Discurso durante a 52ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao Sr. Ranulpho Paes de Barros, pelo centenário de seu nascimento.

Autor
Jayme Campos (DEM - Democratas/MT)
Nome completo: Jayme Veríssimo de Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao Sr. Ranulpho Paes de Barros, pelo centenário de seu nascimento.
Publicação
Publicação no DSF de 18/04/2013 - Página 19572
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, EX VEREADOR, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), ELOGIO, VIDA PUBLICA.

            O SR. JAYME CAMPOS (Bloco/DEM - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, serei muito rápido. Não vou ocupar nem cinco minutos, até porque há mais oradores.

            Mas eu não poderia deixar de falar, nesta oportunidade, de um ilustre homem público de Mato Grosso, professor emérito, vereador, exemplo de pai de família, cujo centenário se comemora na próxima sexta-feira: meu querido e saudoso Senador, Vereador, Professor Ranulpho Paes de Barros.

            Eu quero me dirigir a ele da seguinte maneira e aos familiares: uma sociedade nada mais é do que o espelho de seus indivíduos, a imagem refletida do passado sobre os ideais das novas gerações. Uma comunidade não é feita somente de tijolos e concreto armado, mas, sim, dos sonhos e da história de pioneiros que anteviram o futuro e cultivaram sentimentos, orgulho e cidadania.

            A memória é o farol pelo qual se guiam os jovens, a luz que os desvia das tormentas, o facho de lucidez que os faz navegar pelas ondas revoltas do imediatismo, da intolerância, sem colidir com os rochedos da imprudência.

            Digo isto, nobres Senadores, para reverenciar a memória de um grande mato-grossense: o Professor Ranulpho Paes de Barros, no momento em que se comemora o centenário de seu nascimento.

            Político de convicções firmes, líder aguerrido do velho PSD, militou ao lado de meu pai, Júlio Domingos, com heroica intransigência em defesa dos interesses do povo e da cultura cuiabana.

            Homem de letras, Ranulpho, pai de nosso estimado colega Senador Antero Paes de Barros, foi destacado jornalista e um entusiasta das práticas desportivas. Foi presidente do Mixto Esporte Clube por 36 anos, quando se alternava nas tarefas de diretor e técnico do time de futebol.

            Lembro-me bem de Ranulpho. Morava na Rua 24 de Outubro, em Cuiabá, próximo ao armazém de meu querido pai. Eles eram correligionários, Senador Paulo Paim, e amigos, uma amizade forjada na luta política. Ranulpho foi vereador e presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, e meu pai, prefeito da cidade de Várzea Grande pelo mesmo e glorioso PSD. Recordo-me com saudade daqueles tempos, quando a fidelidade era uma virtude inafiançável, a palavra tinha o peso da decisão, e os companheiros se moviam pela lealdade extrema.

            Prova do que digo, Srªs e Srs. Senadores, é que, mesmo vítima de um atentado em virtude de um artigo publicado pelo jornal Folha Mato-Grossense, quando dirigia esse periódico, ele manteve-se ereto, firme e jamais revelou o nome do autor da matéria, para protegê-lo dos agressores. Chamou para si a responsabilidade, mesmo sob ameaças.

            Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, faço aqui a minha profissão de fé nos destinos da cultura e do saber mato-grossense, pois a base ética na qual se assentam os princípios da nossa gente é formada de pilares como a memória de Ranulpho Paes de Barros - um campo-grandense que se fez cuiabano e escreveu sua história com a mais pura tinta da dignidade e da coragem.

            Nesta sexta-feira, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso presta homenagem ao centenário de nascimento desse vulto de nossa comunidade. Gostaria de me associar à atitude dos senhores deputados estaduais, reconhecendo a importância de Ranulpho Paes de Barros e do seu legado para os que vieram depois de sua vida brilhante.

            Também rendo tributo à sua família, pois Ranulpho ungiu seus descendentes com a mesma fibra moral e decência que cultivou em sua existência.

            Era só isso que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/04/2013 - Página 19572