Discurso durante a 52ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações acerca das eleições na Venezuela.

Autor
Ângela Portela (PT - Partido dos Trabalhadores/RR)
Nome completo: Ângela Maria Gomes Portela
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INTERNACIONAL, ELEIÇÕES.:
  • Considerações acerca das eleições na Venezuela.
Publicação
Publicação no DSF de 18/04/2013 - Página 19764
Assunto
Outros > POLITICA INTERNACIONAL, ELEIÇÕES.
Indexação
  • ELOGIO, VITORIA, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, PAIS ESTRANGEIRO, VENEZUELA, COMENTARIO, IMPORTANCIA, INTEGRAÇÃO, AMERICA LATINA, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL).

            A SRª ANGELA PORTELA (Bloco/PT - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, nesta quinta-feira (19), o povo da Venezuela, País vizinho de nosso amado Estado de Roraima, assistirá a cerimônia de juramento do presidente eleito daquele país, o socialista Nicolás Maduro, vitorioso no processo eleitoral, ocorrido no último domingo.

            Eleito com 7.505.338 votos, o que representa 50,66% do total de participantes do processo eleitoral, Nicolás Maduro deverá dar continuidade ao projeto iniciado pelo ex-presidente Hugo Chávez, que faleceu há cerca de um mês, vitimado por um câncer, diagnosticado em maio de 2011.

            Na condição de presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Venezuela, do Congresso Nacional, venho externar os sentimentos de satisfação dos membros deste grupo político e diplomático, com o fortalecimento da democracia naquele país vizinho.

            A oposição, é bem verdade, está a dizer que o processo eleitoral não é legítimo e que sob esta alegação insiste em não reconhecer a vitória de Nicolás Madura. Mas isso é normal em processos de disputas que são altamente acirradas e politizadas, como foi o caso da Venezuela.

            Mesmo assim, a legitimidade das eleições naquele país se mantém intocável. Extremamente acirrada, a votação de domingo teve seu resultado legalmente reconhecido por observadores internacionais que expressaram por escrito suas opiniões acerca da lisura do pleito eleitoral venezuelano. Desta forma, legitimada e reconhecida, a disputa eleitoral da Venezuela, é a prova cabal de que as instituições e a democracia estão fortalecidas naquele país.

            Para nós, as manifestações tanto de apoiadores de Nicolás Maduro quanto dos que são contrários ao seu projeto, são demonstrações de que, ao contrário do que pregam setores anti-chavismo, a democracia prevalece na Venezuela.

            De outro modo, entendemos que ao eleger Nicolás Maduro para presidir a Venezuela, o povo colocou o país na direção correta, mais uma vez. Como se sabe, o candidato vitorioso não é o que se poderia classificar de um “desconhecedor da máquina administrativa” de seu país.

            Candidato que concorreu o pleito de domingo na condição de presidente em exercício, Nicolás Maduro tem sobre si um histórico de militância vivida na Liga Socialista, uma organização política revolucionária, embrião do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). Durante a década de 1990, Nicolás Maduro integrou o MVR, partido pelo qual participou da campanha eleitoral de 1998, que elegeu Hugo Chávez presidente da Venezuela.

            Amigo de Hugo Chávez desde 1992, quando o ex-presidente foi preso sob a acusação de tentativa de golpe, Nicolás Maduro fez soar sua voz em favor da libertação do líder político que deu demonstrações de seu comprometimento com o povo de seu país, e que protagonizou o processo de integração da América Latina.

            Desta forma, nobres colegas, o principal confidente do seu antecessor, é um ex-motorista de ônibus, que antes foi deputado por duas vezes, chanceler e ex-vice-presidente da República.

            É, portanto, diante deste histórico de lutas populares de Nicolás Maduro, que vimos externar nossas felicitações pela sua vitória. Para nós, a vitória de Nicolas Maduro é importante, também, para a integração da América Latina, pois propiciará maior aproximação do Brasil e da Argentina e assim como o ingresso da Venezuela no Mercosul.

            Era o que tinha a falar hoje. Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/04/2013 - Página 19764