizador, esse mundo que praticou verdadeiras barbáries, destruindo nações inteiras, guerreando, soltando bombas, bombas atômicas, como fizeram os americanos no Japão.

            Os únicos que já lançaram bombas atômicas, e acusam os outros de terem armas de destruição em massa, sendo que eles foram os únicos que usaram armas de destruição em massa.

            Foi exatamente o Presidente Lula que pediu, na reunião das Nações Unidas, que, em vez de jogarem bombas, fizessem um programa mundial, amplo, de atendimento a bilhões de seres humanos que não têm direito a três refeições diárias.

            Sr. Presidente, às vezes, para que enxerguemos a importância, o papel de lideranças, de estadistas com peso mundial, precisamos que alguém diga isso lá de fora para nós; precisa que o Bono diga ao Brasil que essa liderança pode ajudar o mundo, que Lula pode percorrer os países, que o Brasil pode mostrar programas sociais importantes que deram certo, que resultaram no aumento da qualidade de vida do povo brasileiro e que o Brasil pode ser espelho para outras nações.

(Soa a campainha.)

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE) - Considero isso um ato muito importante, mas quero agregar, Sr. Presidente, que, colado com esse ato de reforçar o Presidente Lula na sua caminhada pelas nações, pedindo que se aplaque a miséria absoluta, devemos associar a luta que nós desenvolvemos no Brasil para garantir que nosso País se mantenha no rumo do desenvolvimento e de um crescimento adequado à nossa necessidade.

            Eu vejo o clamor midiático que ocorre agora, porque aumentou o preço do tomate, aumentou o preço de algumas hortaliças, de alguns alimentos, no Brasil principalmente, porque há mais gente comendo, mais gente disputando os tomates, as hortaliças, e estão propondo o remédio amargo de aumentar os juros de qualquer jeito.

(Soa a campainha.)

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE) - Há um clamor midiático dos jornalões, da velha mídia brasileira, no sentido de que tem que aumentar os juros de qualquer jeito.

            Pelo amor de Deus, já chega! Já chega! O Brasil não suporta mais a velha política de que só se contém inflação se for através de aumento de taxas de juros. Isso é inaceitável. Nós não podemos ficar calados, assistindo à pressão sobre o Banco Central e dizendo: “Cadê esse Banco Central? Não é independente, não? Não vai exercer a sua independência e aumentar a taxa de juros”?

            Sinceramente, que escárnio se vive no Brasil! Que é isso?! Nós não podemos aceitar isso. Um País que fez um programa social capaz de tirar milhões da miséria não pode aceitar que se dite à autoridade monetária que ela é obrigada a conter a inflação com taxas de juros elevadas.

(Soa a campainha.)

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE) - Não é possível, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que nós aceitemos isso calados aqui, porque taxas de juros altas, 0,2%, 0,25% de aumento de taxa de juros significa roubo em alta escala no bolso do povo brasileiro. São bilhões que se roubam de uma vez só. Enquanto se discute aqui batedores de carteira, aceita-se, calado, o assalto das taxas de juros no nosso País.

            Nós temos que denunciar. Isso, sim! Esse apelo midiático para assaltar o Brasil inteiro com taxas de juros elevadas para combater a inflação, nós não podemos aceitar de forma nenhuma

(Interrupção do som.)

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE) - Por isso, Sr. Presidente (Fora do microfone.), concluo meu pronunciamento fazendo este apelo, para que façamos uma campanha, uma campanha permanente no Congresso Nacional de não aceitar como única alternativa de controle de inflação a taxa de juros elevada. Vamos produzir mais, vamos plantar mais tomates, vamos aumentar a produção de tomates, em vez de aumentar a taxa de juros. Se eu elevar a taxa de juros, serão menos tomates, serão menos hortaliças, será menos colheita para o nosso povo.

            Por isso, Sr. Presidente, faço estes registros: primeiro, dessa boa notícia de que Bono se abraça com Lula para fazer uma campanha mundial pela erradicação da miséria. Segundo, de não aceitarmos essa política de aumentar a taxa de juros para combater a inflação.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/04/2013 - Página 16586